A bolinha de papel diplomática. Por Wadih Damous(*)

Do  Blog do Marcelo Auler:

Faz parte do consenso civilizatório o respeito ao sofrimento alheio. Ainda que a turba raivosa, que tomou conta das ruas, vomitou indignação e exigiu a deposição da Presidenta Dilma Rousseff, não tenha seguido essa regra e as redes sociais tenham virado parques de diversões de ensandecidos a desancarem sobre o luto de Lula, devemos nos compadecer da suposta indisposição de José Serra, que, pelo que contam as colunas entendidas da imprensa comercial, fartou-se de ser chanceler.

Nos últimos tempos, o semblante desolado de Serra evocou o clima de fim de campanha eleitoral com perspectiva de derrota. Não há como não o associar ao episódio da bolinha de papel jogada em sua testa na caminhada em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no segundo turno das eleições presidenciais de 2010. Depois de receber instruções pelo celular, simulou ter sido atingido por uma pedra e tentou inflar o episódio para posar de vítima de um atentado. Até um neurologista entrou em cena, para atestar a gravidade da lesão. E, ao final, peritos deram o veredicto: fora só uma bolinha de papel! A montanha parira um camundongo.

Pois é, lembram-se da advertência dos pais aos filhos, para deixarem de mentir ou de pedir socorro quando dele não carecem? Se faltarem uma vez com a verdade, perderão credibilidade e talvez não sejam socorridos em apuros.

É o caso de José Serra. Pode até estar doente, coitado. Não devemos brincar com isso. Afora desumana, nada se ganha com essa atitude. Mas, que fica uma pulga, melhor, uma cigarra atrás da orelha, ah, isso não tem como evitar.

Serra nomeado ministro de TemerJosé Serra é o típico ator desse “coiso” que costumam chamar de governo. Um governo só de fato, porque, além de seu chefete não ter sido eleito para ser presidente, age em desacordo com o programa da chapa vitoriosa da qual participou e, em sádica afronta aos eleitores, faz de tudo que lhes possa causar repugnância.

José Serra é um puxa-saco do Tio Sam e não consegue nem um pouquinho de atenção da equipe de Trump. Se esmerou tanto para receber sua atenção (depois de apostar suas fichas na candidata adversária, Hillary Clinton), que deu de graça um pedaço do território nacional, a base de lançamento espacial de Alcântara, onde os ianques terão uma alternativa para Guantánamo, caso queiram prender supostos terroristas fora do território americano. Em tempos de suruba nas instituições públicas, talvez imaginasse que Alcântara funcionasse como uma espécie de unguento KY, para facilitar as coisas…

Em nove meses à frente da Secretaria de Estado, sua política para a América Latina foi um desastre. Não sobrou pedra sobre pedra da liderança regional do Brasil. O condutor da diplomacia brasileira preferiu portar-se como um “rowdy”, um menino brigão, hostilizando vizinhos por conta de suas opções políticas.

Desfazendo alianças estratégicas tão custosamente montadas nos treze anos de governos democráticos, fez do Brasil um anão na política global. Não teve planos para os BRICS e calou um projeto promissor de aliança sustentável e contra-hegemônica.

Nada soube fazer com o comércio exterior, nova área temática da sua pasta. À cata de mercados para escoar seu trigo, a Rússia oferece menos da metade do preço praticado pelos americanos, nosso maior fornecedor. Em contrapartida, dispõe-se a importar lotes enormes de carne brasileira. O MRE de Serra deixou as autoridades russas a ver navios. Nessa semana, elas fecharam negócio com o México.

Em regiões conflituadas como o Oriente Médio, o Brasil da “política externa ativa e altiva” (Celso Amorim) faz hoje o papel de espectador desinteressado, apesar de ostentar na sua composição demográfica a maior diáspora árabe do mundo. Vários países da região estão dispostos a aumentar seu volume de negócios com o Brasil. Necessitam urgentemente de acordos de bitributação, para facilitar o fluxo de capitais. Mas o MRE de Serra não deu um passo.

Serra preferiu falar grosso com os amigos tradicionais. Perdeu os ativos conquistados nos anos anteriores sem agregar nada de novo. É um triste balanço. Dessa vez, a farsa da bolinha de papel esconde a profunda incompetência e inoperância de José Serra, travestidas de inapetência. Nesse cenário, é bom que se vá. Seria bom que levasse o “coiso” junto! O Brasil só tem a ganhar ou, melhor, a perder menos do que já perdeu.

(*) Wadih Damous é advogado, Deputado Federal (PT-RJ), ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio de Janeiro e ex-presidente da Comissão da Verdade do Estado do Rio de Janeiro.

Fernando Brito:

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  • Um tributo aos DEMoTucanos 'Almofadinha' João Dória 'Senior', 'José R$ 23 MILHÕES da Odebrecht TRENSALÃO (S)erra' [vulgo 'Careca'], 'Mineirinho' [&$ de Furnas], 'Santo' [padroeiro do Merendão], 'FHC Brasif' et caterva, "cidadãos de bem"!
    O Baile do Cidadão de Bem
    https://www.youtube.com/watch?v=G0su5eigJgo

  • Com a posse de L U L A na Presidência em janeiro de 19 trataremos de reconstruir a política externa altiva enxovalhada por esse tucano duma figa. A começar limpeza da Base de Alcântara.

  • Serra sempre foi uma fraude, por isso se ligou ao Temer e sua turma. Temer era vice decorativo e agora é presidente decorativo. Sabemos que tem alguma eminência parda por detrás desse governo corrupto que dá as cartas. Precisamos, urgentemente, descobrir quem é (ou quem são) e cortarmos o mal pela raiz. Esse governo não se sustenta mais, pois está podre desde sua origem. A lava jato, que era para acabar com a corrupção está enlameada, pois hoje ela só serve para perseguição ao Lula. O STF e a PGR, que deveriam investigar os bandidos com foro, fingem que nada existe. Enquanto isso o Brasil vai ladeira abaixo. O quadro foi pintado. Quem é o mentor dele?

  • ... Mais um *comparsa do golpe vagabundíssimo continuado é escorraçado pelo honesto povo baiano aos gritos de...
    Adivinhe...
    *o DEMoTucano 'ACMalvadeza Corrupto Neto', o 'prefeitim' de Salvador!
    ACM Neto é vaiado na saída do Ilê no Curuzu
    https://www.youtube.com/watch?v=axnT8zprNl0

  • ‘Fora Temer’ chega às marchinhas de carnaval
    O eminente e intrépido artista Gregório Duvivier puxa a marchinha “Ei, você aí. O Temer vai cair. O Temer vai cair. É golpista, é ladrão. Ele jamais ganharia a eleição. Ele é vampiro de capa de gibi. O Temer, Temer, Temer. O Temer vai cair”
    https://www.youtube.com/watch?v=MEAOn4Yk0N8

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