O general Eduardo Pazuello estava “passeando” no Rio de Janeiro e, casualmente, resolveu dar “uma passadinha” na manifestação motociclística do presidente? Foi fazer uma visitinha ao Jair?
Evidente que não.
É óbvio que Pazuello foi convocado por Jair Bolsonaro a participar de um ato político vedado a militares da ativa e, ao aceitar o chamado incorreu em comportamento que merece punição disciplinar.
Assim, o que Jair Bolsonaro fez foi jogar a luva em desafio à autoridade do general Paulo Sérgio Nogueira, comandante do Exército a quem cabe puni-lo e não ao ministro da Defesa, Braga Netto.
A manifestação que o Ministério da Defesa promete para amanhã não tem a menor valia perante o Regulamento Disciplinar do Exército, porque a punição compete ao Comandante.
O general Paulo Sérgio, portanto, não pode se amparar numa ordem do ministro para relevar a transgressão de Pazuello e, por isso, a questão não para no punir ou não o general transgressor ou de “forçar” sua passagem para a reserva, aliás impossível se ele for submetido a pena ou inquérito.
Ou o general se omite e se desmoraliza ante seus comandados ou pede o quepe e se vai do Comando do Exército, menos de dois meses depois de tê-lo assumido.
Assim, o que Bolsonaro exige é que o comandante do Exército Brasileiro se ajoelhe em obediência a seu “direito” de dar ordens diretamente aos generais, ainda que seja uma ordem que só pode ser cumprida em abandono da honra e da dignidade como fez, no Ministério e, agora, fora dele.
Fora das leis, fora da ordem, o que Bolsonaro quer mostrar é que o Exército é seu.
O “um manda, o outro obedece” escancarado e servil.