Bolsonaro acena com xêpa de cargos para ‘fechar’ Centrão

Depois de promover uma “farra de emendas” para ganhar votos na eleição da Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro acena agora aos deputados com um lote de ministérios – Esporte, Cultura e Pesca – para sacramentar o que parece ser a maioria de votos que conseguiu por lá.

É provável, mesmo, que tenha esta maioria e que Rodrigo Maia venha a pagar por ter caminhado tanto tempo sobre o muro em relação ao governo, mas isso aí é café pequeno para os apetites que o Centrão pretende satisfazer com a eleição de Artur Lira à cadeira de mando da Câmara.

O que eles querem, mesmo, é o Ministério da Cidadania e sua Bolsa Família, de preferência turbinado por um novo benefício emergencial. A Saúde, outro pomo do desejo, não é para agora: é uma “fria” com pandemia, cloroquina e falta de ar na sala.

Os três “bolsominions” que ocupam as secretarias que Bolsonaro admitiu reelevar a ministérios – Marcelo Magalhães, Mário Frias e Jorge Seif – são três nulidades que acham que o presidente os elogiou quando o que fez foi pendurá-los pelos pés e exibi-los como galinhas para a degola.

Mas seus cargos não valem grande coisa e podem, no máximo, atender algum deputado ou bancada local.

Bolsonaro está prometendo o que pode e o que não pode, mas não creio que tenha a ilusão de que com um presidente da Câmara “amigo” vá contar com carta branca para impor sua agenda, nem econômica – isso quando vier a ter uma – e nem na chamada “pauta de costumes”.

O atual presidente não reúne, antes desagrega qualquer coisa que se lhe ponha a coordenar.

Foi assim com seus primeiros e fiéis escudeiros na campanha, com Sérgio Moro e até mesmo com os deputados do PSL que trouxe à Câmara com sua cauda.

Só o que lhe interessa é bloquear a possibilidade de um impeachment quando a ruinosa situação do país completar seu desmoronamento.

Não virão reformas, planos, políticas. Apenas o show de auditório que ele pratica, de tempos para cá, de forma macabra.

Jair Bolsonaro cuida de apenas um ministério na Presidência: o do Caos e do Ódio.

 

Fernando Brito:
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