Basta você procurar no Google e verá que os bolsonaristas mais notórios citam sempre, como se fosse de Lênin, um suposto “mandamento esquerdista” que aconselharia, em relação à direita: “xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”.
O mesmo Google vai demonstrar que o tal documento (“Rules of Revolution”) é uma mistificação grosseira, obra da extrema-direita norte-americana, reproduzida repetidamente sem que nenhuma fonte verídica fosse encontrada, segundo extensa reportagem do The New York Times , pasme, no distante ano de 1970 e já então tratando-a como uma “fraude antiga”.
Não obstante, Jair Bolsonaro, talvez crendo no leninismo fake, resolveu praticar o conselho e entrou na Justiça Eleitoral com sete (que não se perca pelo número do mentiroso) ações acusando Lula e o PT de “discurso de ódio” e de propaganda eleitoral antecipada.
O homem das armas e das motociatas quer, é claro, arranjar um álibi para suas próprias ameaças e seus abusos à testa do que resta do governo brasileiro. O homem que insufla a “fuzilar a petralhada” (e depois diz que é em “sentido figurado” que alegar que se sente ofendido por que atacam seus “eu não sou coveiro”, e seus “e daí?” sobre centenas de milhares de mortes.
Nada disso, nas mãos de juízes sérios, irá prosperar, mas sempre há a possibilidade de haver alguns que acham que distribuir “cartões amarelos” a torto e a direito são a forma canhestra de administrar Justiça.
Sabe como é, o “xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”.