Bolsonaro diz querer que Dilma morra hoje, de infarto ou câncer. E nada será feito

 

Não existem mais limites no Brasil para os políticos da direita.

 

Reproduzo o artigo de Mário Magalhães, no UOL, sobre o ponto a que chegou o senhor Jair Bolsonaro, sem que nenhuma providência seja tomada contra ele.

 

É uma perversa ironia que se fale em “decoro parlamentar”.

 

Leia o texto de Mário, feito a partir de uma entrevista de Bolsonaro ao repórter Frederico Vítor, do jornal Opção e ouça, como sugere o autor, a gravação do que foi dito.

 

Cortei o trecho final, para quem não tiver estômago para ouvir os cinco minutos da fala inteira  deste energúmeno ver que o que está dito aqui não é retórico, é literal.

 

E intolerável.

 

Bolsonaro: refugiado é ‘escória’;
Dilma, morra de câncer! Cadê o escândalo?

Mário Magalhães, no UOL

Imagine se um deputado federal contrário ao impeachment tivesse dito querer a morte do senador Aécio Neves ou do ministro Gilmar Mendes “infartado ou com câncer”.

Pense no escarcéu, escândalo justificado, que sobreviria.

E se o mesmo deputado partidário da soberania do voto popular tivesse se referido a refugiados, inclusive os sírios, como “escória do mundo”?

O barulho capaz de perfurar os tímpanos seria compreensível.

O menino sírio Ailan Kurdi era “escória”?, perguntariam.

Tal pronunciamento não foi feito por um defensor do calendário eleitoral determinado pela Constituição.

Se fosse assim, quase todo mundo saberia, pois ninguém deixaria barato, a TV trombetearia manchetes.

Os votos de morte tiveram como alvo não Aécio ou Gilmar, mas a presidente Dilma Rousseff, mulher que superou um câncer.

O autor das afirmações foi o deputado Jair Bolsonaro. Dias atrás, em Goiânia, o capitão do Exército deu entrevista ao jornal “Opção”.

Bolsonaro foi indagado: “O senhor acha que a presidente Dilma termina o mandato em 2018?”.

Respondeu: “Eu espero que acabe hoje, [com ela] infartada ou com câncer, [de] qualquer maneira”.

Em meio à análise a respeito de recursos materiais do Exército, o deputado pró-impeachment falou sobre “marginais do MST que são engordados agora por senegaleses, haitianos, iranianos, bolivianos e tudo que é escória do mundo, né, e agora está [sic] chegando os sírios também aqui. A escória do mundo está chegando aqui, [no] Brasil”.

Não importa, neste caso, o que se ache da proposta de impeachment e do segundo governo Dilma (para mim, é “ensaio de suicídio político”).

Mas observar o discurso de ódio que parece ser natural feito o Pão de Açúcar na paisagem da minha janela.

E constatar como as reações oscilam, dois pesos e duas medidas, de acordo com quem vomita tonterias. Parece que a estupidez é exclusiva de certas trincheiras.

O que mais dói é, em pleno século 21, ver muita gente, em nome de “causa maior” _a derrubada da presidente constitucional_, perdoar ou fingir ignorar comportamentos sombrios que ameaçaram a humanidade na década de 1930.

A não ser quem não conhece a história, as pessoas sabem como isso pode acabar.

É óbvio que nem todo mundo que advoga o impeachment concorda com as barbaridades de Jair Bolsonaro.

Porém _isso é fato, não opinião_, aceita estar ao lado dele nas ruas e na conflagração política em curso.

Se alguém desconfiar que puseram palavras na boca do deputado, sugiro conferir a gravação da entrevista ao repórter Frederico Vítor.

Para ouvi-la, basta clicar aqui.

Imagine se um deputado federal contrário ao impeachment tivesse dito querer a morte do senador Aécio Neves ou do ministro Gilmar Mendes “infartado ou com câncer”.

Pense no escarcéu, escândalo justificado, que sobreviria.

E se o mesmo deputado partidário da soberania do voto popular tivesse se referido a refugiados, inclusive os sírios, como “escória do mundo”?

O barulho capaz de perfurar os tímpanos seria compreensível.

O menino sírio Ailan Kurdi era “escória”?, perguntariam.

Tal pronunciamento não foi feito por um defensor do calendário eleitoral determinado pela Constituição.

Se fosse assim, quase todo mundo saberia, pois ninguém deixaria barato, a TV trombetearia manchetes.

Os votos de morte tiveram como alvo não Aécio ou Gilmar, mas a presidente Dilma Rousseff, mulher que superou um câncer.

O autor das afirmações foi o deputado Jair Bolsonaro. Dias atrás, em Goiânia, o capitão do Exército deu entrevista ao jornal “Opção”.

Bolsonaro foi indagado: “O senhor acha que a presidente Dilma termina o mandato em 2018?”.

Respondeu: “Eu espero que acabe hoje, [com ela] infartada ou com câncer, [de] qualquer maneira”.

Em meio à análise a respeito de recursos materiais do Exército, o deputado pró-impeachment falou sobre “marginais do MST que são engordados agora por senegaleses, haitianos, iranianos, bolivianos e tudo que é escória do mundo, né, e agora está [sic] chegando os sírios também aqui. A escória do mundo está chegando aqui, [no] Brasil”.

Não importa, neste caso, o que se ache da proposta de impeachment e do segundo governo Dilma (para mim, é “ensaio de suicídio político”).

Mas observar o discurso de ódio que parece ser natural feito o Pão de Açúcar na paisagem da minha janela.

E constatar como as reações oscilam, dois pesos e duas medidas, de acordo com quem vomita tonterias. Parece que a estupidez é exclusiva de certas trincheiras.

O que mais dói é, em pleno século 21, ver muita gente, em nome de “causa maior” _a derrubada da presidente constitucional_, perdoar ou fingir ignorar comportamentos sombrios que ameaçaram a humanidade na década de 1930.

A não ser quem não conhece a história, as pessoas sabem como isso pode acabar.

É óbvio que nem todo mundo que advoga o impeachment concorda com as barbaridades de Jair Bolsonaro.

Porém _isso é fato, não opinião_, aceita estar ao lado dele nas ruas e na conflagração política em curso.

Se alguém desconfiar que puseram palavras na boca do deputado, sugiro conferir a gravação da entrevista ao repórter Frederico Vítor.

Para ouvi-la, basta clicar aqui.

Fernando Brito:

View Comments (52)

  • típico comentário de alguém que odeia mulher.
    e já foram muitos desse mesmo calão.
    esse sujeito está com claustrofobia, e não aguenta mais o armário.
    só que não consegue sair dele, então passa a agredir as mulheres, projetando nelas a culpa por não poder soltar a franga.
    essa extrema-direita brasileira é tão covarde que tem medo até de se assumir gay.

    • Desculpe discordar, Teco mas burrice e estupidez matam sim. 717 morreram pisoteados hoje porque foram na Arábia Saudita (aquela bela democracia, segundo os Americanos) atirar pedra num muro pra afugentar o Coludo...o Cramunhão...Pelo geita o "cara" ficou bravo e de uma só colada matou 717...vai ver que este número é cabalístico...

    • Do esterco ainda da para fazer adubo para uma planta. Do bolsonaro não se aproveita nada. Quando morrer, nem urubu vai querer!

  • Ele não deve saber nada, dessa doença horrivel . Que ponto chegou a politica brasileira.

    • Fiquei com pena de minha presidenta.Ela que sofreu com essa doença ,deve ter sentido uma tristeza muito grande ,por um boçal como esse ,sem motivos que justique a perda de seu mandato ,deseje que ela morra com essa doença.Isso deveria causar a perda do mandato desse estrume .

  • Pois eu acho que existem milhões iguais ou pior do que esse LIXO!Somente não se pronunciam,por faltar-lhes veículos.Os de Fortaleza,não são NADA DIFERENTES.O único remédio para esses males,é a REVOLUÇÃO.E dizem que Stálin,era bandido!Imaginem quantos russos não eram iguais?

  • Esse enrgúmero é um bossal nato, excremento do que existe de mais repugnante na extrema-direita brasileira. Qual é a sua, donzela de pijama verde-oliva? Assombração só aparece pra quem medo, dizia meu avô no interior das Minas Gerais.

  • O que deve ser feito contra um psicopata destes? Até quando teremos que suportar tais ignomínias? Alguém neste ministério da justiça (alô ministro zé cardozo) se manifestará contra tais atos?

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