Bolsonaro, na TV, faz ‘remake’ de slogan da ditadura

Fábio Zanini, no Painel da Folha, diz que Jair Bolsonaro fará o fecho das inserções estaduais com uma fala ufanista:

“Sem pandemia, sem corrupção e com Deus no coração, ninguém segura esse novo Brasil”

Bem, tivemos pandemia agravada pela falta de políticas de saúde, temos corrupção rolando solta com a “base aliada” e, com tantas pessoas passando fome e outras sendo asfixiadas em carros de polícia sem uma palavra de piedade que seja do presidente, parece que andamos bem longe de ter Deus no coração do governo, mas apenas em sua boca vã.

A inspiração é descaradamente uma reedição da propaganda da ditadura com aquele “um país que vai pra frente” e o “ninguém segura a juventude do Brasil”.

Ninguém segurava mesmo, só os agentes dos Doi-Codi, que a levavam para as sessões de tortura e assassinato.

É curioso como o bolsonarismo acena, ao mesmo tempo, com um passado de glórias que não existiu e um futuro de progresso que não haverá por suas mãos.

E, como propaganda, o “não foi, mas agora vai” é um desastre.

Tudo são bravatas, declarações vazias, apelo à compra de armas, incitação ao ódio, conflitos com a Justiça e exibicionismo da figura presidencial, em motos, jetskys e cavalos.

O “novo” Brasil, da “nova” política é velho como o dos coronéis, agora chamados agribusiness.

Só que o país não cabe nesta casca e se prepara para rompê-la, em outubro.

 

Fernando Brito:
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