Jair Bolsonaro tem a compulsão da mentira e a frieza da insensibilidade.
Hoje disse “já somos o sexto país que mais vacinou no mundo” e que “brevemente estaremos nos primeiros lugares, para dar mais conforto à população e segurança a todos, de modo que a nossa economia não deixe de funcionar”.
Além da mentira (porque somos apenas o 50° país em percentagem da população vacinada. como você vê na tabela interativa do site Our World in Data, ao final do post), há, mesta frase, crueldade.
Então a importância da vacina que pode impedir a morte de mais de mil brasileiros por dia é “que a nossa economia não deixe de funcionar”?
As quase 220 mil mortes, para ele, não são dramáticas, não emocionam, não precisam ser as últimas que vão ceifar pais, mães, irmãos, companheiros, mas apenas um prejuízo dos negócios?
Um homem assim não tem a menor condição de liderar um país, menos ainda numa situação de guerra sanitária como a que nos encontramos.
Os generais brasileiros estão tendo todos os avisos possíveis de que passaram a servir a um genocida, a um organizador de milícias fundamentalistas, a quem é desperdício pedir moderação e foco na saúde da população, pois tudo o que concede dizer – “lamento, mas fiz o que era possível” – é mero cinismo e hipocrisia.
Sangue frio, uma virtude, não é o mesmo que alma fria, uma abominação que retirar a humanidade do comando, para o qual a vida dos comandados é apenas um mero detalhe, desprezível, em seus objetivos.
É ela que produz os monstros.