Primeiro foi Luiz Roberto Barroso, chamado de fraudador de eleições; agora, Alexandre de Moraes, “arbitrário, ditatorial, que aplica a lei para agredir a democracia e para atingir os seus objetivos”, a quem “a sua hora irá chegar”.
Fingindo ter perdido as estribeiras, Jair Bolsonaro segue em sua escalada golpista.
Quem sabe a próxima vá ser a ministra Carmem Lúcia vá ser a próxima, por ter mandado à Procuradoria Geral da República uma notícia crime contra ele pelo uso da TV Brasil, pública, para atacar o sistema eleitoral?
A relação de guerra aberta pelo chefe do Executivo com a Corte Suprema chegou a um ponto de ruptura que torna inviável o funcionamento da República.
Logo, logo, algum ato presidencial será sustado ou vetado pelo STF. ele desobedecerá a decisão – jogará “fora das quatro linhas” – e estará criado o impasse.
Quem irá pendurar o guizo no gato presidencial e obrigá-lo a seguir as regras?
A Polícia Federal? A PM? O Exército?
Pior ainda, porque há no Congresso um bando de ratos, tecendo e trançando os fios legais – inclusive em sessões legislativas na madrigada – para fazer com que as eleições sirvam apenas para despolitizar a disputa e assegurar a continuidade de quem ocupa cargos e poder.
Pelo menos na Câmara do Deputados o clima é esse: os projetos aparecem em um dia para serem votados no outro.
O país está disfuncional e não duvide que isso vai se refletir na economia, que aponta sinais de descontrole misturados ao otimismo oficial.
Embora haja honrosas exceções, não é por amor à democracia que haja movimentos, ainda incipientes, de insatisfação empresarial.