Com a divulgação dos resultados detalhados do Datafolha é possível dimensionar melhor não apenas as perdas de Jair Bolsonaro e o recall eleitoral de Fernando Haddad.
Vale apenas observar os números.
No Sul, antes e agora o maior reduto bolsonarista, nas eleições do primeiro turno, Bolsonaro teve 57% dos votos, contra 20% de Haddad. Na pergunta feita pelo Datafolha semana passada, Bolsonaro teria 43%, contra 32% o petista. Se considerada a eleição do segundo turno – que deu Bolsonaro 68,3% x 31,7% – Haddad a aproximação seria ainda maior: uma diferença de quase 37 pontos cai a 11.
No Centro-Oeste, dos 58% dos votos dados a Bolsonaro, contra os 21% Haddad, no primeiro turno a e resposta ao Datafolha foi de 43% a 37% a favor do ex-capitão. E a redução de 37 pontos de vantagem quase se repete na comparação com o resultado do segundo turno – que Bolsonaro venceu por 66,5% a 33,5% – ficando em um quinto daqueles 33 pontos e frente.
A situação é menos grave para o atual presidente na Região Norte: contra 43% Bolsonaro, 37% Haddad registrados no primeiro turno a diferença se reduz no Datafolha pouco, apenas 2 pontos: 41% a 37 por cento. No segundo turno, ao contrário das demais, a diferença foi semelhante: 51,7 a 48%.
Mas vejamos o que se passa nas duas mais populosas regiões brasileiras.
No Sudeste, onde Bolsonaro abriu uma imensa vantagem, marcando 53% contra apenas 19% de Haddad, 34 pontos de vantagem, o Datafolha da semana passada registrou apenas um ponto (40 a 39%) em favor do ex-capitão. Em relação ao segundo turno, quando assinalou 29 pontos sobre o petista ( 65,4% x 34,6%) a redução é igualmente espantosa.
E no Nordeste, onde Haddad tinha sido amplamente vitorioso, a distância se confirma: o candidato petista teve 51% dos votos. Agora, no Datafolha, alcança 57%, Bolsonaro tem, na pesquisa, 23%, menos que os 26% que alcançou no primeiro turno de 2018. Mesmo no segundo turno, no qual somou praticamente todos os votos de Ciro, os 69% que recebeu, abrindo 38 pontos de vantagem sobre Bolsonaro ficam bem perto dos 34% que faz agora.
Claro que, como não temos eleições e é prematuro pensar em candidaturas, o significado destes número sugere ser, apesar do que segue fazendo a mídia, uma redução muito expressiva – embora talvez ainda não decisiva – do antipetismo furioso de parte significativa dos eleitores.
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O importante dessa pesquisa, é que a Globosta está ficando nua, deixando de ser o pensamento único. Quando ela resolver fazer jornalismo ninguém mais acreditará.
É a maldição do mentiroso, sempre será jornaLIXO.
#lulalivre
Egrégio jornalista Janio de Freitas: 'o impeachment foi uma construção gigantesca'
(...)
O tiro de meta pode e deve ter sido brasileiro. Mas não tenho dúvida de que houve – e há –, nos nossos dias ainda, uma presença americana na orientação"
https://www.youtube.com/watch?v=uq4PE1LmKIE
Se Haddad ganharia hoje significa que o governo praticamente acabou. Em uma democracia madura dificilmente um opositor passaria o vencedor em tão pouco tempo. Imaginem no ano que vem nesta época, quando a eleição municipal estará a todo vapor. Mal sinal para o bolsonarismo, se é que isso existe.
Se é que teremos eleições e o Haddad estará apto a concorrer. O golpe continua.
Antipetismo é o caralho! Quando foi no bolso o ódio acaba.
A esquerda deveria buscar novamente reconquistar a região Norte (poderia ser até por um viés ambientalista através da Marina - mesmo que ela seja de centro e economicamente seja dessa direita liberal quase Paulo Guedes -, ou mesmo o Ciro por um viés de autoridade para contrapor a influência militar e pentecostal nessa região), assim como deveriam reconquistar o Sul (e olhe que o Rio Grande do Sul já foi de forte presença do PTB/PDT, do PT e recentemente do PSOL e PC do B). Além de buscarem reconquistar o eleitorado paulista (principalmente das universidades e mídia com Ciro e da periferia com PT ou PSOL).
Porém o que a pesquisa demonstra é que falta a esquerda demonstrar as contradições do ultraliberalismo defendido por uma classe média (3 SM a 10 SM) que é uma base forte do Bolsonarismo/PSDB/Novo.
Exatamente. Se isso não ficar claro, essa pretensa elite elege Huck, Dória, Amoedo ou até Moro, no contínuo desmonte ultraliberal.
não me surpreende o bonsonaro perder eleitores, me surpreende o haddad conseguir!
resumindo os eleitores permanecem perdidos....
o bonsonaro ninguem esperava nada dele! e do haddad? que trocou o plano de governo(no tse) dias antes das eleições?
e nele q o brasileiro quer votar?
resumo da opera ...continuamos perdidos! A esquerda vai eleger o Wilson Witzel presidente!
é isso que queremos??
nacionalista vamos nos unir pelo brasil!
Inês é morta !!
Eu acho que o resultado do Datafolha não indica algo concreto em termos eleitorais, mas simbólico da revisão e arrependimento de eleitores que foram enganados pelas fake news, pela ideia fantasiosa de 'nova política', pelas promessas de salvação da família, e coisas assim.