Jair Bolsonaro anunciou ontem que, se a proposta de mudar o regime previdenciário para o de capitalização for, como tudo indica, rejeitada pela Câmara, vai apresentá-la outra vez.
Chegamos, então, às seguintes situações:
- Os deputados – e depois os senadores – estarão votando sobre como reformar uma casa que será, no máximo a médio prazo, demolida. Todas as regras que permanecerem e as que mudarem valerão apenas para os que ainda conseguirem se aposentar dentro do sistema de repartição, que entrará em colapso com a rápida migração – forçada pelo mercado – para um regime que desonere o empregador de contribuir e, portanto, com o fim da receita destes e a dos empregados, que irá para fundos bancários, não mais para o Tesouro.
- Não haverá, por maiores que sejam os cortes, a tal “potência fiscal”, pois no dia seguinte à implantação do regime de capitalização a União começará a ter de subsidiar a complementação aos seus integrantes. Não? O que acontecerá se o trabalhador “capitalizado” vier a morrer um dia depois de ter aderido ao sistema? É obvio que seu primeiro e único aporte não financiará a pensão por morte que deixará (se é que deixará) e isso terá de ser bancado pelo Estado.
- O Estado terá de compensar o tempo trabalhado pelo atual sistema de repartição, no qual o trabalhador migrado não terá mais contribuições nem aposentadoria. Como isso se fará – devolução ou transferência para o fundo de capitalização ao qual o trabalhador adira – não fará a menor diferença, nem mesmo se isso for uma conta gráfica, em algum momento redutivel a valor real e transferência. No popular, um imenso “esqueleto”.
É inacreditável que os deputados estejam votando algo que tira direitos dos trabalhadores para suprir um déficit fiscal que será recriado pelo sistema de capitalização, deixando como saldo apenas a ampliação das injustiças e a perda de direitos.
E que não compreendam que, como já se afirmou aqui, o governo Bolsonaro é incapaz de negociar, fazer acordos ou encontrar soluções de meio-termo.
É o “ou tudo ou tudo” próprio dos autoritários. Perder não importa, exige revanche.
Tudo o que lhe interessa é manter o estado permanente de conflito, a excitação de suas matilhas e, mais cedo ou mais tarde, obter o avassalamento completo do parlamento à sua vontade.
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O BOLSOBOSTA, deputados, senadores, juízes, ministros, ministros do ÇUPREMO, e TODOS do desgoverno, são farinhas do mesmo saco.
CRUEIRAS !
Pior ainda, tutelados pela escória da sociedade, os Gorilas Verdes-Oliva Assassinos.
VERDADE !
E o saco é a maçonaria.
Está fazendo o que lhe disseram para fazer: gerar conflito permanente.
È coisa de quem quer destruir o país.
Não tenho a menor dúvida de que o que mais importa a esse governo na reforma da previdência é a capitalização.
Também não tenho a menor dúvida de que a capitalização, por si só, vai quebrar o Brasil.
De onde o governo vai tirar dinheiro para pagar os já aposentados, se os trabalhadores da ativa vão ser todos forçados a entrar para o regime de capitalização e esse dinheiro vai para os bancos privados?
A missão de bolsonazi é avacalhar o Brasil.