A colunista Taís Oyama, no UOL, coleta dados de pesquisa muito relevantes para que entendamos o que está acontecendo na disputa eleitoral e que nos convencem de que o primeiro turno da eleição presidencial terá, quase que completamente, o perfil de plebiscito, uma espécie de segundo turno.
Ela recolhe os dados das pesquisas Genial/Quaest sobre o percentual de eleitores que gostaria de votar em candidatos diferentes de Lula e de Bolsonaro: eram 35% em julho de 2021, baixaram a 25% em março agora (menos de dois meses atrás) e são apenas 19% na última edição.
Este número, ou melhor, o que ele se tornar com esta expressiva trajetória de queda não só é pequeno e, por certo, ainda inclui votos nulos e brancos, o que o torna ainda menor.
O desaparecimento da tal “3ª Via” e a recuperação por Jair Bolsonaro das migalhas que pertenciam a Sergio Moro, por isso, não foram resultado de perdas de Lula, ou mesmo de elevação dos seus índices de rejeição.
Tudo indica que, agora, é a vez de Lula se beneficiar deste processo de afunilamento do voto.
Não se iluda com as manifestações de euforia do bolsonarismo com a radicalização do “chefe”. Em política, radicalização costuma revelar fraqueza, como gritar frequentemente leva a não ter razão.
Tenho insistido que esta eleição é de rejeições e, neste campo, Lula ganha fácil de Bolsonaro.
Bolsonaro operou com eficiência, com ele, para não deixar crescer outro nome no antilulismo.
Não é o suficiente para vencer, mas ele espera que seja o suficiente para tumultuar o processo eleitoral.