Jair Bolsonaro rompeu, agora à tarde, o seu longo silêncio desde domingo passado. Sem condenar, expressamente, os atos de violência de seus seguidores no 8 de janeiro, disse que “lamenta” o que ocorreu naquele dia, que chamou de “inacreditável”.
“Lamento o que aconteceu dia 8, uma coisa inacreditável. Mas no meu governo, o pessoal aprendeu o que é política, conheceu os poderes, começou a dar valor à liberdade. Eu falava para alguns sobre a liberdade, e eles diziam que era igual ao sol, nasce todo dia, mas não é bem assim não. A gente acredita no Brasil”.
Depois de desfiar uma lista de supostas “conquistas” de seu governo e de receber conselhos para que não volte ao Brasil, Bolsonaro disse que , com ele, “nunca saiu das quatro linhas [da Constituição].
Mas anda sobre elas, tanto que não pronuncia nem uma frase explícita sobre os atos.
Fala o mínimo para não se associar pessoalmente aos seus agentes, mas não recusa – e nem pode – a sua selvageria.
Absolutamente só o necessário para evitar a confissão de que é o chefe dela, ainda que já ninguém duvide mais de sua responsabilidade pessoal.