Não existe, como exige a Constituição, nenhuma urgência ou relevância, na medida provisória com que Jair Bolsonaro quer limitar a autonomia das comunidades universitárias na escolha de seus reitores (e diretores, nas escolas e institutos federais).
A razão de ter baixado esta norma – na verdade a “elevação” a MP de uma nota técnica do MEC baixada no apagar das luzes do governo Temer, que dizia que seriam anuladas as eleições onde o corpo docente não tivesse 70% dos votos – é apenas a de tumultuar um processo de eleições diretas quem, com erros e acertos, consolidou-se na comunidade universitária.
Mais uma oportunidade de espetáculos e declarações selvagens de Abraham Weintraub, que considera as escolas federais instituições a serem destruídas, para que reine absoluto o ensino privado.
O efeito será zero ou próximo disso, excesso para criar “balbúrdia”.
O mais provável é que a medida caduque sem apreciação ou até que venha a ser devolvida ao Executivo, por falta dos requisitos legais para sua edição.
Até lá, porém, o showman do MEC terá bastante tempo para dizer que há um complô do comunismo drogado e devasso para controlar as universidades.
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Expediente de VAGABUNDOS.
A coisa não está fácil, mas o que o governo quer mesmo é desestatizar o ensino público para entrega-lo ao ensino privado.
O que preocupa no caso da eleição para reitores nas universidades federais não é o fato do peso do voto, de 70% para professores e 15% para alunos e funcionários. O que preocupa é o fato do presidente nomear o reitor, independente da vontade da universidade. Assim como Temer fez ao nomear o Alexandre Moraes, desrespeitando a lista tríplice, Bolsonaro também o fará, no caso do STF e das reitorias. Democracia e liberdade onde? Na Sbórnia? Sbórnia, para quem não sabe, é um país fictício situado numa ilha flutuante, que não tem localização geográfica precisa, criacão genial do antigo Tangos e Tragédias, grupo musical e de teatro gaúcho, que fez sucesso no Brasil inteiro durante décadas, até a morte de um se seus integrantes.
Já não sabem mais o que fazer para se desincumbirem da terrível missão que receberam, de acabar com as universidades públicas do país. Nada do que inventam, emplaca. Tem sido muito difícil para eles, e a charge do Aroeira diz tudo.
Mestre Aroeira é um artista. Sua charge é tão criativa, tão bem feita que consegue descrever o ridículo o realmente caricato de nossa situação. Aliás mais que caricatura seus desenhos parecem mesmo é um retrato fiel da realidade.