Ninguém o provocou, não. Foi uma declaração espontânea para, na visão dele, “explicar” sua derrota no Nordeste:
“Lula venceu em 9 dos 10 estados com maior taxa de analfabetismo. Você sabe quais são esses estados? No nosso Nordeste. Não é só taxa de analfabetismo alta ou mais grave nesses estados. Outros dados econômicos agora também são inferiores na região”.
Numa tacada só, a Bolsonaro associou o voto em Lula à ignorância e à pobreza e acendeu um rastilho de pólvora na direção da poça de ódio contra o voto nordestino que seus adeptos estavam formando nas redes sociais, como o no asqueroso caso da advogada que disse que ele viviam de “migalhas”.
Foi, na expressão de Josias de Souza, no UOL, “um míssil no pé”. Pior, porque o histórico de depreciativos usados, ao longo dos últimos anos, pelo atual presidente em relação aos nordestino elimina qualquer possibilidade de ter sido apenas um infeliz deslize everbal.
Lula reagiu rápido e ainda ampliou a defesa da região para os descendentes da diáspora nordestina, o maior movimento migratório que este país conhece há décadas. “Quem tem uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse sujeito”, afirmou no seu primeiro comício do 2° turno, em São Bernardo do Campo.
Veja o trecho da fala de Lula, abaixo: