Há um ano, em 20 de março de 2020, Jair Bolsonaro “tirou onda” de Luiz XIV, o Rei Sol da França , suposto autor da frase “L’Etat c’est moi” ( O Estado sou eu), dizendo que ele, Bolsonaro, era “a Constituição”.
Num tuíte, Guilherme Boulos lembrou-o que “a dinastia de Luís XIV acabou na guilhotina”.
Ao que parece, isso está sendo utilizado pela Polícia Federal, usando a Lei de Segurança Nacional, para fundamentar uma suposta ameaça de Boulos a Bolsonaro, neste caso, a de guilhotiná-lo.
Só que Luís XIV não foi guilhotinado.
Na sua dinastia, quem acabou guilhotinado foi Luís XVI, que era neto de Luís XV e este, por sua vez, bisneto de Luís XIV.
Portanto, cinco gerações depois.
Mas vou explicar de outra forma, porque os bolsonaristas se confundem com esta história de “logaritmos romanos” e preferem o 01, 02, 03, 04…
Se houve “ameaça” à “dinastia”, foi feita a um possível neto do bisneto de Jair Bolsonaro.
Como Bolsonaro sequer tem bisneto, não existe quem pudesse ser ameaçado por Boulos.
Alguém precisa arranjar um livrinho de história nobiliárquica para o ex-ministro André Mendonça e para o delegado da PF que se prestou a este ridículo.
Quem sabe o Lulu Bragança, o “príncipe” da bancada bolsonarista, pode fazer este favor a ele.