O General Walter Braga Netto, virtualmente escolhido para ser o candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro não é, ao contrário do que pode parecer, uma ampliação do poder das Forças Armadas no governo brasileiro, mas o de sua desorganização institucional e um passo decisivo para a sua transformação em guarda pretoriana de Jair Bolsonaro.
Netto sairia da posição de Ministro da Defesa – hoje convertida, na prática, em chefia dos comandos militares – para a de vice-presidente e, numa deformação terrível, quase um imediato, senão um simples ajudante de ordens do Presidente da República.
É provável mesmo que, no cargo de Vice, acumule o Ministério da Defesa, acentuando sua dependência de Bolsonaro.
Isto é, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica viram, na prática, simples subordinados de alguém que, no cargo de vice, entraria numa zona de obscuridade entre a precariedade do cargo e a legitimidade do eleito.
Jair Bolsonaro jamais escondeu seu desejo de milicianização das Forças Armadas mas, com a “chave de galão” que aplica às instituições militares, agora os explicita totalmente.
Não é, como sugerem os comentaristas da imprensa, uma simpes “autodefesa” contra os apetites do Centrão. É o passo definitivo para tornar a falta de limites no governo algo absolutamnte “garantido” pelas armas.
Esqueçam a história de “um cabo e um soldado”. É com um general, mesmo.