Brincando de matar

De O Globo, agora há pouco:

Ao contrário de um “certo platô” na notificação de casos de Covid-19 no Brasil, o Ministério da Saúde destacou que houve uma curva elevada na última semana epidemiológica (14 a 20 de junho), em relação ao mesmo período anterior (7 a 13 de junho). A média diária semanal passou 25.381 para 31.009 no período.
— Parecia que a curva estava chegando a um certo platô, e entre a semana 24ª para 25ª, tivemos um aumento de 22% — aponta Arnaldo Correia, Secretário de Vigilância em Saúde da pasta, em coletiva de imprensa.

É inacreditável que autoridades sanitárias, ainda mais com o título de “Vigilância em Saúde” venham dizer hoje o que todos já sabem há tanto tempo.

E que será maior na próxima semana epidemiológica, acima de 37 mil.

E não dá mesmo para pensar até que ponto pode chegar. A Universidade de Washington, nas suas projeções, estima que o número de mortes, se continuarem as medias de relaxamento, podem ficar entre 239 mil e 480 mil mortes até 1° de outubro.

Isso quer dizer que, nas contas deles, ultrapassaremos os próprios Estados Unidos, com uma população 50% maior, em número de mortes até aquela data.

Enquanto isso estamos brincado de anunciar planos de relaxamento, inclusive a volta das crianças às aulas.

O que faz o povão? “Se vão liberar as aulas, melhorando”; se estão abrindo tudo, melhorando, se liberam salão, manicure, restaurante…

Deveríamos ter aprendido que epidemia só se para no início, pouco adianta restringir depois de virar um esparramo.

E o presidente da República, enquanto isso, vai com Carluxo brincar de dar tiros na Polícia Federal.

Fernando Brito:

View Comments (11)

  • Enquanto isso, a boiada tá passando (o boi de hoje, a privatização da água).

  • Continuamos a prever: Quando as mortes chegarem a 230 mil, até o haitiano poderá chegar ao ocupante do Planalto para dizer que ele faça o favor de desocupar.

  • Esqueça, Sr. Brito. Aceite o fato, a realidade. O poder econômico conseguiu algo que, confesso, achava impossivel: partiu, em plena época de pandemia, para o "braço de ferro", "queda de braço" ou como se queira chamar, com a Saúde Pública e venceu! E isto quando é sabido até pelo mundo mineral que a reação mais adequada, diante da ausência de vacina ou tratamento eficazes, é a cessão do comando da estrutura de força estatal à Saúde, que passa a deter o poder para fazer valer medidas mais restritivas sem permitir resistências prejudiciais à maioria. Em outras palavras, é a única condição em que os agentes de saúde comandam estruturas outras, inclusive militares, para estabelecimento de medidas de contenção epidemiológIca. E isto em qualquer País minimamente civilizado no planeta. Entretanto, aqui no patropi quem assumiu esta empunhadura é o mercado de capitais, de cujos interesses estão saindo quase a totalidade das políticas públicas nacionais. E, claro, interesses estes cujo vetor resultante pouco ou nada têm a ver com bem estar da maioria da população, já que o aprofundamento da desigualdade é o objetivo e a doença, uma oportunidade. Logo, de nada adiantará nos esgoelarmos cobrando coerência dos executores políticos, eles já têm seu mapa do caminho e por ele se guiarão. Seguirão o evangelho dos cínicos e poderosos, que apregoa a primazia do lucro sobre a vida. A nós, restará seguir lutando, até para se manter vivo. Mas a guerra está perdida. Infelizmente...

    • Calma, rapaz. Não abandone as armas. Lutamos uma batalha na qual o inimigo não deve ser superestimado.

      • Agradeço muito pelas palavras gentis. Inclusive pelo rapaz, que para alguém na sexta década de vida soa como um elogio. E não, não pretendo abandonar as armas, médicos especializados em Medicina Intensiva nunca o fazem, somos teimosos. Mesmo quando teimamos em enxugar gelo, diante de uma pressão extraprofissional que nos desarma frente ao que enfrentamos. Mas obrigado, de coração. Saudações!

    • Correto... vamos fácil aos 300.000 mortos...
      Entregaram a condução do controle epidemiológico aos militares e à um empresário da área dos motéis...
      Pobre Brasil!

    • A Polícia Federal, para atender aos que querem dizer que a Lavajato não morreu, acaba de tentar fustigar novamente o Almirante Othon através de mandado de prisão de sua filha. O almirante é um legítimo herói do Brasil, responsável pelo método inteiramente brasileiro de enriquecimento de urânio, que fez o pais avançar décadas no campo nuclear e economizar bilhões de dólares. Essa conquista o fez também ser um inimigo figadal dos Estados Unidos, país com o qual a Lavajato tem fortes laços gerenciais. Para realizar seus projetos de ponta, o Almirante teve de comprar peças no mercado negro, com dinheiro não orçamentário, e isso os americanos jamais perdoaram. Quando da absurda prisão de Othon pela Lavajato, Moro mandou sua filha entregar-lhe seus planos secretos, mas ela engambelou o Moro passando-lhe material sem valor da internet. Isso deixou Moro furioso, porque deve ter deixado seus superiores também furiosos. Essa história foi toda narrada fartamente pela mídia. E a tentativa de reviver a perseguição ao Herói é prova viva de que a traição à Pátria foi o motor dessa funesta operação, que merece ser jogada nas profundezas do mar mais profundo do planeta.

  • "Deveríamos ter aprendido que epidemia só se pára no início".
    Se é assim, se só era possível parar no início, PRA QUE ficar nesse desespero diário, vaticinando quantos vão morrer semana que vem, até 1 de agosto, até 1 de outubro ?
    Não seria também mais recomendável, ouvir instituições brasileiras sérias, em vez de universidades americanas e inglesas ?

  • Tudo isso ai,que esta acontecendo,é o PRODUTO DE UM POVINHO SEM VERGONHA NA CARA.O BÓSTA-ONARO, é o RETRATO DO BRASIL.Mas,,como conforto,os que vão morrer,VÃO TODOS,PARA O CÉU.

  • Seria somente eu a pessoa mais triste e desesperada com os rumos que o país foi forçado a tomar ? INJURIADA.....

  • Só olhando a foto. Se esse cara foi capitão algum dia, devia saber que com essa posição só iria tomar um tranco do cacete no ombro. Nem isso aprendeu no exercito?

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