Cabral diz que recebeu propina da Odebrecht, mas não entrou na “delação”

Lauro Jardim, em O Globo, levanta uma situação tão evidente quanto estarrecedora.

Sérgio Cabral, noticiam os jornais, confessou que recebeu propina da Odebrecht nas obras do Maracanã e da Linha 4 do Metrô.

Só que na sua “megadelação” a Odebrecht não incluiu o governador e os seus apanhadores de dinheiro entre os que teria corrompido.

Sérgio Cabral roubou dinheiro das mais variadas fontes, nenhum interesse teria em incluir a empreiteira entre seus “benfeitores”.

Mas levanta, diz Lauro, a suspeita de que o “vamos contar tudo” de 78 executivos da Odebrecht não era bem assim.

Os agrados a Cabral nunca entraram no seu “listão”, aquele que distribuiu lama aos quatro quadrantes da República.

Embora seja fácil supor que a empresa falou o que queria ser ouvido, legalmente isso nem importância tem.

Pelo mesmo princípio aplicado pela PGR ao caso Joesley Batista – Ricardo Saúd, omitir informações em delação premiada é motivo para pedir a anulação, no mínimo, dos acordos firmados em função dela.

Acontece que, hoje, a não ser quando atinge, como naquele caso, a “cozinha” do Ministério Público, delação é incontestável.

Mesmo quando, como neste caso, fica evidente que ela foi seletiva.

Fernando Brito:

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  • Longe de mim defender o Cabral, mas até hoje não entendi porque ele foi feito de "bode expiatório".

  • Já investigam tentativa de extorsão de 5 milhões de dólares de Zucolotto e Procuradores pra cima de Tacla Durán?
    Ou será bomba-relógio explodindo na mudança da maré.

  • É nisso que eu fico com inveja da seriedade com que o FBI está fazendo a investigação do Trump. Quando eles mostraram, com provas concretas, que um dos delatores mentiu e escondeu informações que ele tinha se comprometido a revelar, não apenas o delator perdeu todos os benefícios da delação premiada mas também está arriscando a tomar quase uma década de cadeia a mais do que teria sem ter feito o acordo em primeiro lugar.

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