Candidato avul$$o: festa do “MBL-Mercado” e do “Bolsa-Candidato”

O ultraliberalismo não é ética, é dinheiro no comando de tudo.

É a selva onde  as garras e os dentes  são feitos de grana.

Os partidos políticos, criação secular da civilização, com todos os seus desvios e defeitos, ainda são formas – medíocres aqui, reconheça-se –  de controle coletivo sobre os representantes eleitos.

Hoje, o Supremo  julga a possibilidade de haver candidaturas avulsas nas eleições do ano que vem.

É impensável que o mesmo STF que instituiu, faz poucos anos e finalmente, alguma fidelidade partidária – que a toda eleição os parlamentares acham o jeito de burlar, com “janelas” e redução de prazos de filiação  – vote para aprovar uma monstruosidade destas.

Aliás, o voto que se conhece a favor é o de Luís Roberto Barroso, o jurista-sol.

Em um partido, alguém ainda se submete a algum tipo de regras de alinhamento político.

Fora deles, vira candidato de si mesmo ou de sua capacidade de interpretar interesses de quem não pode se expor.

Como o “MBL-Mercado”, revelado ontem pela Piauí, reunindo picaretas da política e das finanças, ou o “Bolsa Coxinha” financiado por ricos e celebridades da mídia.

Até Bolsonaro, incapaz de conviver com qualquer um fora de seu clã familiar, terá seus problemas resolvido. Será “El Mito Solito”.

 

Fernando Brito:

View Comments (29)

  • E muita gente vai engolir isso. Quem já não ouviu algum analfabeto político ingenuamente dizer que vota em pessoas, não em partidos? Quantos não sabem qual é o partido do candidato em que votaram? Os partidos foram criminalizados justamente para que os salvadores da pátria de "fora da política",como um certo prefake que não era político, era gestor, façam a festa.

  • Isso tudo é medo da esquerda de que algum candidato fora do lamaçal da política se levante e mostre que poderia ter sido feito diferente?

  • Culpa parcial dos partidos serem tão mal vistos é da própria sociedade e seu pensamento "antipolítico" esdrúxulo. O povo se afasta, a sociedade se afasta, sobra espaço pros aécios, dórias e mbls da vida tomarem o lugar que o povo idiota (palavra grega que definia quem tinha direitos políticos mas optava por não exercê-los) não quer ocupar. Depois esses mesmos idiotas reclamam. Não dá.

  • Se o Supremo decidir favoravelmente à esta aberração de oportunistas, teremos o fisiologismo político "legalizado" e limpinho.

    O cidadão vai se eleger com uma imagem de distância e repúdio aos partidos da política tradicional, mas, vendendo sua posição para a bancada que mais lhe der agrados. Para que projetos, se será mais fácil surfar em correntes majoritárias ou compradas?

    Será uma nova geração Collor turbinada.

  • As Condições de Elegibilidade estão dispostas na Constituição Federal de 1988, no artigo 14, § 3º.

    § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:

    I - a nacionalidade brasileira;

    II - o pleno exercício dos direitos políticos;

    III - o alistamento eleitoral;

    IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

    V - a filiação partidária; Regulamento

    Se o artigo V puder ser desrespeitado, então vamos jogar fora essa CF!

    Eu não consigo acreditar que um ministro de STF (Barroso) e a atual PGR têm a cara de pau de se posicionarem a candidaturas sem partido!

    Se for assim, tomara que tenhamos uns 100.000 candidatos à presidência, só para tacar fogo no processo eleitoral.

    E, se acham que isso ajuda a dividir os votos do Lula, estão muito enganados.

    • Lá na corte, apelido stf, eles usam essa tal de constituição, impressa em papel bem maciinho, para limpar seus preciosos cuzinhos.

    • A constituição vale tanto quando papel higiênico usado por algum troll neste brasil do golpe em que o judiciário foi cúmplice, tanto por ação, como por omissão. Se estivessem pensando no respeito ao que diz a constituição, nem teriam colocado o assunto em discussão, devido a isto que está escrito aí.

    • Essa pedra foi cantada pelo PHA ontem no Conversaafiada.

      Está na constituição. O STF agora também é assembléia constituinte? É poder legislativo?

    • Art. 226. § 3º : "... é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento".

      E os constituintes escreveram "homem e mulher" a propósito, para não dar margem a outras interpretações. Mas o STF foi lá e inventou que casamento pode ser gay. O STF também esqueceu daquele negócio de tratar todos como iguais e inventou as cotas racistas, inventou a proibição de financiamento privado de campanhas políticas (que não existe em lei alguma), e por aí afora. Quem apoiou essas barbaridades antes não deveria reclamar agora.

      • Cara, o MBL tá faturando horrores. Se você estiver lutando "ombro a ombro" com eles, vai lá pedir uma ajuda de custo. De repente você arruma uma boquinha na prefeitura de São Paulo, mesmo trabalhando à distância.

        • ??????
          Pelo que eu entendi o MBL está a favor da candidatura avulsa.
          E eu sou contra ela, a favor da Constituição.
          Só que eu sempre estive a favor dela e contra o ativismo do STF.
          E tem gente que só achou isso ruim agora, mas na hora do casamento gay, das quotas e da proibição de financiamento achou bacana.

          • Sei que muitas vezes você age como um troll, mas neste caso em particular te dou razão.

            Não tenho nada contra a união civil homo, mas que essas coisas sejam legisladas, e não interpretadas pelo STF. São precedentes perigosos.

          • Se você é a favor da constituição, então também deve considerar que o "impeachment" foi golpe, já que não existiu crime de responsabilidade da presidenta. Mas aí não importa que tenha sido armada uma fraude jurídica/legislativa para justificar o processo, não é? Você é defende a constituição quando lhe convém.

  • Poderemos ter milhares de candidatos...de si mesmos...mas e as regras, quais serão? Ou o "mercado" ditará as regras? Que balbúrdia!

  • Quem tem um STF desses, não pode duvidar de nada. Com esse STF estamos sempre a espera das sete pragas. A última foi o ensino religioso confessional. Vamos ver agora sobra candidatos avulsos. Franco atiradores.

    • Ivonete, eles vendem a alma ao diabo para manterem os seus salários e as suas vantagens... que digo: os seus privilégios.

  • Quando eu falo que virou terra de ninguém tinha razão partido político virou agremiação de futebol, tem dinheiro tem time bom tem boa cota chove patrocínio de todo lado, agora na hora de pagar imposto nada. O povo tem o governo que merece, e merece essa balbúrdia pq não sabe votar falam democracia isso já virou plutocrata, cleptocracia governo de ladrões.

  • acho que estamos atacando a consequência, não a causa dos "problemas" que os bandidos parlamentares provocam à sociedade locupletando-se quando nos parlamentos/cargos. se assim for, a questão é porque temos uma infinidade de analfa-políticos, aqueles 400 mil que votam em bolsonaros e assemelhados, aqueles que "escolhem" seus candidatos nas filas da votação, aqueles que não fazem ligação dos eleitos e suas vidas apequenadas. nunca ajudamos a eleger políticos que se mostram canalhas depois de eleitos, então, temos que saber em quem estamos votando. algumas democracias permitem candidatos sem partido, o que não quer dizer que a priori são como os bandidos que temos nos parlamentos das três esferas nacionais, todos dentro de um dos 300 partidos (hipérbole, gente) que temos. não estar num partido não significa que não temos uma ideologia, um lado. uma sociedade que não discute autogestão, que pensa que anarquismo é desordem não está preparada ainda para essa discussão. aceitamos sugestões.

    • Em plano teórico, nada contra o candidato sem partido. No Brasil, entretanto, esse candidato seria lançado por um "grupo de pessoas com interesses afins", quer dizer, por um partido descaracterizado como tal e infenso à "fiscalização" dos tribunais eleitorais. Aliás, já existe um grupo, ou grupelho, reunindo-se para apoiar algum candidato que lhe seja subordinado ou pelo menos palatável.

Related Post