O jantar de homenagem a Lula, promovido pelos advogados do Grupo Prerrogativas, ainda não começou, mas já foram servidos vários pratos de prestígio político ao ex-presidente.
O primeiro, a foto com Geraldo Alckmin, prato principal do movimento para anular as explorações de um extremismo que nunca foi a marca de Lula.
Mas não o único.
A lista das presenças está mostrada na imprensa e é uma verdadeira arca de Noé, que denota a adesão da política que sobreviveu ao dilúvio da eleição de Bolsonaro.
Não é o caso de estudar a sua motivação – há das boas e há oportunismo, como nas marés políticas sempre há – mas o de entende que não a um fato consumado, mas há um fato a consumar-se: a vitória nas eleições.
O que comanda o processo social não é a política, mas é a política que – com mais ou com menos fidelidade, é quem reflete o processo social.
Há um engano de achar que a sociedade se move por ideologias ou valores morais -embora isso seja indispensável – mas por suas condições materiais e reais de sobrevivência e por suas aspirações.
“Se ele roubou ou não, eu tava de barriga cheia”, ouvi de um homem, hoje, na feira da Glória, onde estava tudo caro.
Os valores humanistas, as pautas identitárias, a nossa progressão no convívio dependem disso, da “barriga cheia”.
Quem não cuida das necessidades básicas da coletividade não pode cuidar da liberdade a que tem direito todo ser humano.
O que está acontecendo é uma romaria política a quem significa a recuperação deste princípio. Daqui a pouco, Lula falará de duas coisas.
A primeira, pela natureza de um encontro com juristas, repassando as agruras que viveu no seu calvário judicial, sem perder o respeito e o acatamento à Justiça.
E, de fato, se alguém tem o direito de contestar o Judiciário, é ele, depois de 580 dias de prisão reconhecidamente injusta, depois da anulação de seus processos.
A segunda, a continuidade deste encontro de diversidade política na condução do país, tendo como programa de união a recuperação da convivência dos brasileiros na democracia e naquilo sem o qual ela é um vazio: a elevação do povo brasileiros a uma vida digna.
Assista, abaixo, o discurso de Lula, ao vivo.