Todo dia tem alguém reclamando dos altos impostos no Brasil.
E são mesmo, para a classe média e para os pobres.
Mas para os muito ricos, ah, é o paraíso.
Mas, de tanto a nossa mídia repetir, passamos a acreditar que o imposto é alto para todo mundo.
Não adianta muito, porque tem gente tão fanatizada pelo discurso direitista que nem a gente desenhando aceita pensar, mas é interessante trazer a tabela aí de cima, publicada pelo site mundial da BBC .
Ela abrange todos os países do G-20 e foi elaborada pela Price Waterhouse Cooper, uma das mais conceituadas empresas de auditoria do mundo.
Ela trata das pessoas que recebem US$ 400 mil por ano, ou R$ 940 mil, por ano.
Em salário mensal, considerado aqui o 13°, dá R$ 72 mil mensais.
O estudo considera ainda que a pessoa seja casada e tenha uma dívida, dedutível, de R$ 2,8 milhões e tenha dois filhos menores.
E não ache que ninguém ganha isso.
A última Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar do IBGE apurou que a renda média do 1% dos brasileiros mais ricos é de R$ 18 mil. São dois milhões de pessoas e se imaginarmos que um em cada dez tenha renda igual ou superior à da pesquisa, serão 200 mil felizardos.
Além, é claro, de que para esta casta, os “por fora” – benefícios diversos, participação nos lucros, bonificações, etc – são frequentes e polpudos.
Se você acha que estou exagerando, dê uma olhada num levantamento mundial da consultoria Robert Walters, que estabelece que os rendimentos anuais de diretores (com 12 anos de experiência ou mais) de empresas de grande porte, em São Paulo, ou da indústria do petróleo no Rio fica entre R$ 120 mil e R$ 620 mil, sem contar bônus e benefícios, o que pode dobrar ou triplicar o valor.
Nada mau, não é?
Mas, como diz O Globo, é o salário mínimo que está atrapalhando a economia brasileira e inviabilizando as empresas.
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É escandaloso que num país como o Brasil, com tantas carências e serviços públicos ainda precários diante da enormidade dos custos de se fornecer saúde e educação e tudo o mais que uma população de 200 milhões de pessoas necessita, os mais ricos paguem tão pouco imposto. Isso quando pagam. Uma das urgências do Brasil é uma reforma tributária, que reduza impostos dos que ganham menos, principalmente os embutidos nos produtos e serviços, e se aumente os impostos de quem ganha muito e pode pagar mais. Hoje no Brasil paga mais imposto proporcionalmente quem ganha menos. É necessário reforma tributária para aumentar imposto dos mais ricos e que a Receita Federal tenha mais condições de cobrar dos sonegadores.
Muito bom Fernando Brito. Li o artigo da BBC. Acho que vale a pena destrinchar aquela parte que fala dos impostos nas faixas médias de cada país, embora estas análises sejam muito complicadas em função do poder de compra real e do estágio de desenvolvimento econômico e social.
Outro aspecto que me parece muito importante. O estudo só considera os ganhos do trabalho. Não há menção aos ganhos de capitais, sob a forma da produção ou sobre bens financeiros, entre outros.
Os irmaos Milho e Nario, nao so vivem do salario minimo baixo, como tambem da exploracao descarada de todo profissional competente, que sustenta todaa essa corja de espertos.
Fernando
A quantidade de super ricos brasileiras é subestimada pois temos um grau de sonegacao, aliado a protecao do MPF e judiciario, inestimavel.
Sugiro, portanto, que, alem da correcao de novas faixas pra maiores rendimentos, tenhamos tb uma CPMF fiscalizatoria, ou seja, aliquota hiper baixa( sugiro 0,001%) para que realmente tenhamos um IR mais justo.
Pra saude poderia ser destinado o IR adicional das novas faixas, que cresceria muito com a "eliminacao" do sigilo fiscal, que seria melhor conhecido como "sigilo pra sonegador".
Se bem que, conjunturalmente, eu acho que a dilma deveria CRIAR NOVAS FAIXAS destinando, num certo tempo a receita adicional pra BANCAR a manutencao da correcao do salario minimo nos moldes atuais. Mataria dois coelhos: manteria a valorizacao do minimo e criaria o debate a favor da redistribuicao de rendas. E queria ve a Globo, e congressistas tipo PSDB ( mercadistas) fazer o discurso que sempre fazem de saude fiscal, competitividade, etc.
Eu li a menos de um ano uma matéria que comparava a diferença entre o maior e o menor salário nas empresas atualmente, com a mesma diferença há anos atrás .Eu me lembro que a diferença era absurda. Não sei se foi neste Blog, mas gostaria de ver essa comparação novamente.Será que é possível, Fernando?