Bem cedo, escreveu-se aqui que a publicidade de Jair Bolsonaro era um desastre.
Desastre porque é falsa e primária.
O capitão está perdendo entre os jovens? Ponham-no numa roda de rapazes e moças, fazendo selfie e mandando que eles obedeçam aos pais.
Perde entre os católicos? Coloquem-no numa igreja, a falar com donas de casa para dizer que está dando dinheiro como caridade.
Tem poucos votos entre os brasileiros negros? Botem o Hélio Negão na sua cola.
Parece que fizeram uma leitura tosca das pesquisas e, como remédio para as fraquezas do “Mito”, definiram os cenários em que ele deveria aparecer.
Isso é primário, porque não considera que propaganda não é cenário, é identidade, desejo e engajamento.
É, essencialmente, benefício: em que minha vida vai melhorar e não necessariamente em termos materiais.
Pode ser, nos surtos de ódio, como em 2018, “metralhar”, destruir, condenar, por na prisão os que se desenhou como inimigos.
Fez-se isso, mas a vida real não mudou para melhor. Piorou.
O “marqueteiro original” de Bolsonaro, seu filho 02, é um pragmático. Sabe que Bolsonaro colecionou vitórias sendo o que é: tosco, grosseiro, extremista, violento e insensível.
E, agora que tem a força sob seu comando, golpista.
Em qualquer campanha de propaganda, deve-se saber o que se quer.
Bolsonaro, afinal sabe que não pode vencer um processo eleitoral baseado na razão e nos anseios da população, mas sabe que tem a cumplicidade de forças que podem ser mais fortes que o voto, desde que estejam excitadas e mobilizadas.
Pode escrever. O marqueteiro vai cair na maldição.
Carluxo rides again.