Em nome de Augusto Aras, a sua subprocuradora Lindôra Araújo pediu o arquivamento das investigações da CPI da Covid, que apontaram como charlatanismo as repetidas recomendações para que se usasse cloroquina, ivermectina e outros medicamentos ineficazes contra o coronavírus alegando que ele o fez “por acreditar sinceramente” em sua eficácia.
Segundo o entendimento da PGR, portanto, basta que o charlatão ou curandeiro acredite num remédio milagroso para poder, sem culpa, recomendá-lo abertamente, até mesmo, como fez Bolsonaro, em cadeia nacional de rádio e televisão.
Jair Bolsonaro, com a impunidade garantido, aproveitou para mostrar logo que não teme a lei e usou justamente os médicos para provar que pode ser farsante o quanto quiser, sem que ninguém reaja.
Hoje, diante dos dirigentes do Conselho Federal de Medicina e quase dois anos e meio depois do início da pandemia, que a custos imensos, vem sendo em grande parte contida e mitigada em seus efeitos pelas vacinas, ele voltou a desestimular a vacinação – “eu não me vacinei e não morri” – e a defender os tais pseudo-remédios, dizendo que “Eu que tomei cloroquina (…)me curei e no dia seguinte estava bom”.
O que fizeram os senhores doutores “bacanas”, quase todos muito ricos e distantes do drama da saúde pública do país? Aplaudiram-no, a maioria deles de pé, num acinte contra as quase 680 mil vítimas da doença no Brasil.
É inacreditável que a categoria médica vá continuar assistindo este grupo que se adonou de sua representação fazendo isso, por interesses politiqueiros.
Ou será que é medo de represália de um Conselho que tem poder sobre o exercício de sua profissão?