Chico Buarque, Jânio de Freitas e o antídoto para Merval Pereira

Ontem, o Merval Pereira, já de bola baixa como “jurista”, atacou de diplomata e, do alto de sua condição de informante da diplomacia americana, atacou a reação de Dilma Rousseff em adiar a visita aos EUA por conta da espionagem.

No seu artigo, dizia que “não falar fino com os Estados Unidos, e grosso com a Bolívia, afinal, é o que se esperava dela desde que a definição de nossa política externa foi dada no Teatro Casagrande por Chico Buarque, na campanha presidencial de 2010”.

Pois hoje, ao ler o Jânio de Freitas, lembrei dos versos do Chico, em ParatodosPara um coração mesquinho/Contra a solidão agreste/Luiz Gonzaga é tiro certo/Pixinguinha é inconteste/Tome Noel, Cartola, Orestes/Caetano e João Gilberto.

Pois, Merval, já que você não vai tomar o vinho carcerário, depois da tunda jurídica que lhe deu o voto de Celso de Mello, tome Jânio de Freitas, safra de hoje, com sabor de dignidade jornalística:

A RESPOSTA

A suspensão, sine die, da visita de Dilma Rousseff dá solução a duas questões.

A primeira foi a necessidade da soberania nacional de afirmar-se com uma resposta audível às várias transgressões implícitas na espionagem do governo americano a comunicações da Presidência, de partes do governo, de empresas e de cidadãos do Brasil. Uma agressão branca, na verdade.

A segunda é a limitadíssima possibilidade de respostas audíveis por parte do Brasil. Estão feitas críticas no sentido de que a atitude correta de Dilma Rousseff seria a negociação. É um desconhecimento, por certo de origem mais política do qualquer outra, das iniciativas adotadas: ministro da Justiça foi mandado a Washington, reuniu-se até com o vice-presidente americano, e mais recentemente lá esteve em busca de negociações o novo ministro das Relações Exteriores. Sem resultado. Não só neste caso brasileiro, negociações diplomáticas não fazem o gênero dos americanos.

Suspender a visita, descabida até pelas circunstâncias que a dominariam de um e de outro lados, tudo indica ser a única resposta mundialmente audível que o Brasil poderia dar. E deu.

Entendeu, Merval?

Fernando Brito:

View Comments (16)

  • Não vai entender nunca, nem com um desenho de Leonardo Da Vinci. Trata-se de absoluta obtusidade mental do imortal Merval.

  • É necessário desenhar, porém, SEM ESQUECER DA LEGENDA TAMBÉM!!!

  • De imortal, o Merval só tem sua estultície de cavaleiro do apocalípse do povo brasileiro; quero dizer o povo mesmo, os humildes e desabrigados, os que nem sabem para o que serve a ABL. Aliás, nem eu sei!

  • A classe média provinciana nunca foi acostumada a mudanças bruscas. Sua cultura é formada pelas revistas disponibilizadas nos consultórios de dentista e cabeleireiros, única razão da Abril influir tanto na cabeça destas pessoas. Com a chegada da rede mundial de computadores e do Governo do PT, o mundo exterior cresceu absurdamente, tornando ainda menor o universo dessa classe média , agora, mais do que provinciana. Ao que parece, criogenizada na Guerra Fria, imaginando que um dia eles serão libertados por John Wayne ....