China paga R$ 1,6 bilhão por banco no Ceará

Enquanto a Economist, Financial Times, além da mídia brasileira, ficam de mimimi em relação à economia brasileira, imitando a raposa da parábola que, sem alcançar o cacho de uvas, vai embora dizendo que elas não deviam ser gostosas, a China aumenta seus investimentos no Brasil. Comprou 20% do Campo de Libra, em virtude do que terá que ajudar o Brasil a pagar o custo de 400 bilhões de reais para tirar o petróleo lá do fundo, e agora comprou um banco no Ceará, pagando R$ 1,6 bilhão.

A informação é do jornal O Povo, do Ceará. Leia a notícia abaixo.

Bicbanco é vendido ao segundo maior da China

O valor do negócio foi de R$ 1,621 bilhão. A aquisição do controle do Bicbanco sela a entrada do segundo maior banco chinês no Brasil

A família Bezerra de Menezes, acionista majoritária e controladora do Banco Industrial e Comercial S.A. (Bicbanco) fechou ontem a venda da instituição para o China Construction Bank (CCB), segundo maior banco comercial na China e quinto maior do mundo. A operação, que marca a primeira aquisição do CCB na América Latina, envolve um montante de aproximadamente R$ 1,6 bilhão (US$ 740 milhões) pela parte adquirida.

Após a conclusão da transação, dentro de 30 dias, nos termos da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o CCB fará uma oferta pública obrigatória para a aquisição das ações de emissão da Companhia pelos acionistas minoritários. O maior acionista depois da família Bezerra de Menezes, o empresário Deusmar Queirós, disse que, inicialmente, não pretende vender suas ações.

Hoje a direção do Bicbanco faz uma conferência, em São Paulo, detalhando para todos os funcionários como fica a operação e gestão do banco. Uma fonte do mercado financeiro disse ao O POVO que acredita que os cerca de 500 funcionários, espalhados pelas 43 agências, serão mantidos pelo menos pelos próximos dois anos. Adiantou que era grande o desejo dos chineses de entrar no Brasil e eles buscavam o Bicbanco desde 2011. Pactual, Bradesco e Itaú, dentre outros também cortejavam o maior banco médio em operação e o sétimo maior banco privado brasileiro.

O economista Célio Fernando Melo, diretor da BFA, disse que o banco estava bem mas, como outras instituições de porte médio do Brasil e do Exterior, enfrentava problemas com liquidez e captação desde a crise mundial de 2008. Outra fonte do mercado diz que a exemplo de outros bancos teve problemas por causa da inadimplência seguida nos anos de 2010, 2011 e também com reflexo em 2012. “Mas o banco tinha caixa e patrimônio de R$ 1,9 bilhão e o índice de Basiléia, de 18,5, era considerado muito bom”, diz, considerando que com a crise tinha perdido rentabilidade.

Negócio positivo

O empresário Deusmar Queirós, que é sócio minoritário do Bicbanco há 30 anos, afirma que o banco estava sadio e que o negócio foi bom. “Acho que com os chineses o banco vai crescer muito”, avalia, ressaltando que vai disputar mercado com os grandes.

O CCB informa, por meio de sua assessoria, que o Brasil é estratégico e que o Bicbanco é o primeiro ativo da instituição de capital aberto, listada nas bolsas de Xangai e Hong Kong. Adianta que o CCB, com quase 60 anos de histórico operacional, deve ampliar a ações no Brasil. Seus principais negócios incluem serviços bancários corporativos e pessoais e operações de tesouraria.

O CCB está entre os líderes de mercado na China em diversos produtos e serviços, incluindo empréstimos para infraestrutura, financiamento imobiliário e cartões bancários, contando com uma extensa base de clientes, uma rede de mais de 14.000 filiais na China e em torno de 345 mil empregados. A estatal chinesa está expandindo ativamente sua presença no exterior e possui, atualmente, 68 instituições estrangeiras que cobrem 14 países e regiões. A rede do CCB no exterior inclui filiais em Hong Kong, Cingapura, Frankfurt, Johanesburg, Tóquio, Seul, Cidade de Ho Chi Minh, Nova York, Sydney, Melbourne e Taipé, bem como subsidiárias integrais e operacionais no exterior como CCB Ásia, CCB Rússia, CCB Internacional e CCB Londres.

Fernando Brito:

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  • Amabos negócios da China...para os chineses. Entretanto, como na década de Juscelino, dos milicos e de FHC, isto é péssimo para o Brasil. Os Chineses já perpetraram uma crise financeira terrível para os Malaios na década de 90, crise asiática. Crise finaceira tem a ver com liquidez e confiança não com nacionalidade.

  • Se hoje longe do cofre, aparece tantos ratos, imagina no Jardim comandado por FHC-entreguista ea Pravataria bombando. por isto o Brasil quebrou 3 vezes.

  • Herr Mombach. Relembrar é viver. Qdo Santander comprou o Banespa, o que foi a operação
    Em tua opinião? E a venda da Vale a preço vil? E a vendas de ações da Petrobrás na bolsa de NY? Com os chineses não pode. Só com os matinês?? Vai ser patriota lá em Ohaio.

  • Só do Ceará chegaram recentemente duas notícias que desmentem esse papo de que os chineses estariam recuando dos investimentos no Brasil.

    A primeira é essa da venda do controle acionário do Bicbanco, de propriedade da família cearense Bezerra de Menezes, para os chineses.

    A segunda foi o anúncio semana passada de que os chineses vão construir uma fábrica de motocicletas no município de Amontada, no litoral oeste do Ceará.

    Não sei que "recuo" é esse dos chineses, pois na prática estou vendo o contrário.

  • Eita que agora tá cheio de bilionário aqui no Ceará.

    Já não bastasse o Ivens Dias Branco, o homem cujo biscoito todo mundo come (sem maldade), agora tem também a família Teles, que vendeu a Ypióca para a Diageo por mais de 1 bilhão de reais, e agora a família Bezerra de Menezes, que vendeu o Bicbanco pros chineses também por mais de 1 bilhão.

    Ô terra pra dar bilionário!