Com quem o Johnny é bravo, com quem o Johnny é manso…

Erra quem pensa que Jair Bolsonaro deu uma “mancada” ao se comparar a um personagem descerebrado de desenho animado, o Johnny Bravo ou foi abominavelmente grosseiro com o “eu ganhei, porra” dito ontem numa entrevista preparada para a performance, que resultou num vídeo ridículo, espalhado por seus simpatizantes.

Jair Bolsonaro não pretende nada além de se manter em alta com os imbecis, os adolescentes tardios, os irreversivelmente acanalhados e os palermas que acham que um valentão é o que o Brasil precisa, não importa que “de mentirinha” e tosco como o bobalhão do canal teen Cartoon Network.

Está se lixando para as caretas que lhe possam fazer apoiadores como Merval Pereira, os donos dos bancos, a Fiesp e a turma da bufunfa, todos, aliás, já acostumados à necessidade de ter um clown para entreter as massas e permitir que delas se tome o país e qualquer traço de civilidade.

Sabem que, para o dinheiro, para os grandes ruralistas, para uma elite militar apodrecida pela fixação no “perigo comunista” e sobretudo para o capital estrangeiro, o Johnny é manso, dócil, servil.

A escolha do personagem acaba por revelar muito sobre o Jair-Johnny.

Fui ler uma interessante análise do desenho animado, feita por Victor C. no Medium, com esta descrição irretocável:

(…)o que evidencia a ideia de “macho alfa” dos criadores do desenho é a personalidade de Johnny. Pra começo de conversa, ele é uma porta. Não só pelo seu físico, mas por ser burro. Não tem dois jeitos de dizer isso. Johnny é burro, infantil, e muitas vezes é retratado como socialmente inepto. Além disso, ele é um narcisista, obcecado com sua própria beleza e incapaz de passar por uma superfície refletora que seja sem elogiar sua própria imagem.
O que Johnny vive de fazer, em todo santo episódio, é cantar mulheres. Ele seria capaz de largar a apresentação da sua tese de mestrado pra assoviar para uma mulher atraente na rua. Como de se imaginar, sua abordagem é invasiva, agressiva, desrespeitosa e até, em um caso ou outro, criminosa. Não só Johnny faz zero esforço para esconder o quanto ele vê aquela mulher como um item de colecionador, ele também não oferece muito espaço para conversar com ela, preferindo entrar em monólogos sobre seu bíceps e topete loiro enquanto espera que a pobre coitada vá automaticamente cair na dele.

É mesmo a um sujeito assim que estamos reduzidos a ver como presidente.

Fernando Brito:

View Comments (28)

  • Nem sabia desse desenho animado.

    Vê-se que Boçal Nato sempre despendeu muito tempo com "cultura".

  • O Boçalnato está curtindo com nossa cara dando uma de o abilolado endoidou porquê tem o apoio do Trump. Sim enquanto o abilolado tupetudo estiver a frente do governo dos Estados Unidos o daqui vai deitar e rolar sobre nós pobres mortais. É só ver como as instituições estão paralisadas diante dos desatinos do psicopata presidente. Se Trump se reeleger lá pobre de nós aqui porquê representará a continuação da escalada da extrema direita sobre as nações, ou seja, buscarão eleger mais governantes fascisyas.

  • Lembrei de uma passagem na vida de um outro estúpido, Ronald Reagan. Sem nem saber do que tratava a letra de Born in the USA, ele falou dela em um pronunciamento. O bobão julgou que se tratava de uma música patriótica so por causa do nome. Os poucos neurônios que Bozo tem no interior da caixa craniana devem ter funcionado de maneira semelhante.

    • Esses poucos neurônios que restaram, estão agora entrando em CRASH e ele vai começar a morder em questão de dias.
      O alerta é para todos ficarem bem afastados.

  • É manso com o negão seu primeiro damo e corno com micheque a terceira dama.Tudo pela família.

    • Concordo cem porcento, o capitão-valentão é, na realidade, um tremendo covarde, um verdadeiro capitão-cagão. E é uma vergonha para o Brasil e para todos os brasileiros ter esta triste figura como presidente.

  • Como se costuma dizer na rede, sobre Bolsonaro: Parabéns aos envolvidos !

  • Ele tambem se parece com Capitão Man do seriado Henry Danger da Nickelodeon. Um canalha que acha que faz algum bem as pessoas mas que nao passa de um imbecil infantilizado.

  • Tem um episódio no desenho em que o Johnny deseja que nunca tivesse existido e o mundo se torna um lugar melhor sem ele.

  • Bolsonaro continua com suas elucubrações sobre a Amazônia, que mais parecem uma tentativa de disfarçar o que ele já falou, que quer que os americanos venham "desenvolver" aquela região. Certos círculos vetustos criaram uma mística sobre ela que está totalmente superada, e eles parecem não saber disso. Nossos problemas ambientais com relação ao desenvolvimento são mínimos e perfeitamente equacionáveis. Agora, os Estados Unidos sim, têm grandes problemas nesta área, porque, para sustentar uma guerra econômica sem quartel para tentar manter sua declinante hegemonia, já rifou a água de seu subsolo e até problemas sérios com reservas indígenas estão tendo, o que por aqui não há razão para que existam. O aquecimento global para eles tem que ser uma mentira de qualquer maneira, senão eles terão de apagar caldeiras e a China vai deixá-los a comer poeira. Mas nós, não estamos em guerra econômica com ninguém, não precisamos deixar de prestigiar nossos índios, a etnia fundadora da nacionalidade. Ninguém é contra o desenvolvimento sustentável da região amazônica, através de projetos sérios e ambientalmente corretos. A raiva escandalosa com que o general Heleno aborda este tema, seguido por seu discípulo Bolsonaro, não tem nenhuma razão de ser. Há bastante tempo que Heleno chama a atenção para o perigo de haver reservas na fronteira, que depois poderiam ser reivindicadas por lideranças indígenas para formar países independentes, com o apoio de nações desenvolvidas e da própria ONU. Esta preocupação deixou de existir há décadas, mas continua sendo pretexto para atacarem os ambientalistas e os conservacionistas e os defensores dos índios. A partir de 1964, o Exército concebeu um plano de ocupação da Amazônia que incluía grandes obras de infraestrutura, e que em parte foi implementado. Com a continuidade, observa-se que a ocupação desordenada poderia deixar de racional e passar a ser predatória, transformando em cinzas incalculáveis riquezas florestais, por um pseudo progresso que não compensava nem economicamente e nem socialmente. Hoje, com os avanços experimentados pelo país, já pode haver progresso ao lado da sustentabilidade, não a sustentabilidade de Bolsonaro, mas a que a ciência e a técnica proporcionam. O INPE é um dos instrumentos que propiciam a sustentabilidade, e deve ser mantido escorreito. Outro instrumento poderoso foi o próprio Exército, que através de um trabalho gigantesco conseguiu mapear floresta a dentro todas as curvas de nível de todo este mundão amazônico, proporcionando a exata localização e as características de qualquer propriedade que lá exista. Outro instrumento fabuloso foi a nova lei de defesa florestal, que após ser longamente debatida no Congresso, foi aprovada até pelos ruralistas e estipula o que pode e o que não pode ser explorado, e como. O Brasil avançou muito, e eles ficaram aferrados aos problemas e limitações dos anos 60 do século passado. O único motivo com alguma racionalidade para ainda sustentar a tese do Heleno seria a institucionalização de certas reservas de fronteira, como a dos Yanomamis e a dos Macuxis na Raposa Serra do Sol, ambas em Roraima. Na dos Yanomamis, dividida com a Venezuela, este problema não existe. Na dos Macuxis, realmente problemática, desde que há macuxis também na antiga Guiana Inglesa e poderia haver uma tendência de unificação étnica, o problema foi contornado com a instituição de uma larga faixa de fronteira sob os cuidados do Exército do Brasil, separando a terra macuxi brasileira da terra macuxi guianense. Esta solução se deu graças aos esforços do ministro Carlos Alberto Direito, do Supremo Tribunal. É preciso observar que toda esta terra macuxí era una e foi reivindicada pela Inglaterra no começo do século. Sua posse brasileira foi defendida na Itália por Joaquim Nabuco, tendo o Rei da Itália, que serviu de mediador, decidido pela repartição da posse meio a meio entre o Brasil e a Inglaterra. Afora isso, o que está acontecendo é uma sanha por terras e por minérios por parte de gente sem escrúpulos que patrocina quase sempre exploração predatória e agora, para cúmulo dos cúmulos, se vê estimulada a invadir a terra dos índios e a matá-los, seja lá por qual motivo for

    • Na verdade o Heleno não quer perder a "contribuição" que viría das mineradoras canadenses e americanas e que provocarão mais estrago na Amazônia do que o alimentado "perigo" (por eles ,para "justificar" a sua existência )das reservas transformadas em territórios independentes.
      Eles estão entregando o Brasil de mão beijada para os gringos ,de que preocupação nacionalista esses genocidas podem falar ??????
      BRASIL NUNCA SERÁ INDEPENDENTE ENQUANTO CONTINUAR A SER ALIMENTADA A CULTURA SUBMISSA AO IMPÉRIO NESSA ORGANIZAÇÃO.

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