Comandante, não ofenda o Exército

A Folha informa que o Exército diz que não indicará um substituto para o coronel que se dividia em auditar o sistema eleitoral e desmoralizá-lo em postagens na Internet.

Reclama que seu descredenciamento foi “baseado em “apuração da imprensa” e de forma unilateral, sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta ao Ministério da Defesa ou ao Exército Brasileiro.

E desde quando “apuração da imprensa”, apoiada em “prints” das publicações do coronel, não prova o desvio de comportamento de um alto oficial militar? Algo contra quem apura informações que estão públicas?

A coisa é pior, senhor comandante do Exército e é mais grave do que o próprio comando não ter detectado a atividade política deste oficial, proibida pelo Regimento Disciplinar a que, ao que parece, os senhores dão tão pouca importância, entre outras pérolas, ter se referido a uma senadora da República, Simone Tebet, com palavras tão gentis como “vaca vota em vaca”.

O Exército que tem de proteger um país em tempos de guerra tecnológica não sabe “dar um Google”?

Mas, de novo, é ainda pior.

Bastaria ter perguntado ao indicado se, alguma vez, por qualquer meio, já tinha se manifestado sobre o sistema que, em tese, deveria auditar. O dever de lealdade a seus comandantes faria dizer que sim e, com os agradecimentos de praxe, dispensá-lo da missão.

Assim mandariam os deveres de honra e lealdade que, noutros tempos, foram caros a esta Força.

Quem está sendo ofendido com as suspeitas, não é o coronel tuiteiro, é o Exército Brasileiro, quando o comando, pior do que ter se revelado tolo, o que todos podem ser, ou desidioso, coisa que não se pode ser, mostra-se cúmplice, o que jamais se pode aceitar em um comando militar.

Quando seus generais perdem a noção disso, quem paga é a instituição.

Fernando Brito:
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