Não há conflito, seja briga ou batalha, mais danoso que aquele que é desnecessário.
A decisão da juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara da Justiça Federal em Brasília, proibindo as comemorações – ou “rememorações, se assim quer Bolsonaro – dos 55 anos do golpe militar de 1964 foi o corolário de uma pataquada que em nada serviu aos militares, mas que se prestou, isso sim, ao uso político-ideológico das Forças Armadas para a promoção do presidente.
Será que eles próprios, que tanto falam em “guerra psicológica”, em “brasileiro contra brasileiro”, em radicalismo e intolerância como se estes fossem métodos da esquerda, não percebem que Jair Bolsonaro tirou da cartola esta história e a usou para insuflar os grupelhos que o acompanham gritando “intervenção militar”?
Será não vêem que foi ele quem – já num momento difícil, quando tentam emplacar recomposições salariais – colocou as Forças Armadas como ambiciosas de tudo, inclusive do poder civil?
Que aquilo que o presidente fez lhe serve politicamente, porque ele quer o lugar do “prende e arrebenta”, do macho armado, do que resolve na bala, o de promotor da divisão, enquanto nossas Armas querem (ou deveriam querer) o contrário, o de instituições serenas e unânimes, aceitas e reconhecidas por todos?
Se os nossos generais não percebem que Bolsonaro foi, deliberadamente, arrancar cascas de feridas para que elas sangrem, francamente, não percebem mais nada.
Já não duvido disso, diante do fato de terem patrocinado a ascensão de um capitãozinho tosco ao posto de seu comandante supremo.
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Na verdade, um tenente. Só ganhou mais um posto por ir pra reserva.
E fugiu para a reserva, porque é covarde, porque viu que seria processado e defenestrado do Exército.
Que o protegeu e premiou com uma aposentadoria em vez de uma cela como terrorista.
Dá para imaginar um civil, no ato de aposentadoria, ser promovido para que tenha uma renda melhor?
Os civis já se dão por muito satisfeito se não lhe tosarem metade do salário, o que normalmente acontece se ganha mais do que o salário mínimo.
E, no cado do Bozo, com uma agravante sobre o privilégio. Ele estava por ser expulso pelo cometimento de crimes. A promoção justa teria sido de tenente a presidiário, este a "patente" adequada para quem seja flagrado tentando explodir bombas e por pessoaa em risco, seja em quartel, na rua ou em qualquer outro local, com ou sem farda!
Forças armadas que só agiram para massacrar paraguaios enriquecendo caxias, pagar mico na Itália e perseguir brasileiros pensantes. Estão 100% coerentes com o que sempre foram: maravilhas mal uniformizadas
Uma coisa é criticar o comportamento das forcas armadas, outra é jogar lama nos brasileiros que lutaram bravamente na Italia, e reagiram à invasão do Brasil pelo Paraguai do ditador Solano López. Estude história e não desrespeite a memória de brasileiros de valor.
Ao criticar a FEB você faz o mesmo que os militares que critica. Eles elogiam o golpe e não dão valor aos nossos pracinhas.
As nossas forcinhas armadas pode ser qualquer coisa de insignificante e abjeta. Soberania e forcinhas armadas não tem nada a ver. Entreguismo e mesquinharia tem tudo a ver com as nossas forcinhas armadas.
Alguns dizem que foi no governo de JK que se desenvolveu o aparelho repressivo do Estado Brasileiro e que ocorreu a mudança ideológica crucial no papel das Forças Armadas, passando da defesa do território nacional para uma estratégia de contrainsurgência e hostilidade internas e alinhamento subalterno ao governo dos EUA. Porém, durante muitos anos, as esquerdas acalentaram a crença na contraposição entre um núcleo “nacionalista e legalista” e outro “entregista e golpista” no seio de nossas forças armadas, da mesma maneira que acreditaram na contraposição entre uma “burguesia” “nacionalista e democrática” e outra “entrenguista e antidemocrática”. Porém naqueles momentos decisivos e cruciais de nossa história como em 1964 contra Jango e o PTB e agora em 2014 contra Dilma e o PT essas ilusões se desfizeram como nuvens no deserto e pudemos ver a única cara e o único comportamento possível para as "elites" latino americanas na periferia do sistema capitalista. Só existe uma "burguesia" e uma "força armada" no Brasil e elas são entreguistas, golpistas e antes de mais nada anti-democráticas. Ou enfrentamos como povo e cidadãos essa realidade ou vamos assistir a esse ciclo interminável de Golpes, Ditaduras e transições democráticas incompletas que desaguam em outro Golpe.
Reflexivo e em minha opinião de espectadora da história nacional, perfeita.
concordo com você.
Excelente abordagem.
A elite e a classe média(Nem todos) brasileiras sempre foram assim: escravagistas, racistas, entreguistas, anti-povo, anti-nacional, anti-democráticas, submissas aos interesses dos EUA, contra o progresso porque ele beneficia também os mais pobres. Se orgulham de ir aos EUA comprar roupa de bebê, gostam de desfilar com produtos importados similares aos nacionais comprados a prestação. Os comandos das forças armadas e do judiciário são representantes delas, nunca se importaram com a defesa nacional e nem com os interesses do país.
Os cordões do Bolsonaro estão sendo puxados em Richmond, Virgínia. Não há dúvidas de que estas manobras refinadas de maquiavelismo vêm de fora do Brasil. Do "Gênio do Caos", o Olavinho. Ele deve achar essencial para o progresso da implantação da futura ditadura bolsonariana a total sujeição do poder político dos militares a seu comando, e tomou esta decisão quando viu que o General Mourão estava saindo fora dos trilhos olavistas. Para manter o domínio externo sobre o Brasil, é essencial aprofundar o fosso que separa os militares da sociedade civil brasileira e exacerbar a antiga inimizade entre militares e civis, sobretudo civis progressistas e nacionalistas.
amigo, os cordões são puxados em Washington, D.C. Recomendo a leitura de "Guerras Híbridas". A NSA, a CIA e outras agências do imperialismo, que não prestam contas nem ao Presidente de plantão, nem ao Congresso. O chamado "Deep State". Se ler em inglês, leia "Disrupt and deny" sobre as "covert ops" dos serviços ingleses, na mesma linha de sabotagens, interferências e golpes. Ou "A Desordem Mundial", do Prof. Moniz Bandeira. Ou os livros traduzidos de Noam Chomski e Domenico Losurdo. Todos os livros são fartamente documentados, com indicação das fontes.
Primeiro, Richmond, subúrbio de Washington. Depois, o Olavinho pega o bonde e presta contas a Washington. É assim que funciona a terceirização da guerra híbrida. Washington não vai sujar as mãos com os cordões de Bolsonaro quando pode mandar o Olavinho fazer isso. Na verdade, tudo vem muito acima de Washington, vem de Wall Street, que é a capital dos neocons e do Deep State, e também do Vale do Silício, onde têm curso as mais terríveis experiências de governança tecnológica de futuras ditaduras de extrema direita. É no Vale do Silício que gente (?) como o Steve Bannon vai beber suas ideias.
A última reflexão de Moniz Bandeira antes de morrer, fartamente divulgada pela mídia, é que um governo de militares seria a única possibilidade de salvação do Brasil, que já estava sendo esquartejado e exposto aos abutres internacionais durante o governo Temer. Ele pensava que resquícios de nacionalismo poderiam levar os militares a defender algumas das estruturas que fizeram o crescimento econômico e social do país nos últimos anos, mantendo-o vivo e em condições de recuperação. Infelizmente, isso até agora não tem acontecido, e não se pode dizer que os militares não estão no poder.
Com certeza. Tudo é exatamente como você expôs. A menção que você fez ao verdadeiro poder (o capital financeiro, Wall Street, a City de Londres e mais algumas corporações - cerca de vinte e oito ao todo, acho que está no livro do Piketty) é peça essencial para se compreender a dinâmica de dominação/espoliação que move o imperialismo. Governos como o americano ou o inglês são apenas administradores que obedecem aos imperativos dos Senhores do Mundo (pode parecer teoria de conspiração, mas é uma verdade bem assente em fatos, documentos e evidências). É provável que estejamos, como civilização, na iminência de um colapso ambiental e social, que levará à uma nova Idade das Trevas os poucos que sobreviverem às guerras e à fome. Lembro de um dos livros de scifi mais sombrios que já li: "Um Cântico para Leibowitz".
Alecs, a propósito dos Senhores do Mundo, digite "the 28 biggest banks" no google e veja o art. do businessinsider.com que a busca retorna.
O mais curioso desses apoiadores do Bolsomiliciano é que eles são radicalmente contra a "ditadura" na Venezuela, onde o presidente foi eleito pelo voto direto da população. Haja alfafa pra essa manada, gente!!
vai faltar alfafa. sua observação revela corretamente a total imbecilidade e incapacidade analítica desses 55 milhôes de idiotas que votaram nesse estrupício tosco, ignorante, grosseiro e inepto.
Milico é burro mesmo, não tem jeito, a burrice faz parte da "cultura" deles.
Será que eles não percebem que não existe , nem nunca existiu comunismo no Brasil? O Bundaleone e sua Armada de panacas meteram nas suas cabeças de coco, que ser de esquerda ou de centro esquerda é ser comunista. Isso é de uma ignorância cavalar, e os milicos entram nessa jogada tosca de quem não pensa ou pensa pouco.
Até nos USA tem centro esquerda que seguidamente está no poder, que são os Democratas. Mas aqui a turma sem noção da direita xucra, como diz o próprio direitista Reinaldo Azevedo, pegou essa idiotia para chamar qualquer pessoa que pense diferente, ou só pense, já que eles não pensam, de comunista. Isso é burrice galopante, que o Burronaro colou na testa da milicada inteira, que vinha lentamente se recuperando da fama de mentecapta, mas que a partir de agora não será só um sticker, mas uma tatuagem permanente,
Eles dependem desse comunismo de araque, serve apenas como a desculpa esfarrapada, nao acredito que tem gente " esperta de bem" que acredita nessa lorota.
Excelente análise! parabéns!
Não ofenda os burros, por favor.
Os militares se prestam a todo este circo, porque estão onde sempre buscaram estar (por “aproximações sucessivas” e outras, nem tanto): No Palácio do Planalto e nos ministérios.
Comedimento, serenidade e trabalhar pensando somente na Defesa nacional?Não, obrigado.
Ainda que nenhum presidente antes de Bolsonaro, tenha efetivamente se negado a manter boa interlocução com o oficialato das 3 Armas, ter “apenas” o posto de comando sobre as tropas e ficar abaixo do Ministério da Defesa, era muito pouco para quem acha que o país tem uma dívida de gratidão com suas tropas.
Não por manterem a soberania intacta, através do desenvolvimento independente e inclusivo. Isso é “coisa de comunista”. Mas, como disse o general Pujol, por terem evitado a implantação de uma ditadura comunista (que ninguém sabe ou nunca viu. Mesmo fazendo um esforço tremendo, para considerar os sindicatos da época, como “revolucionários”).
Os próprios americanos zombavam do fanatismo anticomunista dos militares brasileiros:
Em telegrama secreto enviado de Brasília, em 30 de janeiro de 1976, pelo então embaixador, John Hugh Crimmins, o governo brasileiro é retratado como “controlado e apoiado por militares conservadores que são fortemente anticomunistas – às vezes até paranoicos – e aliados a “uma elite temerosa da massa e de seus representantes”.
“Em sua maioria, os militares estão convencidos de que o Brasil tem sido e continua sendo um dos alvos principais do que é chamado, com as letras iniciais em maiúsculas, "Movimento Internacional Comunista”, ironiza Crimmin. http://www.ebc.com.br/cidadania/2013/04/wikileaks-eua-consideravam-governo-militar-paranoico
Foi apoiado nesse fanatismo dos militares que o Olavinho montou sua tentativa de implantação da ditadura bolsonariana. É por isso que ele ficava desesperado quando seus discípulos insistiam no "combate à corrupção". Dizia sempre, apoplético, que o caso não era combater a corrupção, mas sim, o comunismo!
Concordo.
Só acho que esse fanatismo, por parte dessas figuras do Alto Comando e da reserva, está mais para desonestidade intelectual do que crença fervorosa, como é o caso de Olavo.
Já percebi que, ao longo de nossa história, os militares usam isso como uma justificativa para sua sede pelo poder.
E por sua permanente vontade de reduzir sua subordinação ao poder civil. Desde os tempos do Império, diga-se de passagem.
Temos de admitir que vivemos numa República das bananas, mesmo.
Onde já se viu, em pleno século XXI, em países desenvolvidos e razoavelmente civilizados, as Forças Armadas tentarem disputar espaço com os poderes eleitos, como se fossem atores políticos?
Só com muito “Deus, pátria e família” mesmo, para mascarar a própria falta de vergonha na cara.
O Olavinho não acredita em nada, mas serve a grupos da extrema direita americana. Já os militares, desde quando cederam à lábia do agente subversivo dos barões do café, o paulista Francisco Glicério, e quebraram os votos da fidelidade devida ao defensor perpétuo do Brasil, nunca mais se aprumaram. Deixaram de ter o alto status de exército e armada imperial, a segunda maior armada do mundo, e mergulharam na tenebrosa ditadura da Velha República por trinta anos, conformados com seu sucateamento, relegados, desatualizados e sofrendo de abandono total. Só saíram deste infame destino depois que Getúlio Vargas firmou contratos de modernização, inicialmente com a Alemanha, depois com os Estados Unidos da América.
Brito, pq vc continua tratando os militares como uma força racional, razoável, civilizada ou algo do tipo?
Eu acredito que se você partir da premissa que os militares tem exatamente o mesmo pensamento de Bolsonaro em todos os temas, com diferença de esconderem melhor, a análise do cenário fará todo o sentido.
Nao existe nacionalismo, democracia, soberania, civilidade na cabeça desses caras. Já são em sua maioria pessoas vindas de famílias ricas, altamente reacionárias e deslumbradas com o exterior. Nacionalismo zero. E na carreira aprendem a mandar e serem obedecidos sem contestacao. Democracia zero. Os poucos que se salvam por um motivo ou outro evidentemente jamais embarcariam neste governo.
Vc acha mesmo que os generais são críticos da ditadura? Acha que tem projeto de um país grande e soberano? Acabaram de entregar a Embraer e de aceitar general brasileiro recebendo ordem de sub do sub americano. Acha que tem apreço pelo povo? Veja o que pensa o Mourao sobre branqueamento da raça e salário mínimo...
Esses caras não merecem deferência nenhuma e não fizeram nada para merecer a nossa suposição de que são de alguma maneira melhores que bolsonaro. É tudo a mesma sopa.
Acrescentaria que nos domingos à noite assistem ao Faustão, como qualquer dona-de-casa alienada. Mas mantêm aquela aura de cultos e preparados, de quem ocupa seu tempo com inteligência e visão crítica acima da média.
Perfeito, nunca se preocuparam com o país. Ao longo da história sempre estiveram ao lado da elite reacionária e mesquinha que sempre tivemos no Brasil. Sempre viraram as costas para o povo, sempre lutaram para manter seus privilégios e da elite que eles adoram
São cachorrinhos bem mandados
Desde 1985 que os sucessivos governos civis tentam alterar a grade curricular das Academias Militares. AMAN à frente. Os civis, evidentemente, não lograram êxito porque os militares se ensimesmaram na caserna. Por isso mesmo que os generais de hoje pensam exatamente como os seus pais e avós de antanho (1964) pensavam, todos eles órgãos do exército americano. E porque os filhos estudaram nos mesmos rotos alfarrábios dos ascendentes, continuam seguindo a tradição de olhar debaixo da cama, depois do jornal nacional, e antes de dormir, com arminha em punho, à procura de algum comunista infiltrado.
Perfeito, Bernardo!
Ando meio esquecido, por favor, cite dois intelectuais que vieram do exército. Nelson Werneck Sodré e Euclides da Cunha? O último não conta pois não era propriamente um militar de carreira
São traidores da patria. Simples assim. Não por acaso preferiram ressuscitar o general silvio frota ao general presidente ernesto geisel q, bem ou mal, mesmo sendo ditador, era nascionalista e patriota, menos ruim q o seu oponente silvio frota. A pergunta q não quer calar: se não servem para defender o país, os interesses do Brasil para q forças armadas? Representam gastos inuteis e contrários aos interesses do Brasil.
Você tem toda razão, vejam o caso do Capitão Tinder! A doutrina das forças armadas, aquela que rege, que guia suas ações, é ainda a do inimigo interno. Para a corporção inimigo é o estudante que vai à rua protestar, é o camponês que luta pela terra, o operário que exige melhores salários. Inimigo em suma é o povo consciente. Eles não se enxergam como parte do povo. Ledo engano. Imaginem a cara do Trump, por exemplo, apertando a mão do “mestiço” Mourão. Talvez eles se olhem no espelho e vejam um caucasiano puro. Ser brasileiro, para os que chegaram aos altos cargos de comando das FA não é motivo de orgulho é fardo. Isso explica muito da incapacidade das nossa FA de pensar um projeto de nãção como potência militar. O alto comando está mais para exército de ocupação dos inteteresse dos patrões estrangeiros. O Brasil precisa de uma forças armadas que defendam os interesses de um Estado Nação Brasileiro. Hoje lá dentro é um amontoado de interresses pessoais, cada querendo se dar bem, subir na carreira etc. O que os de baixa patente não perceberam é que os de cima formam uma casta, um clube e que a margem para capitões tinder se tornarem generais é remota, inclusive para esse militar infiltrado que está nos monirando agora.
Nas FFAA falta Racionalidade e sobra Insanidade.
exatamente!
Bernaro resumiu o braziu num post. parabéns pela clareza de raciocioniio, depois dessa só nos resta chamar o Chapolin, que é quem poderá nos defender. Concordo plenamente.
Eu diria que "os militares" foram cooptados pelo capitalismo mais tosco, aquele que só enxerga o curtíssimo prazo, do tipo que vende a casa e vai morar de aluguel e sem poder controlar os reajustes, fica à mercê do proprietário.
Tudo pelo que lutam os militares atuais é pelo seu quinhão na pilhagem.
Bernardo falou tudo. País de bosta, nem os militares o defendem!
O desqualificado de chinelos não tem a MENOR idéia do que está fazendo ao país porque é simplesmente BURRO DEMAIS.