Conciliar com Bolsonaro é colaborar com a morte

Patifaria, chantagem, mortes, colapso, ameaças, xingamentos, fanatismo político-religioso.

Lamento, caro leitor e distinta leitora, mas é só isso que cresce neste país.

O Poder Judiciário, ponto de partida desta temporada de horrores começada há quase sete anos, agora é o alvo da máquina de monstruosidades que ele próprio permitiu que fosse criada.

Impeachment no STF! Este brado do bolsonarismo é a forma de fazer com que – e não sem apoio interno – se avance no aplastramento de tudo o que resta da ordem constitucional e dos princípios civilizatórios.

É o que fica mais que evidente com a divulgação da gravação) entre Jair Bolsonaro e o personagem Jorge Kajuru.

Os ministros do Supremo o compreendem, como se vê na nota publicada por Mônica Bergamo, na Folha, onde dizem, em off que “foi um teatro armado pelos dois para constranger ministros da Corte”.

É provável, mas passaram do ponto e, agora, noticia-se que o filho-senador vai levar o colega Kajuru ao Conselho de Ética, para livrar a cara do pai.

Não livra, porque disse exatamente o que disse, com o seu “imbroxável” espírito de porta de botequim.

Como não se move do papel de paspalhão empertigado o presidente do Senado, agora o palco desta inacreditável pantomima, um escárnio com um povo que vê morrerem, todo dia, milhares de pessoas, enquanto ele repete “precisamos nos unir”. Unir, sr. Pacheco, só se for em orações pelos mortos, embora haja boa certeza de que nelas não estará Jair Bolsonaro.

Não há lugar mais para estes “mimimis”.

Pretender “pacificação” com o governo Bolsonaro e seus apoiadores é aceitar colaborar com um inimigo deste país, um destruidor desta nação, com um, como gosta ele de dizer, um patife.

 

Fernando Brito:
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