Conspiração contra Ciro e Maia, mais uma dos ‘lavajateiros’

As mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato conspirando contra Ciro Gomes e Rodrigo Maia, reveladas na CartaCapital, em reportagem de Glenn Greenwald e Victor Pougy, mostram mais do mesmo: a Força Tarefa de Curitiba era uma organização criminosa, paga com o dinheiro público, que perseguia (literalmente) objetivos políticos completamente estranhos ao seu papel institucional.

Caça-se “alguma coisa” para ser usada contra Ciro e seu irmão, Cid Gomes, e debatem como Sérgio Moro deve usar a Polícia Federal – ele já no Ministério da Justiça – para atacar o então presidente da Câmara por sua oposição ao “pacote anticrime” na formulação na qual foi enviado pelo ex-juiz ao Congresso.

Aliás, é preciso ver se as ganas de procuradores de fazer um “arrastão cível” contra Ciro não estão por trás da inexplicada “busca e apreensão” sofrida pelo presidenciável do PDT e por Cid.

A rigor, nada disso surpreende mais ninguém. A única surpresa é que esta turma não esteja, toda ela, respondendo processos éticos e seja exemplarmente punida, para que a corporação fique claramente advertida de que transgressões éticas e uso do poder de que institucionalmente dispõe não é uma brincadeirinha na qual possam se juntar como bando de escolares travessos, para dar vazão às suas preferências políticas e ódios ideológicos.

Se o Ministério Público quer voltar a ter o respeito que teve nos governos petistas, escolhendo pelo voto da categoria o Procurador Geral da República, precisa, antes, demonstrar que está disposto a expelir ou “encostar” os que fizeram dele trampolim para carreiristas irresponsáveis e criminosos.

Do contrário, mesmo com toda a sua boa vontade com a instituição, apesar do que ela – como negar que o apoio aos lavajateiros, no MP, era maciço? – Lula terá todas as legítimas razões para não se submeter a nomear um PGR escolhido pela corporação, tal como fizeram Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Até porque um Ministério Público que não pune seus integrantes que conspiram contra a lei não pode pretender ser fiscal de lei alguma.

 

Fernando Brito:
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