O Globo publica estudo da badalada consultoria Tendências em que se dá números às expectativas dos brasileiros sobre o desempenho de sua renda em 2021 e nos próximos anos.
Segundo as projeções da consultoria, só entre os mais ricos – os considerados da classe A, a renda vai aumentar no ano que vem, diz o jornal: ” São famílias que têm renda domiciliar a partir de R$ 19,4 mil por mês e representam apenas 3,4% dos lares”.
Para o 96, 6% “restantes”, só perdas e, pelas contas dos economistas, os mais pobres “devolverão” tudo o que ganharam com o auxílio emergencial. Mas não só eles: também a classe média – com renda entre R$ 6,2 mil e R$ 19,4 mil – vai penar em 2021 e, que me perdoem os consultores, o de 2022 em diante é mais desejo que realidade o que se prevê para a economia.
Ninguém pode prever com o mínimo de acurácia o quanto a economia mundial vai se recuperar e só um louco se atreveria a afirmar que um país como o nosso, embora cheio de potencial tenha algum fator, salvo um imponderável e improvável apetite de investidores estrangeiros, para alçar voos mais altos do que os de uma galinha.
Não há política econômica ( e grandes possibilidades de crise política) e, salvo se sair do Congresso algum milagroso subsídio para a população de baixíssima renda, o primeiro trimestre – e talvez mais tempo – do próximo ano será um “espetáculo do empobrecimento”.
No jornal, Marcelo Neri, diretor da FGV Social, estima que mais 15 milhões vão cair na pobreza, com o fim do auxílio:
O filme, de fato, é de horror.