Conversar nunca é crime. Mas o que se quer com a história “Dilma e FHC”?

Não creio muito nesta história de Dilma estar atrás de uma conversa com Fernando Henrique Cardoso.

Não porque não deva ser vista como normal uma conversa entre figuras públicas, ainda mais uma Presidenta e um ex-Presidente da República.

Ao contrário, ela deveria ser sempre possível e eu próprio vivi muitas situações deste tido, com Leonel Brizola. Nuca houve, fora das “patrulhas ideológicas” nenhum problema em conversar com Figueiredo, Collor e Itamar, quando era governador do Rio.

Recusa, mesmo, só com Sarney, a quem chamava de “energúmeno” pelo nível criminoso de discriminação que este assumia em relação ao Rio de Janeiro.

(Para que se tenha uma ideia, nem os recursos dos royalties do petróleo eram pagos, embora já aprovados legalmente. Sarney empenhou-se em que o pagamento só se desse após o termino do primeiro governo de Brizola, com a posse de Moreira Franco).

Mas o que está por trás desta história da conversa de Dilma com Fernando Henrique Cardoso, tão alardeada nos jornais?

Lula desmentiu que estivesse intermediando encontros e FHC disse, com certos “maus bofes”, que Lula tem seus números de telefone.

Tudo indica ser obra de gente “muy amiga”, que usa sua proximidade ao Governo para produzir suas intrigas canhestras.

Essencialmente, um jogo de esperteza, não de sinceridades.

Se, de fato, emissários de Lula ou da própria presidência procuraram alguma forma de contato, eles ou aqueles que foram procurados já fizeram o primeiro gesto de quem não está preocupado com as eventuais consequências positivas para o País ao vazar a possibilidade da conversa.

Se não, é apenas uma “saia-justa” para a Presidente; se desmente, está e recusando ao diálogo político, se confirma seu interesse passa por quem anda a mendigar apoio da oposição, em seu estado de fraqueza.

É parte, apenas, do quadro de dissimulação comum nas crises, que os gaúchos resumem muito bem em um de seus ditados: “em tempo de guerra, boato é como terra”.

Fernando Brito:

View Comments (28)

  • A Presidente Dilma tem que conversar é com seus eleitores. Como bem lembrou
    Ciro Gomes

    • Pelo jeito, Dilma nao anda querendo falar é com ninguém. Aliás, ela detesta falar. Para mim, tanto faz ela falar ou nao com fhc, porque a decisao de mudar os rumos do governo continua sendo dela; só ela nao dá sinais de que quer mudar, nao. Ela fechou com o Levy e nao tem prá ninguem. E o ajuste foi só nas costas do trabalhador.

      Espero que ela, pelo menos, escute alguém que a quer ajudar. Espero que escute Ciro Gomes, troque idéias com ele, porque com o eleitor Dilma perdeu a sintonia faz tempo.

      Ela precisa, como disse Ciro, mudar os rumos do seu governo e se reaproximar do povo e dos movimentos sociais. Dialogar é fazer política, como nao?

      Se ela insistir em manter-se isolada, calada, e continuar com essa política economica do ajuste do Levy, a oposiçao nem precisará se esforçar muito para agravar a situaçao, porque do jeito que a recessao está aumentando nao demora muito o povo irá para as ruas, afinal, quando se perde o emprego sem prespectiva de recolocaçao, além de bater um desespero bate também desesperança.

      • né naum, ela abraçou o mercadante e é isso que dá o sujeito é um tiro no pé!

  • Vai conversar o que com alguem que mente num dia e desmente no outro?!!
    FHC é o motorneiro do golpe, e o faz à mando de seus chefes no exterior. Com esta gente não se conversa. Se enfrenta.

    • A única conversa com golpista, é alojar uma azeitona na maneira de pensar dele!

  • Concordo. E agora são os chamados articulistas políticos do PT que estão com esse mimimi. Afinal, quem deveria estar conversando, argumentando, trabalhando para diminuir o golpe da oposição? E Lula vai acreditar no FHC? É ruim, hein? Lula é muito bom de negociação e FHC é muito bom, é mais do que isso, é PHd em traição. Essa é a distância real entre os dois.

  • pô + é só lembrar q o fhc tá tão preocupado(com o País) q saiu de férias e só volta na metade de agosto/15

  • Vou mais longe: se Dilma se dispuser "dialogar" ( o que?) com FHC, cairá no meu conceito, com certeza. Que não valha nada prá ela o que pensa quem, eu, sempre a apoiou, porém é indiscutível que milhões pensam também dessa mesma forma. E aí... De 90% de desaprovação, chega aos 99% facilmente!

    • já pensou! tá no1/2 de uma crise e vai falar com quem tá torcendo pra que vc e quem te aoia se f...! masoquista é pouco.

  • Esta é mais uma noticia mediúnica vinda direta do firmamento para o terreiro do Pai Frias,e o que querem os caboclos?

    Essa é facil,mostrar mais ainda uma imagem fagilizada,desesperada e a beira da degola da pres. Dilma,é o chamado arregou geral pra salvar a péle.

    Agora aqui no terreiro de umbanda que eu frequento,a pomba gira falou que a FSP vai falir. :|

    • né naum! vamo somar é o nosso País!pensa o que tem que ser feito em nosso País vendo o q acontece com a Grécia, mesmo com todo apoio popular(democrático???) tiveram que engolir pior que acordo proposto. Acredito no ser humano e penso que o passo para frente é realmente acreditarmos.

  • Dilma tem que conversar com os tucanos sim, eles possuem muito mais experiência na aprovação e implementação de pacotes neoliberais e processos de privatização, inclusive de subsidiárias da Petrobrás.

    • PT pró-capital e anti-trabalhador.
      Burgueses do trabalho alheio. Mendigam a FHC para se safarem do impeachment que nem no mensalão.
      Xô petebada maldita!

  • Sempre lembrando o ditado "diga-me com quem andas e te direi quem és". Nesta hora é muito mais proveitoso conversar com Ciro Gomes e com Lula-para marcar posição- do que com FHC (ainda mais depois do que falou e publicou desse governo onde o dele foi muito pior. Ele é um vaidosão, nunca pediu conselhos ao Lula, por que procura-lo?

  • Lembrando que o FHC naquela época,tinha como conselheiros o pessoal do FMI. E como ficava alegre ao tirar uma foto ao lado do Bill Clinton. É isso que o Frias deseja, a volta do PSDB e o Brasil retornar ao Neoliberalismo que como sabemos quebrou a Europa, mas enriqueceu o capital financeiro.

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