“Coxismo” mundial (e nacional) rejeita vacina e ameaça com a volta de epidemias

Sábado, a BBC publicou uma matéria sobre umas senhoras que levaram o neoliberalismo ao limite, com a recusa de atender ao chamado do Estado para vacinarem seus filhos.

Aparece até um pediatra que mesmo não se insurgindo insurge contra a vacinação, que diz que, se a criança for saudável, se não for a shopping, se não for a igreja lotada ou a supermercado, “não tem problema”.

“Tá” bem, doutor, como é que a mãe faz? Deixa de sair ou a “babá” toma conta? Qualquer mãe e pai “normal” tem de levar o filho a estes lugares, porque já não temos uma sociedade escravista onde a “mucama” está lá para ficar com ele.

Hoje, a agência France Press noticia a morte de um bebê em Berlim, capital da Alemanha, num dos 570 casos de sarampo registrados em apenas cinco meses, desde outubro passado, preocupando as autoridades sanitárias pelo crescente número de pessoas que desprezam a ideia de vacinar seus filhos.

Isso é Berlim, com 3,5 milhões de habitantes.

No Brasil de 200 milhões de habitantes e vacina obrigatória, depois de ficarmos abaixo de 100 casos anuais – 68 casos em 2010, 43 em 2011, em 2012, apenas um caso – a doença voltou a crescer ligeiramente – 200 casos em 2013 – sobretudo em áreas com maior afluxo de turistas estrangeiros.

Em 2013, a Inglaterra teve mais de 3 mil casos em 2013, a Holanda mais de mil,

Aqui, parece que estamos voltando mais de um século no tempo, para a era em que Oswaldo Cruz teve de enfrentar a Revolta da Vacina, quando se tornou obrigatória a vacinação contra a varíola, que matava “só” alguns milhares por ano, no Rio de Janeiro.

Naquela época, como hoje, era fruto da ignorância. Mas, além dela, agora há também a arrogância de quem se acha “geneticamente imune” a estas doenças “de pobre promíscuo”  e, ainda pior, submete a risco seus filhos e os filhos dos outros, que podem adquirir a doença dele.

Porque, por incrível que pareça, a taxa de vacinação das crianças é, hoje, maior entre os pobres do que entre os ricos, onde um quarto delas deixam de ser vacinadas.

O “coxismo” não periga matar as mentes, apenas.

Fernando Brito:

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  • Não existe nada mais ignorante e imbecil do que a pessoa que se intitula "terapeuta floral" e se põe a questionar os estudos de imunologia que recomendam a vacinação das crianças.
    O que uma imbecil como essa conhece sobre anatomia humana?
    O que ela conhece sobre a imunologia humana?
    Estas pragas fazem coro com aqueles imbecis que usam homeopatia para tratar até unha encravada, sem que haja resultado algum.
    Crendice e cretinice caminham juntas...

  • Há alguns anos quando fui fazer minha matrícula na universidade, um dos documentos obrigatórios era a comprovação de que eu tinha tomado vacina para rubéol. Como eu já não tinha mais esse comprovante da época da infância, tomei nova injeção. Não vejo problema nisso.

  • A ignorância sempre perde, mas dá um trabalho danado pro conhecimento.

  • Muitos libertários defendem que a vacinação não pode ser obrigada pelo estado..
    Essa discussão idiota e absurda é modinha a várias décadas nos estados unidos
    inclusive com vários libertários republicanos que defendem esta tese absurda.

  • Pior mesmo é nos EUA, onde há um movimento (antivaxx) com voz e espaço na mídia contra todo tipo de vacina. Baseados num único estudo (comprovadamente falso, errado e mentiroso) que dizia que autismo era causado por vacinas, várias celebridades começaram a aderir à isso.
    O engraçado é que dizem que as empresas farmacêuticas são vilãs injetando doenças, mas já li um comentário pela internet que dizia algo do tipo: "Negar vacinas, aumentando o número de doenças previníveis parece mais algo que a indústria farmacêutica faria para aumentar a venda de remédios, não o contrário."
    Vale notar que há até alguns "doutores" que entraram na onda de culpar vacinas por autismo e outras coisas.

  • Todo coxinha é ignorante por natureza.
    Se tivesse mais do que dois neurônios ativos, não seria coxinha!

  • É bom tratar a questão com mais informação do contraditório. Pelo que andei lendo em sites da imprensa alternativa estrangeira (principalmente dos EUA), não se trata meramente de "coxismo mundial" ou coisa dessa ordem. É bem mais complexo. Tem a ver, inclusive, com componentes da vacina, com casos de morte de crianças vacinadas que mesmo assim contrairam a doença e de mortes por efeitos colaterais das vacinas.
    A menção ao pediatra na reportagem da BBC pode ser mais um daqueles truques da MSM para ridicularizar esse particular movimento anti vacina. Convém não esquecer que a indústria farmacêutica é extremamente poderosa e costuma trucidar quem se atrevessa em seu caminho.
    Vou tentar trazer alguns links.

    • Links não querem dizer nada.
      Existem estudos feitos por universidades conceituadas e sejam corroborados por seus pares?
      Fora publicados em periódicos científicos sérios?
      A ciência não trabalha com "ouvi dizer" ou "eu acho", mas sim, com fatos e dados.

      • Links remetem a artigos que trazem opinião de médicos com fundamentação que, em princípio, não se trata de "ouvi dizer" ou "eu acho". Nada parecido com o palpite apressado do pediatra da BBC. Se a argumentação não é válida e é facilmente contestável, é uma questão por definir. Mas, para tanto, é necessário acesso aos artigos, ao contraponto. Ou não?

  • Estão convergindo. Fundamentalismo religioso com neonazismo neoliberal. Vamos nos preparar para tentar defender as conquistas da civilização e do humanismo.

    • Fernando Brito, tenho vc em mais alta estima e acompanho e divulgo o seu trabalho há alguns anos. Porém foi superficial a sua análise:

      - Primeiro pq, não são alguns que estão colocando em risco a vida dos outros, o risco, quase todo ele é só para quem não tomou vacina, pois quem tomou, teoricamente está imunizado, ok. Então os "coxinhas" estão colocando em risco sua própria prole e a prole dos demais "coxinhas";

      Segundo: assista o documentário "Altismo - Made in USA", que correlaciona o aumento drástico de altismo com o aumento do número de vacinas que a indústria farmacêutica tem conseguido tornar obrigatório. EUA atingiu níveis extremos de autismo (é lógico que não é a única suspeita, o próprio documentário alerta que a correlação é estarmos num ambiente cada vez mais tóxico, inclusive graças a Monsanto, o autismo pode chegar a níveis ainda piores). Nos EUA conseguiram retirar o mercúrio do componentes da vacina (sim damos mercúrio às nossas crianças e cruzamos os dedos), ele era utilizado como conservante e os números de casos de autismo tem caído;

      Terceiro: É óbvio, principalmente entre os que lêem este blog, que as indústrias farmacêuticas estão abusando do poder econômico e político para aumentar seus lucros. Não foram poucas as suspeitas nos casos da gripe aviária e suas reedições. Estranho é ver tanta gente bem informada se comportando como os "coxinhas do Estadão": superficiais e urrando com o fígado.

      Quarto: os "coxinhas" são na maioria dos casos pessoas de orientação política esquerdista, que não crê cegamente em governos e megaempresas, mas que na maioria dos casos ficam na miúda pois não vacinar é no mínimo "desobediência civil" (óbvio que alguns aqui já devem estar se perguntando se eu vacinei meus filho, claro que sim, não tinha essas informações na época, eu pessoalmente conheço um caso claro de autismo pós vacinação, uma criança amável, comunicativa que sumiu logo após a vacinação e nunca mais voltou, só sobrou um pequeno resquício do que era, mas tem conseguido progressos).

      • m... escrevi autismo com "l", lá vem o julgamento pela ortografia... que m...

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