Há dias sustento o que está ficando óbvio, as pesquisas de opinião estão sob uma irresistível pressão política.
A ação de Arthur Lira, colocando para votar com urgência um projeto de encomenda, buscando criminalizar – com penas de prisão entre 4 e 10 anos – os institutos de pesquisa que apresentarem levantamentos que apontem intenções de voto fora da margem de erro em relação aos resultados é uma forma de intimidar os levantamentos de intenção de voto a se “protegerem” apresentando resultados que privilegiem Jair Bolsonaro.
Lira “catou” um projeto congelado desde 2011 para apensar a proposta do líder governista Ricardo Barros, ou Lama segundo o que corre na Câmara, para saltar todas as regras de tramitação e levar o assunto direto ao plenário, sem pareceres,
Não é para aprovar, é para manter a chantagem.
Qual? Politicamente, não terá o menor efeito Lula aparecer, digamos, com 5% a mais do que é previsto. Ninguém “criará caso” com isso.
Mas não é o mesmo se Bolsonaro aparecer com 3% a mais.
Logo, é mais prudente “conter” Lula e turbinar Bolsonaro nas pesquisas.
Não é só a prudência dos donos dos institutos de pesquisa, um negócio que envolve muito dinheiro, mas a de seus dirigentes técnicos que vai lhes recomendar cuidados e a criação de uma “margem de cuidado” ao publicarem seus resultados.
Um ponto a menos para Lula e um a mais para Bolsonaro vai ser, salvo improváveis grandes mudanças, o resultado conveniente.
Por isso começaram a “plantar” na mídia que “pesquisas internas”, inclusive as de Lula, estariam registrando uma aproximação entre os dois candidatos e, até, uma vantagem de Bolsonaro.
Estamos lidando com banditismo e é preciso entender que seus expedientes não têm limites.
A eleição, por tudo o que se teve até aqui está cristalizada e a margem de vitória de Lula está, até este momento, entre 7 e 10 milhões de votos.
Lira não está criminalizando as pesquisas, está pressionando para que elas sejam criminosas.
Este é o fato.