Crise de espionagem projeta Brasil no cenário internacional

O forte discurso da presidenta Dilma Rousseff, na abertura da última assembléia geral da ONU, e os desdobramentos posteriores do escândalo internacional de espionagem, fizeram com que o Brasil voltasse a ocupar um papel de liderança global. Neste sábado, Dilma e Merkel, chanceler da Alemanha, estão na capa do site da ONU e receberam destaque da imprensa internacional.

Na última sexta-feira 1 de novembro, Brasil e Alemanha apresentaram uma proposta de um marco regulatório internacional para a internet. Confira ao fim do post a íntegra do documento apresentado pelos dois países.

Clique nas imagens para ir aos respectivos sites:

 Leia abaixo o texto publicado no site da ONU.

Brasil e Alemanha levam à ONU proposta sobre direito à privacidade na era digital

Após denúncia de espionagem pela Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês) dos Estados Unidos, Brasil e Alemanha entregaram à Assembleia Geral da ONU um projeto de resolução sobre o direito à privacidade na era digital.

O documento enviado na sexta-feira (1) observa que o ritmo dos avanços tecnológicos permite tanto a expansão do uso das novas tecnologias quanto o aumento da capacidade dos governos de vigiarem, interceptarem e coletarem dados – o que os dois países consideram uma violação dos direitos humanos.

Brasil e Alemanha reafirmaram que a privacidade é um direito de todos e que ela “é um requisito essencial à realização do direito à liberdade de opinião e de expressão sem ingerências e um dos pilares de uma sociedade democrática”.

O projeto reconhece que a segurança pública pode justificar a coleta e proteção de dados confidenciais, porém ressalta que todos os países devem cumprir suas obrigações para com o direito internacional.

O documento pede que todos os Estados-membros da ONU respeitem e protejam o direito à privacidade, tomem medidas para acabar com a violação à liberdade de opinião e expressão e revejam suas políticas de vigilância das comunicações e coleta de dados pessoais.

Por fim, os dois países pedem que a chefe da ONU para os direitos humanos, Navi Pillay, faça um relatório preliminar sobre a proteção do direito à privacidade em relação à vigilância das comunicações nacionais e estrangeiras e intercepção e coleta de dados pessoais.

Eles também querem que Pillay produza um relatório final com recomendações para que os Estados-membros identifiquem e esclareçam os padrões de consulta e melhores práticas para conciliar os métodos de segurança nacional e os direitos humanos.

A iniciativa de Brasil e Alemanha veio após o ex-técnico da NSA, Edward Snowden, vazar documentos secretos da agência, denunciando o sistema de espionagem norte-americano, que investigou a presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã Angela Merkel. França e Espanha também foram espionadas pelos EUA. Posteriormente também foram feitas acusações contra o Canadá.

Para ser aprovada, a resolução precisa ser apoiada pela maioria dos 193 Estados-membros da ONU. Acesse o projeto de resolução na íntegra, em inglês e português, clicando aqui.

Fernando Brito:

View Comments (39)

  • Prepara que agora é hora do show das poderosas.

    Dilma e Angela, mostrem pro Obama com quantos paus se faz uma canoa.

  • Bem, Fernando Brito, se a extrema esquerda e a extrema direita estão a um pulinho eu não sei mas tb não se sabe hoje o que é essa tal de terceira via, essa tal cruza de capitalismo com totalitarismo e a atualizacão de modelos (seria isto modernidade?). Seria algo como o socialismo meia-bomba?

  • Assistis isso ai e assisti o mundo animal você a diferença de cultura os animais são mais inteligente que isso ai.