Há algo que não está tão claro quanto a situação de inação suicida em que se encontra o Governo Dilma Rousseff – e não apenas ela e sua equipe, mas também o PT não se dão conta de que, sem reações imediatas, as medidas de longo prazo nos encontrarão, a todos, mortos – que não aparece nas análises da mídia, mas que transcorre a bicadas e unhadas no campo da oposição.
A questão, que é até bem clara, é de aquele que é capaz de não apenas dirigir manobras parlamentares mas de formar maioria congressual para legitimar o golpe não é Aécio Neves, nem Geraldo Alckmin, muito menos o politicamente insepulto Fernando Henrique Cardoso.
Chama-se Eduardo Cunha e responde pelo cargo de dono da Câmara dos Deputados.
É o líder da massa amorfa que se tornou a Câmara e, portanto, o virtual proprietário de qualquer manobra constitucional (ou nem tanto, como já provou não se importar) para a deposição de Dilma, por impeachment, ou pelo desdobramento de alguma artimanha judicial da qual, a esta altura, já não se tem o direito de duvidar.
Coisa difícil de aceitar para Aécio, FHC e Geraldo Alckmin. Até porque poderiam fazê-lo se não tivessem perdido o protagonismo.
E, por isso, até mais fácil para José Serra, que assumiu publicamente a defesa do casuísmo golpista de Eduardo Cunha em favor do parlamentarismo, como deixou explícito na entrevista que publica hoje o Valor Econômico.
Só que Cunha pode fazer o sonho do fundamentalismo e do “baixo clero” – inclusive no PSDB, onde já provou ter poder – mas não representa o projeto político conservador, que apenas se serve no nosso “Estado Islâmico” ideológico.
A chance de Dilma – e tomara que o PT o enxergue – é reagir enquanto há divisão no campo – muito mais forte, hoje – da oposição.
Este é o maior dilema da oposição: o de ter apelado a todo tipo de golpista e fundamentalista: eles se adonaram de seu espaço e ela sabe que pode ser a sua ruína, tanto quando pode ser o instrumento que pensaram fazer deles.
Não é fácil para o golpismo escolher uma cara: as suas e as de seus aliados, todas são horrendas.
Nos vencerão apenas se não tivermos nenhuma.
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o pt é, segundo a minha visão, um partido covarde, ou quem sabe, como alguém já falou, que foi gestado do pelo golberi para dividir a esquerda. não sei, mas que parece isso, nem se discute: com delcístios e zés e com a complacência da "presidenta republicana" fica difícil você, eu, ou alguém pensar o contrário.
TB penso assim! O PT é um partido esquizofrênico, partido de complexados. O Brizola já dizia Fácil de se deixarem seduzir pelas elites, palácios, boa vida! O Preço esta ai, vários dos seus condenados, mais uma leva vem ai e a direita ADORANDO!
Sr. Ruy, além do saco de merda citado, tem saco de merda carioca, aliás saco de merda mor, Eduardo Cunha; saco de merda paulista, José Serra; saco de merda sul-matogrossense, Delcídio Amaral; saco de merda goiano, Ronaldo Caiado; enfim... sacos de merda de toda naturalidade. Que Dilma seja forte para colocar todos esses sacos em seus devidos lugares.
Em suma, há uma crise de saneamento básico no País.
O saneamento poderia começar pelo voto, mas, a ver a composição do congresso, o voto faz parte da crise de saneamento, há pessoas votando com o intestino grosso.
A História não se repete, mas que parece igual, parece. Podemos lembrar dos teóricos da Revolução Francesa, muitos deles silenciados pela guilhotina dos radicais jacobinos. E o que dizer dos "mencheviques" russos, tragados pelo redemoinho dos "bolcheviques" leninistas. Atualmente, o patrocínio americano aos rebeldes sírios, semente do Estado Islâmico. Como já disseram: "Você pode criar cachorros, mas saiba que as pulgas vem junto."
Primeira coisa que a Dilma deveria fazer, para provar que está viva, é demitir o diretor geral da PF. Provar que ainda manda, demitir através duma entrevista.
A presidente não tem mais popularidade a perder, o que precisa é mostrar que ainda comanda o país. Demitir e dizer em alto e bom som que a PF não pertence a grupo político a, b ou c, mas que deve satisfações ao cidadão brasileiro, representado pelo governo eleito democraticamente.
Lógico que isso não vai acontecer, o Planalto vai fazer de conta mais uma vez que nada está escondendo e que é republicano insubordinação e desrespeito ao estado de direito.
Aí presidência vai passar mais uma semana sob fogo cerrado, sendo humilhada por todo tipo de maníaco e sem qualquer reação, enquanto tira totalmente do sério até os monges tibetanos.
E quando for falar algo, vai ser sobre ajuste fiscal, pois a política, essa coisa pequena, sem importância, o responsável é o Cunha.
Concordo plenamente contigo. Nós, os mais velhos, já vimos esse filme passar em outras ocasiões com Getúlio e Jango. Os protagonistas são os mesmos de sempre: uma "elite" endinheira - que de elite não tem nada - os donos da mídia e o entreguismo descarado dos fhcs e serras.
Os dois foram traídos por seus, teoricamente, ministros.
A luta de ambos, como de Lula e Dilma, foi a mesma: o Brasil para seu povo e não para a sanha de uns poucos brasileiros e para a espoliação externa.
Tal qual vemos hoje.
A Petrobras é icônica.
Quando o assim chamado "andar de baixo" compra carro, casa e viaja de avião a autodenominada "massa cheirosa" se rebela.
É inaceitável.
A diferença, hoje, é que os militares se ocupam de suas tarefas com a disciplina que lhes é peculiar.
Os governos esquerdistas - ma non troppo - de Lula e Dilma tem levado as nossas FFAA recursos nunca dantes acessados. A capacitação, o rearmamento tem sido visíveis e o desfile de 7 de Setembro não é visto como uma palhaçada, ao que consta dito por um ex-presidente hoje na oposição.
Assim o reacionarismo não pode assumir o papel de "vivandeiras que vão bolir com os granadeiros" . . .
Tentam o golpe por meios cunhados no legislativo e em morístico contubérnio entre o judiciário, PF e MPF que formaram um grupo - ? - para combater a corrupção "doa a quem doer", desde que seja do grupo 4P.
Aí entra a inacreditável inação de Dilma, seu "ministro da justiça" , atropelado por um subordinado, e demais confrades de ministério.
Quanto ao PT tornou-se um partido covarde, amolecido pelas benesses do poder e esquecido de suas origens. Dirigido por velhos lutadores, agora acomodados em salas atapetadas, que já deveriam ter se retirado dando espaço a lideranças mais novas e mais aguerridas e afeitas aos dias de hoje, ligadas aos movimentos que, no passado, deram força e vida ao PT.
Pretender uma mudança de rumos com esses dirigentes é acreditar no Papai Noel et caterva.
Nisso empunho a bandeira do refundamento do PT. Uma dura autocrítica dos rumos tomados e uma limpeza dos quadros que apenas usaram o partido para sua autopromoção. Ou assumem as bandeiras do partido ou tomem o seu rumo.
Como dizem aqui no interior gaucho: a porta da rua é serventia da casa.
O Nassif escreveu um texto recente onde fala que temos um vácuo de poder no governo mas também não temos oposição.
Tenho a impressão que o sr. Cunha ocupou os dois campos, a situação e a oposição, ao mesmo tempo.
Espero que a presidenta antes de salvar sua própria pele, ou a pele - e a vaidade - dos "papagaios de pirata" que a cercam, pense em salvar um projeto de país que inclua o povo completamente tal como tem sido desde 2003.
O Cinema do Parlashopping
Nesta semana em que os brasileiros assistem estarrecidos a mais uma execrável manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, outro polêmico projeto vem sendo conduzido a portas fechadas naquela que deveria ser a casa do povo. Desta feita, não um projeto de lei ou de emenda à Constituição, mas um que poderia receber o mesmo número 171 daquele recém aprovado na marra. Um ardil para blindar fisicamente o parlamento contra a sociedade, para que os "representantes" não sejam mais importunados pelos representados enquanto perpetram suas vilanias. A cereja do bolo de uma democracia sem povo que Cunha com afinco vai construindo, sob o olhar parvo da primeira mandatária, a cumplicidade de seus pares de legislativo, a perigosa miopia de nossa corte suprema e os delírios golpistas da mídia, que cria o mito e alimenta as hienas.
Em meros cinco meses de comando, o megalomaníaco janota que preside nossa câmara baixa coleciona vitórias e episódios nada edificantes; atos que seriam tidos como graves máculas em sua reputação não fosse ele um despachante da plutocracia, um aprendiz de déspota que parece almejar a biografia de um príncipe macabro, que leva às últimas conseqüências a cartilha de Maquiavel em sua louca cavalgada em direção ao poder absoluto. Às chicanas na redução da maioridade penal, na aprovação do financiamento empresarial de partidos políticos e demais pautas retrógradas da constituinte pirata de Eduardo Cunha, somam-se o ataque à CLT com o projeto da terceirização, o aparelhamento de órgãos administrativos da casa com políticos aliados, as denúncias de achaque feitas pelo doleiro Alberto Youssef no âmbito da operação Lava Jato, corroboradas por registros nos sistemas informatizados da Câmara. Descoberta esta que culminou não no afastamento de Cunha, mas do diretor do Centro de Informática e na edição de um casuísta Ato da Mesa a institucionalizar os laranjas no âmbito do processo legislativo.
Nessa avalanche de lama, age o presidente como um jogador desonesto, que com seus asseclas arremessa vários dardos de uma só vez. Além das pedaladas regimentais, quando as regras não valem se for para impedir resultado que lhe seja mais favorável - enquanto filigranas são invocadas contra opositores -, não podemos deixar passar despercebido o outro estratagema que vem sendo aplicado: os dribles que aplica em adversários e observadores incautos, desviando sua atenção para um tema enquanto por baixo dos panos articula outro, como ocorreu com vários jabutis enfiados em Medidas Provisórias. Todos já se esqueceram, por exemplo, da menina dos olhos de Cunha, a Parceria Público-Privada para a construção de três novos anexos, praticamente duplicando o complexo da Câmara dos Deputados. Lucrativa parceria que prevê até uma questionável área comercial, o Parlashopping - ou Parlamall, para os íntimos do dinheiro. E é no projeto da famigerada PPP que está o novo golpe que se trama em segredo.
Já está em tramitação um Procedimento de Manifestação de Interesse, que pode ser consultado na página da Câmara dos Deputados, para que empresas apresentem anteprojetos para os novos anexos consoante as premissas definidas em edital. Findo esse PMI a quatro mãos, a licitação deverá ser realizada pouco tempo depois, de modo que o cronograma satisfaça aos planos imperiais de Cosentino I. Como ocorreu nos projetos da Petrobras investigados na operação Lava-Jato, a imposição de prazos exíguos pela presidência obriga que o departamento técnico responsável conduza todo o processo a toque de caixa, deixando lacunas e erros graves que provocarão aditivos em série extremamente rentáveis para as empresas parceiras e seus financiados. Além da herança maldita financeira, a poeira levantada por esse atropelo permite que vários "jabutis" passem despercebidos por quem tenta acompanhar e fiscalizar. E o mais grave deles poderia ser chamado de o Cinema do Parlashopping.
No mar de documentos do PMI, em que a Câmara curiosamente já forneceu às interessadas um projeto pronto de arquitetura para um dos anexos, um observador atento verá que nele há um suposto auditório de grande porte. Segundo a versão oficial, tal espaço seria destinado a eventos organizados pela casa, uma vez que o atual auditório Nereu Ramos é tido como pequeno demais. No entanto, nos bastidores, trabalha-se sorrateiramente para que o amplo recinto tenha destinação diversa: um novo plenário, maior que o atual Ulysses Guimarães. Este rotineiramente é alvo de críticas dos parlamentares por não mais comportar a (elevada) quantidade de deputados - mas lembremos que 90% da opinião pública são favoráveis a outra solução, a drástica redução desse número-, bem como as sessões conjuntas do Congresso Nacional; a alegação de superlotação já enseja inclusive um outro projeto estapafúrdio de Cunha, a instalação de catracas em sua entrada, também em marcha acelerada.
A segunda camada de falácia que é contada para quem chega perto de saber da verdade é que o espaço será equipado apenas para uso eventual, por exemplo quando de reformas, uma vez que o atual plenário é muito antigo. Mas parafraseando o preciso Duque de Wellington, algoz de Napoleão Bonaparte em Waterloo, quem acredita nisso acredita em tudo. Ou será que nosso Napoleão construiria um elefante branco, um plenário com quase o dobro da capacidade do atual, apenas para "uso eventual"? Um espaço que até nome oficioso já possui, Plenário Deputado Carlos Lacerda, simbólico de quem é mais importante para a força dominante no parlamento, de que para eles o golpismo de Lacerda é maior que o diálogo de Ulysses. E tem mais: como de costume, o inferno está nos detalhes. Vem passando em branco, por exemplo, o fato de que será construído em meio a um complexo de edifícios, acessível apenas por vias estreitas; passagens facilmente bloqueáveis pelas Polícias, longe da vastidão incontrolável da Esplanada. Pior, que o novo plenário não possuirá galerias abertas ao público, apenas uma tribuna de honra para convidados. Para que ter o trabalho de ficar mandando a Polícia Legislativa esvaziar o local, se podemos simplesmente aboli-lo?
Quando questionado sobre o recorrente atentado à Democracia feito por sua gestão, de realizar sessões com galerias vazias, Cunha tem matreira resposta: a participação popular está preservada, pois a TV Câmara transmite ao vivo todas as sessões. Uma participação de mão única, em que o povo é mero espectador, sem interatividade, como a de um sujeito no cinema. No cinema do janota, em que estará em cartaz o filme Parlamentarismo Now, ou mesmo a produção B clamada por zumbis nas ruas, Ditadura Reloaded, realmente esse detalhe não deverá fazer muita diferença. Cosentino I também não parece se preocupar muito com questionamentos no Supremo sobre a Constitucionalidade desse plenário, pois os ensaios que vem promovendo com as pedaladas regimentais até agora não foram seriamente importunados, logrando pleno êxito. E de todo modo, pelo fato consumado, a correção dos vícios de projeto produzirá enorme rombo no Erário.
Ao tradicional Plenário Ulysses, projetado por Oscar Niemeyer e ícone da arquitetura do país, restaria apenas a função de museu, de atração para turistas. Se o projeto for adiante, o novo plenário deverá ser um enorme caixote quadrado, de acabamento moderno como as atuais salas de projeção, mas sem qualquer identidade que lhe permita ser símbolo do legislativo brasileiro. Outro aspecto é que por sua estrutura em formato stadium, fica ainda duvidosa a acessibilidade do recinto; acessibilidade que recentemente motivou uma reforma do atual plenário, para a construção de uma rampa de acesso à mesa diretora, autorizada pelo próprio Niemeyer antes de sua morte. Cunha não parece preocupado com isso também. Neste exato momento, o departamento técnico da Câmara trabalha loucamente para buscar soluções técnicas para não precisar desfazer essa rampa, outra determinação do imperador ainda pouco conhecida. Ordem dada sob a alegação de que da nova posição da mesa não se consegue debater com os oradores das tribunas; pelo visto, o achacador-mor sentiu profundamente os golpes desferidos por Cid Gomes a partir do púlpito esquerdo, querendo se preparar contra novos constrangimentos a seu reinado.
E aí, alguém quer ingresso para o Cinema do Parlashopping?
? quase que inacreditável a incompetência política da Dilma. A falta de comunicaç?o aliada a loucura de manter certos ministros é uma tragédia completa. Com essa atitude (ou a falta dela) ela está matando o PT, a esquerda e o Lula. Aliás, depois do Dirceu é o Lula que vai em cana - é capaz dessa songa monga ainda dizer q isso prova o republicanismo de seu governo. Minha paciência com ela acabou.
Estranhíssimo a "denúncia" do Globo contra Cunha. Pela manchete, CCunha estaria sendo acusado de corrupção. Vai-se à matéria e não tem nada contra Cunha, a não ser que soltou seus cachorros contra um empresário a pedido de outro empresário, seu amigo. Nada, nenhuma acusação de corrupção. Pergunta-se: O que quer o Globo? Desfazer qualquer denúncia contra Cunha usando o método de fazer mais denúncias que não existem? Para criar um mito de que Cunha é atacado mas não provam nada contra ele? Para preparar Cunha para assumir a presidência depois do Golpe, não como um acusado de crimes verdadeiros e em investigação, mas sim como alguém polêmico e atacado sem razão? Seria esse o objetivo do Globo? Ou seria mesmo começar um ataque conttra Cunha para tirá-lo da presidência da Câmara, já que a Central do Golpe teria chegado à conclusão de que com ele lá o Golpe não poderia ser dado, pois a presidência não poderia ser dada a alguém investigado pela justiça na própria Lava Jato e também alguém antipático e homofóbico como ele? Vams esperar o desenrolar dos acontecimentos. O Globo não deu de graça tanto destaque a esta notícia truncada.
O que da mais da desespero é que a nossa Presidenta não reaje, não se comunica, não da retorno aos seus eleitores ... ou ela esta em choque ou seus tecnicos e assessores de comunicaçao são uns incompetentes ... O povo precisa tomar as ruas e os verdadeiros lideres devem assumir os seus postos. Vamos refundar a esquerda nacional. Essa crise aponta justamente para este ponto: PT, PSOL, PDT, PCdoB, PTB com seus velhos discursos não chegam mais aos ouvidos do povo. E infelizmente, o velho Lula nos deve explicaçoes por não ter enfrentado a Globo, por ter deixado os seus companheiros serem engolidos pela maquina facista e por fim ter apostado nos incopententes Cardoso e Mercadante. O Governo Dilma parece que realmente entrou mudo e quer sair calado ... e aquele velho ditado nos mostra que quem cala consente.