Imperdível a detalhada narrativa, feita por José Casado, hoje em O Globo, sobre o processo de isolamento de Eduardo Cunha no PMDB do Rio de Janeiro, tema em que este blog havia tocado ontem, aqui, e a bancada peemedebista em Brasília.
Insuspeito de qualquer simpatia por Dilma, Casado conta como Cunha “ficou falando sozinho”:
“O governo começou a semana tentando cooptar os presidentes da Câmara e do Senado. O senador Renan Calheiros aparentou desinteresse. Procurou se manter distante do balcão governamental, mas sugeriu a Dilma procurar o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, seu aliado.
Dilma, em seguida, telefonou a Cunha, oferecendo-lhe possibilidade de conduzir a indicação de novos ministros. Ele seguiu a cartilha da recusa protocolar, com duas diferenças relevantes em relação a Renan: não deixou aberta a porta para entendimento com a bancada na Câmara e, mais tarde, vangloriou-se por ter dito “não” à presidente.
Dilma convocou o líder do PMDB na Câmara. Leonardo Picciani aceitou levar a proposta do governo aos deputados. Quando soube, Cunha chamou Picciani. Propôs união numa veemente recusa à oferta presidencial, se possível por escrito. O líder da bancada refutou, argumentando: “Você é oposição; eu, não. Você quer o impeachment; eu, não”.
Picciani, então, levou a questão a voto dentro da bancada e o resultado foi de 42 a 9 pela indicação de ministros.
As informações de Casado, portanto, sugerem que a indicação de deputados tidos como “cunhistas” são antes defecções do grupo que satisfação ao presidente da Câmara.
Se Cunha enfrenta dificuldades em Brasília, sua situação na base fluminense é muito pior. Siga a descrição da reportagem sobre o que se passa no PMDB do qual ele já se achou a grande voz:
“Nesta quinta-feira, o PMDB fluminense anunciou 71 candidatos a prefeito para a eleição de 2016, com 12 alianças — duas com o PT, em Niterói e Maricá. Cunha foi deixado à margem, sem consulta.
O político fluminense com maior projeção em Brasília, que em fevereiro despontara como uma promessa conservadora, ontem sequer teve seu nome inscrito na relação de convidados para a mesa principal da festa dos candidatos do PMDB no Estado do Rio”
A matéria não diz, mas outros jornais registram, que o quarteto Luiz Fernando Pezão, Sérgio Cabral, Jorge Piccinani e Eduardo Paes afirmaram sua posição anti-impeachment e o apoio a Dilma.
O que sobra a Cunha?
Em condições normais ele poderia se agarrar ao enorme poder formal que lhe dá a Presidência da Câmara e dar de ombros.
Mas há a sombra do processo no Supremo, pelas delações que o envolvem com extorsão, agora agravadas pelo seu próprio “operador”, o tal Fernando Baiano Soares, que diz ter recebido com ele nada menos de US$ 40 milhões.
É preocupado com a rapidez da perda de poder que ele procurou o Presidente do Senado, Renan Calheiros, para que pautasse para quarta-feira a votação do veto de Dilma aos dispositivos da Reforma Política que permitiriam o financiamento privado de campanhas, já julgado inconstitucional pelo Supremo, por ampla maioria 8 a 3, sem contar o “voto” contrário do ministro informal Merval Pereira, bacharel em Direito pela escolinha do Professor Gilmar.
A situação de Cunha se deteriora tão rapidamente que é impensável, em se tratando de pessoa sã, insista em dar curso aos pedidos de impeachment que lhe foram apresentados. A falta de condições morais para fazê-lo urram diante do país.
Seria assim, se a sanidade não costumasse fugir quando alguém está acuado.
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Nenhum Carlao Sampaio moralista gritando para que o PMDB se livre de um corrupto. Falando nisso o proprio Sampaio se doou dinheiro suspeito na campanha.Ta na net.
POR QUE CUNHA ESTÁ ISOLADO?
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Cunha está sendo isolado também por que foi severamente avariado na função de arrecadador de grana de empresas para sua bancada de deputados-laranjas, a sua fonte de poder atual.
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E foi severamente avariado, primeiro pela Lava Jato, já denunciado ao STF por corrupção. E, em segundo lugar, pela decisão do STF de proibir doações empresariais a partidos ou candidatos.
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Assim, os membros de 'deputados-laranjas' da bancada do Cunha já não podem ter certeza que Cunha vá pagar seus atrasados de campanhas anteriores nem que vá financiá-los na campanha de 2016.
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O PRESIDENTE DO TSE DIAS TOFFOLI VAI ABRIR UMA 'JANELA DE CORRUPÇÃO' ATÉ DEZEMBRO/2015?
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Diz o Estadão de hoje, a propósito de 'dúvidas' sobre quando começa a valer a proibição de doações eleitorais, decretada pelo STF, que o Ministro-Presidente do TSE DIAS TOFFOLI, "afirma que discutirá com colegas como definir data, mas defende que financiamento ocorram até dezembro de 2015".
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Apesar de (também no Estadão de hoje) o Ministro-Presidente do STF Ricardo Lewandowsky não deixar dúvidas a respeito do assunto, ao dizer que "Vale (a proibição de doações empresarias) a partir das eleições de 2016, a ata está publicada, o relator estabeleceu que a decisão vale a partir da sessão que foi proferido o julgamento. Então formalmente a matéria está encerrada."
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A reforma política, aprovada sob o comando dos denunciados ou investigados por corrupção Eduardo Cunha/PMDB e Renan Calheiros/PMDB, definiu uma 'JANELA DE TROCA DE PARTIDOS'.
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Agora, será que o Ministro Dias Toffoli é tão inocente assim e não consegue enxergar que aquilo que pretende, provavelmente com o apoio de Gilmar Mendes, vai abrir uma 'JANELA PARA A CORRUPÇÃO', através de doações empresariais para partidos, até dezembro de 2015?
Globo, folha, estadão, veja, Bande, Gilmar Dantas, Merval, Mala Falha e coxinhas de plantão: "Somos todos cunha"!!!
Eduardo Cunha deu o abraço de afogado na Marta.
Quem do PMDB, em sã consciência, que pretenda ainda ser candidato a algum cargo eletivo, vai querer receber o abraço do Cunha?