Um velho comediante, Lilico, batia um bumbo repetindo o bordão: “tempo bom não volta mais/saudades de um tempo de paz”.
A maior importância da pesquisa Datafolha sobre aprovação/rejeição a “comemorações” da ditadura militar não é a parcela que apoia esta sandice, esperável quando se constrói um clima de desânimo e insegurança que leva muita gente a se refugiar num passado imaginário, que nunca existiu, trocando pela falsa memória de um “tempo pretérito perfeito” a perda dos sonhos e esperanças.
Tirando a camada que se beneficiou do autoritarismo, por razões políticas, econômicas, corporativas, ideológicas ou todas elas, juntas e misturadas, é natural que isso ocorra nos tempos de crise – basta olhar a série histórica de pesquisas semelhantes – e mais ainda quando temos um presidente recém-eleito o estimulando.
O importante é que a pesquisa antecipa o que deve ser publicado hoje ou amanhã sobre a aprovação/rejeição ao Governo Bolsonaro, por ocasião da marca simbólica dos seus 100 dias de governo. E que, como já era antecipado por outras pesquisas, vai apontar que o atual presidente tem pouco mais ou pouco menos do que um terço da aprovação popular.
Essa é a realidade que interessa, não a dos “recuerdos de Ypacarai” dos saudosistas. Ela é quem deve nortear a ação política que precisa reunir os brasileiros, enquanto a direita só tem como bandeira reunir a si mesma, na agressividade, no fanatismo e na intolerância.
A estagnação econômica do país não se reverte, passados três anos do golpe que nos iria “salvar”. Só o que têm a oferecer é o discurso da ordem, da força, da brutalidade. E da indiferença social, que, ao contrário dos tambores militares, não ressoa no passado, mas no presente, anunciando os tempos mais bárbaros no futuro.
É por isso que o Datafolha em “conta-gotas”, dando precedência ao que não tem, é a anti-notícia, porque põe o secundário – talvez nem isso – à frente do principal.
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Noutro dia, numa reunião, discutindo com um imbecil que defendia os "tempos tranquilos" da ditadura, eu fiz uma pesquisa rápida sobre o tema violência, comparando dados de 1964 e 1985. O bobalhão ficou com cara de bunda, quando viu o óbvio: que foi exatamente na ditadura que as coisas pioraram. Inclusive eu tenho guardado um vídeo com um trecho da novela Água Viva, de 1980, onde os personagens debatem a necessidade do exército nas ruas. Infelizmente certos brasileiros parece que pediram para ser estúpidos.
pediram sim, e entraram várias vezes na fila!
Para ajudá-lo quando for dar uns tapas no FDP, https://www.diariodocentrodomundo.com.br/nao-havia-ordem-e-seguranca-na-ditadura-por-rubens-goyata-campante/
Afinal, os frias como os marinho, são a cara do golpe iniciado em 2013, pela CIA.
A maldição vivida pelos brasileiros era o desejo dos frias, marinho, setubal, vilela, moreira sales.... a classe dominante e entreguista gerenciada pela CIA.
Essa gente Não vive no Brasil, mas EXPLORAM o povo brasileiro, que se deixa ser estupidamente ludibriado.
Eles são corpo e alma de todos os Golpes, pois, deles participaram ativamente.
MILICOS GOLPISTAS NO PLANALTO ESTÃO POR LÁ COM ROUPINHA DE CAMUFLAGEM DE COMBATE... MAS, OS SEUS CÉREBROS ENCURTADOS E DELIMITADOS RACIONALIZAM QUE NUNCA TERÃO QUE PRESTAR CONTAS!
LEMBRO QUE, DURANTE A DITADURA, AS NOTÍCIAS ERAM TRANSMITIDAS POR PLANFETINHOS FEITOS EM MIMEÓGRAFOS...
MILICOS PENSAM QUE ESTAMOS AINDA NO TEMPO EM QUE CONTROLAVAM AS COMUNICAÇÕES!
OS FASCISTAS ENTREGUISTAS GOLPISTAS VÃO AFUNDAR RÁPIDO, JUNTO COM A ECONOMIA"
AFUNDA BRAZIL!
a pesquisa demonstra a bipolaridade que querem do comportamento social, comemoração eufórica ou indiferença melancólica.
No universo "uol" só existe os que, 55 anos depois, ou comemoram ou desprezam o Golpe de Estado que deu origem a um longo regime ditatorial o qual a Folha denominou, e durante muito tempo, Ditabranda.
Aqueles que repudiam o Golpe, a ditadura que se seguiu e a repugnante, asquerosa e vergonhosa comemoração daqueles infames anos simplesmente não pertencem ao "universo" uol.
São menos que sofistas, estão aquém dos fascista, são apenas FALSISTAS, golpistas e mentirosos, perdidos no tempo e no espaço, só não rasgam dinheiro.
Não há informação suficiente para que o povo possa ter uma ideia do que ocorreu. Foram arredondando aqui e ali, escondendo aqui e ali, falando em ditabranda, em saudade de um tempo em que quem era amordaçado não via sua própria mordaça, e muito menos achava que precisava falar alguma coisa que não fosse permitida. O resultado da pesquisa é positivamente surpreendente, apesar de tanta deformação informativa. Mas, realmente, o que interessa é romper o bloqueio de mentiras de uma mídia empresariial que só pensa em ganhar dinheiro fazendo chantagem com o povo de seu país, espalhando que se não entregarem aos banqueiros e agiotas o ouro da previdência o país vai falir. Vai falir. É uma piada sem graça nenhuma.