Depois de um longo tempo sumido, o Caged – Cadastro de Empregados e Desempregados – reapareceu hoje, somando um saldo negativo de 1,1 milhão de postos de trabalho perdidos.
Como tenho insistido aqui, dados econômicos não servem, agora, como medidores precisos da situaçao econômica, até porque as pequenas e microempresas, fechadas ou capengando, nem sequer estão acertando suas obrigações administrativas e trabalhistas.
O atraso do Caged, que deve ser informado até o dia 7 do mês posterior, tem uma multa mínima por atraso (cerca de R$ 4,50 por demitido não informado no prazo) e, portanto, não é uma prioridade em tempos difíceis.
Além do mais, o emprego celetista, que compõe o Caged, representa pouco mais de 40% do total dos empregos, menos que os informais onde, é claro, a dispensa de trabalhadores é mais fácil e, portanto, maior.
Os números não desautorizam – pelo contrário – a previsão de que, no médio prazo, percam-se de 10 a 12 milhões de empregos no Brasil. Um dos fatores que leva a esta previsão é o fato que, dos 24 milhões de empregos que seriam atingidos pelos acordos de redução de jornada e de salários (e o recebimento do seguro desemprego, pago pelo Governo) apenas 8,1 milhões tenham sido registrados pelo Ministério da Economia.
Assim, espere-se um número semelhante de empregos formais a menos em maio e, mais ainda quando os prazos de vedação de demissão dos acordos (3 meses) for se esgotando.
Devemos chegar ao fim do ano com mais de 20 milhões de desempregados, o maior número da história brasileira, disparado.