A rota ladeira abaixo dos índices de aprovação de Donald Trump levou o presidente norte-americano Donald Trump a uma atitude insólita: propor, pelo Twitter o adiamento das eleições daquele país, marcadas para 3 de novembro.
Ele, que acha seguro abrir o comércio, voltar às fábricas, às escolas e repete ainda que a cloroquina salva, acha que não é seguro ir votar e que o voto antecipado, realizado em locais públicos e abertos à fiscalização, vai levar a fraudes.
Contra ele, claro.
O novo coronavírus, afinal, não era “apenas uma gripezinha” e ameaça tornar, entre os quase cinco milhões de norte-americanos assolados por ela, Donald Trump sua mais ilustre vítima.
Por aqui, seu adorador Bolsonaro, sei não, melhor já ir se acostumando à perda do padrinho.
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No comportamento, é incrível a semelhança entre os dois grandes idiotas, o de lá e o daqui, parecem gêmeos univitelinos.
Quando Barack Obama foi eleito houve uma onda de otimismo pelo mundo... muitos andavam cansados da arrogância e beligerância dos americanos, das suas soluções nada respeitosas com o Direito Internacional, de suas invasões e derrubadas de governos. Obama disse que ia mudar radicalmente a política externa americana, que ia fechar a prisão de Guantanamo, e muitas outras promessas de liberalismo político e redução da sensação que se espalhava pelo mundo de que os americanos estavam agindo como garotos que ganham uma briga e pensam que podem mandar em todo o bairro.
O que aconteceu de real? Guantanamo continua sendo uma prisão, a arrogância nunca diminui, tudo só caminhou para o pior.
Jair pode ter que se acostumar com outro dono, mas não vai mudar em nada a essência da coisa. Os EUA não vão mandar um recado ao STF para julgarem logo a suspeição do Moro. Não vão parar de chamar a Venezuela de ditadura, não vão parar de pressionar a Argentina por ter um governo mais próximo de uma social-democracia. Talvez sejam menos tolerantes com os excessos do Jair. Talvez cortem o papo de moleques que ele e os filhos têm. Talvez (e põe talvez nisso...) expulsem o Weintraub por fraude na imigração. Mas o que interessa, que é permitir que o Brasil tenha um governo soberano, independente, que trabalhe pela riqueza e crescimento do país, pelo fim da pobreza e da miséria aqui, isso não vai acontecer. Menos ainda agora, quando o PIB deles pode fechar o ano com queda de mais de 10%, enquanto o da China permanece no zero a zero, fazendo, definitivamente, com que sejam ultrapassados pelos chineses.
Nas próximas décadas a América Latina vai sofrer mais e mais com os americanos. A China tinha em 2015 uma população urbana de mais ou menos um terço do total. O PCCh estabeleceu, naquela época, que em 2020 a população rural deveria ser de um terço do total, invertendo a balança. População urbanizada e sem miséria, como acontece lá, implica uma aumento significativo da renda e da produção industrial. Os chineses sabem o que querem agora: ancorar seu crescimento no seu próprio mercado interno, criando uma massa de consumidores com capacidade equivalente a da classe média baixa brasileira (renda entre 3 e 6 mil reais mensais), mas com 1 bilhão de consumidores, dez vezes mais que aqui. Só isso vai fazer o PIB deles atingir um nível que os EUA não terão nunca como acompanhar. E aí a capacidade fiscal deles de manterem forças armadas que façam os outros países pensarem que a China (ou qualquer outro) não pode com eles vai para o ralo. Hoje, com PIB igual, os chineses já estão dando muita dor de cabeça militar aos americanos. Como será quando os chineses tiverem um PIB três, quatro, até cinco vezes maior que o americano? Para igualar um gasto de três por cento do PIB chinês, quando isso acontecer, os EUA terão que gastar 9%, 12%, 15% do seu PIB em Defesa. Que Estado suportou isso? É só olhar para a URSS e ver o que vai acontecer... e nós, quintal dos EUA, vamos ter que suar sangue para transferir riqueza para eles, para que possam financiar essas despesas. E claro que isso se fará às custas dos mais pobres.
Mas, tal qual a URSS um dia teve que capitular, os EUA um dia terão que aceitar a derrota. Pena que não estarei vivo para ver, porque acho que isso vai levar uns 40 a 50 anos para acontecer.
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O voto exclusivamente pelo correio é adotado faz muitos anos por vários estados. O estado onde moro o adota há muito tempo, sendo considerado um modelo, e não há evidências de fraude sistêmica. Pelo contrário, o que ouço diz que com a adoção do sistema pelo correio, diminuiu significativamente a fraude, que agora é esporádica e localizada, comparado com a fraude corriqueira do sistema anterior.
Trump faz uma distinção retórica do voto ausente (absentee vote) que também, é enviado pelo correio, com o voto pelo correio como norma (mail in vote). É basicamente a mesma coisa. Ocorre que o voto ausente é como regra voto de militares fora do domicilio eleitoral - e os militares são uma importante base de apoio a trump que por isso faz distinção com medo de milindrá-los.
Nunca na história americana houve adiamento das eleições presidenciais. Nem durante a guerra civil, as guerras mundiais ou mesmo durante a pandemia de 1918 (gripe espanhola).
Ele já vem com esta arrenga de fraude faz tempo (e não há base factual para seu discurso) e diz que pode não reconhecer o resultado. Pior é que muitos ainda o chamam de "líder do mundo livre" mesmo entre a dita mídia liberal.
Há uma boa possibilidade de que em breve os Estados Unidos, depois de tantos revezes que parecem indicar uma decadência em aceleração, venham a adotar uma política positiva no lugar de sua política permanentemente negativa. Esse princípio de corsários, em que a compaixão é considerada uma fraqueza e a fraternidade uma aberração antinatural, e que manda depenar sem pena os subjugados e mover céus e terra contra os insubmissos, parece ter chegado ao esgotamento total como motor de crescimento econômico e muscular. A adoção da paz "em toda a sua glória" poderá ser muito mais produtiva do que as guerras eternas.
Só a ADMISSÃO implícita nesse Twitter de D.J. Trump é um puro sincericídio eleitoral...