Não tem mês e meio que Jair Bolsonaro fez promessas solenes de reduzir o desmatamento ilegal na Amazônia na Cúpula do Clima convocada pelo presidente norte-americano.
Era tão sério que Joe Biden preferiu levantar-se e tratar de outros assuntos, enquanto falava o responsável pela maior reserva florestal do planeta.
Muito mais que o discurso produzido por seus burocratas, especializados em tapar o sol com peneiras, são os números reais da devastação nunca vista nas nossas florestas, publicados hoje no G1.
Faltando ainda três dias – ou mais ou menos 120 hectares de floresta que, pela média diária, devem ter sido consumados, o Brasil perdeu 1.180km² de área florestal em um só mês – mais que todo o município do Rio de Janeiro – segundo os dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.
É, como mostra o gráfico, um crescimento assombroso frente ao ano passado, e representa mais que o dobro do que ocorria antes do governo Bolsonaro.
Em junho, começa o período de seca e, com ele, o das queimadas.
O país está completamente desarmado diante dos devastadores ambientais. As Forças Armadas deixaram a sua tímida operação na Amazônia, sem que os órgão ambientais estejam em condições de agir, tamanho o seu desmonte.
O ministro do Meio Ambiente, acossado por dois inquéritos de facilitação do contrabando de madeiras amazônicas (!!!) diz que não é com ele e manda irem perguntar ao General Mourão.
Biden, claro, sabia que deste mato não sai coelho – embora saia a fauna queimada – e que, portanto, aqui não vai entrar dinheiro dos fundos ambientais que anunciou estar disposto a distribuir.
Não quer aparecer como patrocinador das cenas de incêndio que, a partir de julho, serão vistas na TVs do mundo inteiro.