Deu no NY Times: “Fim do mundo? Já é aqui no Brasil”

Vanessa Barbara, colaboradora do The New York Times e colunista do Estadão, publica hoje no jornal nova-iorquino um texto, cujo título está aí em cima, que não podia ser mais claro sobre a situação do nosso país, ao narrar a história política do último mês nesta Terra Brasilis, a começar pela “PEC do Fim do Mundo”:

O fim do mundo já chegou ao Brasil. Pelo menos é o que as pessoas aqui estão dizendo. Uma emenda constitucional aprovada pelo Senado no mês passado está sendo chamado de “o fim do mundo” alteração por seus oponentes. Por quê? Porque as conseqüências da emenda parecem desastrosas – e duradouras. Ele vai impor um limite de 20 anos em todos os gastos federais, incluindo a educação e cuidados de saúde.

Deve ser duro para os gringos entenderem, agora que já não estamos mais no tempo das ditaduras, como…

o Sr. Temer possa realizar tantas reformas, especialmente considerando a maioria delas, incluindo o limite do orçamento, ir contra a agenda da pessoa que – ao contrário do Sr. Temer – realmente ganhou a eleição presidencial mais recente.

Vanessa prossegue:

Além do limite de gastos, Temer apresentou uma proposta de reforma do sistema de pensões do Brasil. Sua proposta fixará uma idade mínima de aposentadoria de 65, em um país onde a pessoa, em média se aposenta em 54. A lei também exigirá pelo menos 25 anos de contribuições para o sistema de segurança social, tanto por homens e mulheres. Há boas razões para o Brasil não ter aprovado leis como essa antes.Embora a expectativa de vida média no Brasil seja de 74 anos , nós somos um dos países mais desiguais do mundo. Por exemplo, em 37 % dos bairros da cidade de São Paulo, as pessoas têm expectativa de vida inferior a 65 anos. É ainda mais curta para os pobres rurais.

E vai adiante, explicando a reforma trabalhista que precariza o trabalho e permite jornadas diárias de até 12 horas, além da terceirização indiscriminada. Diz que, por isso, não é “surpreendente que a administração Temer seja profundamente impopular: uma pesquisa em dezembro descobriu que 51% dos brasileiros a classificaram como “ruim” ou “terrível” e apenas 10% dos entrevistados disseram aprová-lo”.

Mas estes 10% são uma categoria muito especial, esclarece a colunista:

No entanto, o novo governo já recebeu o apoio total das seguintes organizações: Federação Brasileira de Bancos, Frente Parlamentar da Agricultura, Confederação Nacional da Indústria, Organização Mundial do Comércio, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e do Estado do Rio de Janeiro,  Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil, a Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores e e de vários altos executivos.

E, então, Vanessa desenha, em inglês, para quem ainda não entendeu:

Para alguns brasileiros, pelo menos, o fim do mundo é o início de uma oportunidade de ouro.

Fernando Brito:

View Comments (15)

  • literalmente o povo calou-se quando do golpe e agora paga caro pelo seu silêncio e por se comportar como bananas e pio covardes por isso vai tomar no ... literalmente

  • Golpe é isso, fim da democracia, fim dos direitos, fim do país. E Dilma fica dando entrevistinhas criticando medidas do governo, como se fosse um governo e não uma JUNTA. PORQUE a esquerda mantém essa farsa de que haverá eleições livres e mais, lançando LULA. Alguém acha que os ditadores vão permitir uma eleição com LULA. Tomara, mas tomara mesmo que eu esteja errado.

  • Sra..Vanessa Barbara,( colaboradora do The New York Times e colunista do Estadão) e ..plim..plim..já esta falindo.(vide rede golpe....ou glogolpe.....só agora vc esta vendo ou na sua idiotia dos seus patrões que esta chegando a água na bunda.....mas a canoa vai virar e não vai tempo de correr ou se esconder...(a não ser que vc fique na Paraty House)...

  • ... Ou seja,
    em bom matutês:
    o Inferno é aqui!
    Falta, apenas, acender a luz

  • Vampiro, o codinome de Temer na lista da Odebrecht, segundo *J. Carlos de Assis

    04 de janeiro de 2017

    (...)
    Como todos os sumo sacerdotes de Deus que serviram simultaneamente ao Diabo, em busca da própria glória, Moro e seus acólitos de Curitiba, procuradores que se investiram, também eles, dos poderes de Deus, terão o destino irrecorrível do Diabo metafísico. Como Torquemada, Savanarola, Marat, Robespierre, todos materialmente incorruptíveis, encontrarão a seu empo o fogo do inferno que Deus, o onipotente, reservou àqueles que, como o Diabo, violaram a regra suprema: querer se igualar a Deus, o único!

    *J. Carlos de Assis é jornalista e economista, doutor pela Coppe/UFRJ, do Movimento Brasil Agora.

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.esmaelmorais.com.br/2017/01/vampiro-o-codinome-de-temer-na-lista-da-odebrecht-segundo-j-carlos-de-assis/

  • Se Michel Temer tivesse tomado um tiro (ainda que errassem o alvo) antes de 01 de janeiro de 2017, eu teria muito otimismo com o futuro do Brasil.

    Mas, não.

    O tiro (e agora posso falar pois o seu efeito prático já passou, sem que se diga que "prega-se a violência") teria o condão de, numa única ação, mostrar aos cinco mil poderosos do país que, primeiro, aqui tem homem - e cidadão. Segundo, que não tem formalista otário e terceiro, automaticamente, restabeleceria a democracia nacional com eleições diretas.

    Não houve tiro, nem pedrada, até onde sei, nem trabalho de macumba foi feito. Agora já era.

    É duro admitir.

    O Brasil ainda não apanhou o suficiente para merecer a democracia.

    É lugar comum em gestão pública, afirmar que não se deve nomear alguém para um cargo do qual não se possa demiti-lo.

    O povo (povo, não oligarquia midiática! POVO!) que não sabe como derrubar um governo, não pode nem deve eleger qualquer um.

    É contra producente.

    Que a surra de chibata prossiga, que os ossos se mostrem ao vento, que as gerações se percam: a democracia é para os povos que a merecem.

    Agora, é sentar calmo e aguardar os séculos: paciência (e passaporte)...

  • Ou podemos dizer: "Esse (des)governo do Temer, tomá-lo-emos no c*". Bem ao estilo do vampiro.
    Gente, o Brasil acabou. Não tem mais saída.

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