Deus castiga, Reinaldo, Deus castiga….

O artigo sordidamente apelativo de Reinaldo Azevedo, que provocou a indignação deste blog há dois dias, não apenas afirmando que Luiz Edson Fachin seria defensor da poligamia que, pior ainda, sugerindo que ele próprio a praticasse ganhou um castigo daqueles que se poderiam dizer que são divinos.

Claro que no sentido do dito popular, não no religioso.

É que o autor do livro que Fachin prefacia e que serve de pasto para a asinina argumentação de Azevedo, Marcos Alves da Silva, doutor em Direito Civil, ao resolver responder, assina o texto – publicado no Diário do Centro do Mundo – dizendo o que é: professor de Direito Civil (o livro é sua tese de Doutorado) e – ah, Reinaldo, que rata… – pastor presbiteriano.

O velho ateu aqui, a quem o tempo cada vez mais leva a agnóstico, deu boas gargalhadas com a involuntária bofetada moral que Marcos Alves dá ao lamentável rottweiler, que estudo, como se sabe Teologia na Libelu.

Aquele tapa estalado que merece a canalhice fez-se ouvir pacifica e inesperadamente, como convém para desmolarizar quem a pratica.

A razão não adere ao erro total

Marcos Alves da Silva, professor de Direito e pastor presbiteriano

“Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos.”
Provérbios 26:4-5

O sábio poeta hebreu dá um conselho ambíguo. Devemos ou não responder ao tolo? Há na resposta um risco intrínseco. A arena de debate do tolo situa-se no campo da irracionalidade, da ignorância, da vaidade e, por vezes, do ódio. Posta-se o tolo em sítio distante da razoabilidade, do bom senso, da ponderação. Então, o conselho: não desça a essa arena jamais. Logo, não responda ao tolo segundo a sua estultícia. Mas, em aparente contradição, ensina o sábio: não deixe o tolo sem resposta para que não passe por sábio.

Considerado esse paradoxo, é que externo publicamente meu mais veemente repúdio ao que o Sr. Reinaldo Azevedo escreveu em sua lastimável coluna, no blog da Revista Veja, intitulado “Esta vai para o Senado”.

O senhor Reinaldo Azevedo que, nada lê muito além de orelhas de livros, busca ávido entre escritos jurídicos algum texto que lhe sirva de pretexto para atacar a indicação do professor Luiz Edson Fachin ao Supremo Tribunal Federal.

Este pretenso jornalista valeu-se de um livro de minha autoria, resultado de tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, para tentar agredir e infamar a imagem do professor Fachin.

Somente quem não leu o livro, como Reinaldo Azevedo, é que pode fazer a absurda assertiva de que há, na tese, uma defesa da poligamia e, concomitantemente, um ataque à família formada pelo casamento. O autor não subscreve esse disparate e, muito menos, o ilustre professor que prefaciou o livro.

O “blogueiro” da revista Veja promoveu distorção rasteira e fraudulenta de um complexo tema, que remonta às raízes da formação do Brasil e guarda estreita relação com a dominação masculina.

Trata-se de um ataque desleal, covarde, oportunista. O que lastimo profundamente é que uma pessoa como essa, que tem coragem de lançar mão de tão sórdida mentira, seja albergado por uma Revista que se pretende formadora de opinião. Lamento que tantos desavisados leiam estas postagens de textos desqualificados, tomando-os como expressão de verdade.

Ah! Se conhecessem quem é Luiz Edson Fachin e o que a sua obra e atuação jurídica significam para o Direito, no Brasil. É lamentável que sua indicação ao Supremo Tribunal Federal tenha ocorrido neste momento em que a irracionalidade, patrocinada por alguns veículos de comunicação de massa, vem tomando vulto e se verifica um notável esvaziamento do verdadeiro debate político.

Evoco, contudo, as sábias palavras de Dom Hélder Câmara, que sempre me serviram de alento quando vejo avolumar a barbárie, a brutalidade e, às vezes, a bestialidade. Ensinava o sábio Bispo de Olinda: “A razão não adere ao erro total”. Tenho viva esperança de que o Senado Federal não há de deixar-se conduzir pela fúria dos tolos. A luz da razão há de prevalecer.

Fernando Brito:

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  • Que Porrada Magnífica!!!
    Gostaria de ver "Ah-ef-fim" e Rodrigo Inconstantino ou Boçalnarossaurus Rex passarem por surras similares, mas tudo tem o seu tempo...

  • Mais um motivo para referendar a designação o Dr Luiz Edson Fachin ao Supremo Tribunal Federal, um elogio de um Cavalheiro e sábio como Dr Marcos Alves da Silva, professor de Direito e pastor presbiteriano e de dezenas de juristas que só o elogiam e por outro lado o fato de ser atacado por escórias como "reinaldos azevedos e vejas" é um motivo que só o enaltece e demonstra ser acertada a escolha de Dilma.

  • Que resposta!!! Será que o energúmeno do Reinaldo entendeu? (se é que leu). Estou repassando este post para muitos conhecidos meus.

  • Reinaldo Azevedo... Passar bem, obrigado.
    Está difícil de aturar esses pseudos-articulistas. Mas é o preço de se viver numa Democracia.
    Prefiro o conselho de Lula: não os ler, pois dá azia.- ou seria ânsia.

  • Prefiro o conselho de Lula: não os ler, pois dá azia.- ou seria ânsia.

  • Já disse aqui e repito, embora discordando em parte do ilustre e digno professor Marcos, meu xará, ao dar resposta a esse indivíduo, cujo nome me recuso repetir: não se deve responder a este cretino, que não pode, sequer, lamber as fezes do Professor Fachin! O ideal, a meu ver, é ignorá-lo totalmente, já que leitor de veja e imbecil é a mesma coisa...

  • Sobre isso escrevi e postei no face book.

    A estupidez merece resposta?

    Por Ronaldo Souza

    Algumas pessoas já me cobraram respostas às agressões sofridas aqui no face.

    Entendo essa inquietação diante do que viram, até porque há um ditado, “quem cala consente”, que poderia levar alguns a pensarem que se tratava disso.

    Entre as pessoas que se manifestaram e até se indignaram, dois advogados sugeriram mover uma ação judicial.

    Apesar de entender as razões colocadas, nunca passou pela minha cabeça.

    Não me permitiria descer ao nível de me envolver com tamanha indigência mental e intelectual e de me enlamear. Nem mesmo através de uma ação judicial.

    Já tive oportunidade de escrever algumas poucas vezes sobre isso. Em uma delas citei Mark Twain:

    “Nunca discuta com um estúpido. Ele fará você descer ao nível dele e ali te vencerá por experiência”.

    Lendo o texto abaixo, a memória trouxe o tema de volta.

    Dei inicialmente a este breve texto o título “Aos tolos leitores de Reinaldo Azevedo”.

    É possível que sempre exista essa dúvida quanto a valer a pena ou não responder aos tolos.

    Enquanto existirem homens pequenos como Reinaldo Azevedo e os seus ainda menores, porque menos capazes, seguidores, estaremos sujeitos a essa dúvida.

    Nesse caso, porém, foi positivo.

    Ao fazê-lo, o Professor Marcos Alves da Silva nos brindou com um breve, sutil e elegante texto como resposta.

    Tenho certeza de que no universo criado por Azevedo e seus leitores, a elegância do Professor Marcos não causará o “impacto” a que se acostumaram lendo o guru, com a sua eterna sutileza.

    É através do texto do Professor Marcos Alves da Silva e da imagem de Reinaldo Azevedo que postei, que os homenageio.

    “Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos.”

    Autor de livro usado por Reinaldo Azevedo para atacar Fachin chama blogueiro de tolo e repugnante

    Diário do Centro do Mundo http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/autor-de-livro-usado-por-reinaldo-azevedo-para-atacar-fachin-chama-blogueiro-de-tolo-e-repugnante/

    Do advogado Marcos Alves da Silva, de quem Azevedo usou um livro para atacar a indicação de Luiz Edson Fachin ao STF:

    “A RAZÃO NÃO ADERE AO ERRO TOTAL”

    (CARTA ABERTA DE DESAGRAVO FACE AO REPUGNANTE TEXTO DE REINALDO AZEVEDO PUBLICADO NO BLOG DA VEJA, EM 28/04/2015)

    “Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos.”

    Provérbios 26:4-5

    O sábio poeta hebreu dá um conselho ambíguo. Devemos ou não responder ao tolo? Há na resposta um risco intrínseco. A arena de debate do tolo situa-se no campo da irracionalidade, da ignorância, da vaidade e, por vezes, do ódio. Posta-se o tolo em sítio distante da razoabilidade, do bom senso, da ponderação. Então, o conselho: não desça a essa arena jamais. Logo, não responda ao tolo segundo a sua estultícia. Mas, em aparente contradição, ensina o sábio: não deixe o tolo sem resposta para que não passe por sábio.

    Considerado esse paradoxo, é que externo publicamente meu mais veemente repúdio ao que o Sr. Reinaldo Azevedo escreveu em sua lastimável coluna, no blog da Revista Veja, intitulado “Esta vai para o Senado”.

    O senhor Reinaldo Azevedo que, nada lê muito além de orelhas de livros, busca ávido entre escritos jurídicos algum texto que lhe sirva de pretexto para atacar a indicação do professor Luiz Edson Fachin ao Supremo Tribunal Federal.

    Este pretenso jornalista valeu-se de um livro de minha autoria, resultado de tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, para tentar agredir e infamar a imagem do professor Fachin.

    Somente quem não leu o livro, como Reinaldo Azevedo, é que pode fazer a absurda assertiva de que há, na tese, uma defesa da poligamia e, concomitantemente, um ataque à família formada pelo casamento. O autor não subscreve esse disparate e, muito menos, o ilustre professor que prefaciou o livro.

    O “blogueiro” da revista Veja promoveu distorção rasteira e fraudulenta de um complexo tema, que remonta às raízes da formação do Brasil e guarda estreita relação com a dominação masculina.

    Trata-se de um ataque desleal, covarde, oportunista. O que lastimo profundamente é que uma pessoa como essa, que tem coragem de lançar mão de tão sórdida mentira, seja albergado por uma Revista que se pretende formadora de opinião. Lamento que tantos desavisados leiam estas postagens de textos desqualificados, tomando-os como expressão de verdade.

    Ah! Se conhecessem quem é Luiz Edson Fachin e o que a sua obra e atuação jurídica significam para o Direito, no Brasil. É lamentável que sua indicação ao Supremo Tribunal Federal tenha ocorrido neste momento em que a irracionalidade, patrocinada por alguns veículos de comunicação de massa, vem tomando vulto e se verifica um notável esvaziamento do verdadeiro debate político.

    Evoco, contudo, as sábias palavras de Dom Hélder Câmara, que sempre me serviram de alento quando vejo avolumar a barbárie, a brutalidade e, às vezes, a bestialidade. Ensinava o sábio Bispo de Olinda: “A razão não adere ao erro total”. Tenho viva esperança de que o Senado Federal não há de deixar-se conduzir pela fúria dos tolos. A luz da razão há de prevalecer.

    Marcos Alves da Silva
    Professor de Direito Civil
    Advogado
    Pastor Presbiteriano

  • reinaldo azevedo, não é jornalista, nem colunista e sim "calunista" que é o que as midias podres tem contratado a preço de soldo sujo para denegrir e enlamear a imagem de pessoas públicas honestas e dignas. Esse calhorda não tem qualquer moral, etica ou valores não passa de um calhorda e serviçal de seus patrões tão iguais mas que devido a pompa da posição social transfere a destilação do veneno e odio pela fala desse desclassificado energumeno, inepto e idiota do reinaldo azevedo

  • Editora (primeiro de) Abril: Aquela que floresceu após o 31 de março.

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