A foto aí de cima, de Ricardo Moraes, da agência Reuters, é uma maravilha.
O título em O Globo, não sei de quem, uma achado de simplicidade e bom-humor: “O Rio, enfim, como Deus gosta”
A foto deveria ser olhada pelos fanáticos como uma lição.
A moça de biquíni e as freiras de hábito, todas curtindo o sol que voltou e a praia que se coloriu de luz, hoje.
As três – e milhares mais – felizes e em paz consigo mesmas.
Obra da Natureza ou de Deus, conforme a crença de cada um, o mundo é uma maravilha e seu espaço pode ser dividido e aproveitado sem que isso represente uma agressão ao outro.
O nome disso é democracia, é convivência, é tolerância, é respeito.
Para crer na fraternidade humana não é preciso ser deísta e achar que somos irmãos por termos o mesmo pai divino. Podemos, sem crer, ter a mesma mãe, a Terra, tão maltratada pelos seus filhos mais pródigos.
Que isso sirva de lição aos que não podem aceitar as diferenças e querem fazer com que sua regra seja a única e seu modo de viver o único.
Que se ache melhor que o outro por cor, credo, ideias ou posses.
Estão lindas, as três, em meio ao dia lindo.
Quem sabe um dia seja assim o mundo, onde o Sol possa nos banhar a todos.
Próximos. Diferentes. Mas essencialmente iguais.
Se acham que fujo da política, perdoem-me. Isso é a política.
Mas, para que fique claro o que digo, transcrevo a matéria da Folha, de agora há pouco, com as palavras do arcebispo sul-africano Desmond Tutu:
“O arcebispo emérito da Cidade do Cabo na África do Sul e prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu, 81, disse nesta sexta-feira não acreditar que Deus odeie os homossexuais, e comparou a homofobia com o racismo.
“A muitos de nós causa angústia imaginar que Deus pode criar alguém e dizer: ‘Te odeio. Te odeio por como te fiz”, disse o líder religioso anglicano na Cidade do Cabo, durante a apresentação de uma campanha da ONU pela igualdade das minorias sexuais.
“Vocês podem imaginar alguém como eu, que disse que é injusta a punição por algo que não temos escolha como cor e sexo, se cale quando pessoas são perseguidas e assassinadas por sua orientação sexual?”.
Para Tutu, a homofobia é “tão injusta como o racismo” e disse que os homossexuais não são uma raça à parte. “Não gostaria de ir para um céu homofóbico. Pediria desculpas e diria que gostaria de ir para outro lugar”.
“Temos que construir uma sociedade tolerante, e não teremos uma sociedade livre até que todas e cada uma das pessoas sejam reconhecidas e aceitas pelo que são”, disse o arcebispo, que acrescentou ter consciência de que muitos líderes religiosos consideram a homossexualidade como um pecado.”
Ouviu, Feliciano?
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Excelente matéria. Ótimo texto. Verdades incontestáveis.
Sei não hein... será que esse arcebispo lê a bíblia? Deus não abomina quem paca, Ele tão somente abomina o pecado.
Sei não hein... será que esse arcebispo lê a bíblia? Deus não abomina quem paca, Ele tão somente abomina o pecado.