Dilma acerta Campos para enfraquecer Aécio. Pesquisa daria vantagem 43 a 13% sobre mineiro.

Eleição é como iceberg: um terço aparece à tona, dois terços ficam por debaixo d’água, no jogo de bastidores que faz parte da política.

E, nele, a coisa, desde que o mundo é mundo, funciona assim: os fracos atacam os fortes e os fortes, quando atacam, só o fazem de caso pensado, para fazer algum movimento que enfraqueça mais quem estiver menos fraco entre seus adversários.

É disso o que fala hoje Maurício Dias, em sua coluna na CartaCapital, onde explica que as críticas de Dilma Rousseff a Eduardo Campos – sobre os caras-de-pau que falam no esgotamento do modelo – são uma opção para levar um pouco de água ao moinho do pernambucano e aumentar a seca que assola Aécio Neves.

Isso seria, segundo Dias, resultado de uma pesquisa reservada que apontaria Dilma com 43%, Aécio com 13% e Eduardo Campos com 8%.

Talvez isso explique a ausência de pesquisas “públicas”: como agora as pesquisas eleitorais têm, obrigatoriamente, de ser registradas no TSE, dá para ver que nenhum dos grandes institutos está preparando levantamentos, ainda.

Particularmente não creio que a coisa vá por aí, ou pelo menos vá continuar por aí. Assim como não acredito que Marina possa influir tanto assim.

Depois, em outro post, tento fazer uma análise.

Fiquemos, por ora, com a de Maurício Dias.

Dilma escolhe o adversário

Maurício Dias

Na festa de comemoração, no dia 10, dos 34 anos de vida, o Partido dos Trabalhadores parece ter tomado uma decisão importante quanto ao rumo da batalha presidencial pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Os petistas indicam que farão do governador de Pernambuco, o presidenciável Eduardo Campos (PSB), o principal adversário nessa etapa inicial da corrida eleitoral.

Despida dos rituais da Presidência, Dilma discursou na festa petista com os recursos de um velho truque de palanque. Mandou chumbo na oposição. Mas entre os oposicionistas havia um alvo preciso, Eduardo Campos, ao qual se dirigiu sem dar o nome. Ela falou genericamente aos “pessimistas” descrentes do Brasil.

“Eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou, que o nosso modelo se esgotou”, atacou a candidata. Quem primeiro desfraldou a bandeira foi Eduardo Campos. Ex-aliado e ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, inscreveu-se com esse prelúdio na lista de presidenciáveis. Na sequência apoiou-se em discursos a respeito de uma “nova política” e outras melodiosas aos ouvidos conservadores.

Fazer de Campos um adversário preferencial não nasce de revanchismo de petistas gerado pela troca de camisa nem é temor do enfrentamento com o tucano Aécio Neves. A razão é outra. Os petistas usam conhecida tática comum em certos momentos do jogo eleitoral. Ela permite ao candidato mais forte escolher o adversário de sua conveniência.

Tudo indica que essa possível opção por Campos tem uma lógica guiada principalmente pelos números das pesquisas. A mais recente, de meados de janeiro, circulou restritamente por não ter sido registrada no Tribunal Superior Eleitoral. Nela há somente uma variação. A pequena queda do tucano de 15% para 13%. O porcentual de Dilma gira em torno dos 43%, onde está empacada. Campos patina em torno de 8%.

O confronto 
com o socialismo maroto do PSB mantém o nome de Eduardo Campos no noticiário. Dá mais visibilidade e força uma disputa secundária entre ele e Aécio Neves. Caso Marina Silva assuma a posição de vice na chapa do PSB, como é esperado no partido dele, talvez agregue ao porcentual de Campos votos suficientes para superar o candidato tucano.

A situação de “lanterninha”, a despeito de outros candidatos de menor porte eleitoral, pode não ser uma situação definitiva para o tucano. O PSDB tem potencial de votos. Minas Gerais e São Paulo podem ajudar Aécio a retomar a posição de agora. Entre os eleitores mineiros, ele projeta, com convicção, uma maioria absoluta. E Marina, as pesquisas já mostraram, tem intenções de voto bem razoáveis entre os paulistas. A serem confirmados nas urnas, porém.

Esse tripé do Sudeste, formado pelos três maiores colégios eleitorais do País, decidirá a peleja entre os dois principais adversários de Dilma. Nessa etapa também estará sendo definido o curso da eleição.

Haverá segundo turno? Os números de agora indicam que não. Se a maré mudar, Eduardo ou Aécio teriam mais condições de apagar a estrela do PT em 2014?

Fernando Brito:

View Comments (14)

  • Esqueçam Aécio e Eduardo...
    O inimigo é outro, chama-se Joaquim Barbosa.
    Ele vai aparecer em breve, renunciando ao cargo no STF e ingressando em algum partido qualquer para tentar ser o novo Janio Quadros brasileiro.

  • salve, fernando,

    nessa estória do assassinato do cinegrafista da bandeirantes, a prisão dos suspeitos, o possível envolvimento de partidos políticos e o protagonismo da ex-musa da veja, a manifestante sininho, estão esquecendo da rapaziada do "fora do eixo" e da "mídia ninja" tão próximos dos blakc blocs.
    ué, desapareceram? ou estão na moita? cadê o jornalismo investigativo?
    abçs

      • Estou com saudades do Beiçola e dos cubo cards.
        Qual será a cotação do cubo card em reais hoje?

  • Eduardo.
    Só ele poderia fazer piscar a estrela do PT.
    Aécio não cola. Dudu vai crescer.
    Assim que adotar o discurso anti PT e posar com cara de novo.
    Chamem a Regina Duarte.
    Tenho medo.

  • Minha convicção é que o candidato dos sonhos da elite preconceituosa, mesquinha, perversa, excludente e racista é joaquim "casagrande" barbosa.

    A elite racista aposta no negro "casagrande" como forma de arrumar uma desculpa para não ser acusada de tal.

    Todo o noticiário denegrindo a política e jogando partidos políticos no lixo, dizendo, como a manchete do globo outro dia: "partidos financiam vandalismos" têm a única e macabra intenção de demonizar partidos e movimentos sociais a fim de içarem o joaquim casagrande barbosa a salvador e moralizador.

    Neste contexto, acho que seria melhor o PT lançar Lula presidente, pois Dilma teria uma imagem mais de gestora, não tão política quanto Lula. Acho que só ele pode resgatar a questão da importância da política pois tem uma base popular enorme e sua voz é ouvida e respeitada. Lula traria a imagem de autoridade contra o autoritarismo, enquanto Dilma por ser mulher não seria respeitada pelos que hoje se encantam com a violência e os black-blocs.

  • O candidato oficial será lançado ao final de março é o Joaquimori e não a toa FHC disse o que disse, sobre a personagem global, semanas atrás. Aturdidos com a fraqueza do candidato original, certamente esqueceram que esse filme lançado às pressas é reprise, na história farsa e o pior, termina com o "mocinho", bandido, na cadeia.

  • Gente foi tudo combinado, o Campos sair candidato a presidente. Lula orquestrou isso, mas foi uma grande jogada do Lula. Eu sou um admirado e eleito do PT, melhor ter um Campos adversário do que Aécio Neves. E a jogada maior foi ter escolhido Marina como vice. Bem, já pensou Marina pousando em outras siglas, Marina hoje é sombra de Campos, sombra que será amordaçada. É um jogo político meus amigos, e sou e sempre fui fã do Leonel Brizola.

  • Mas é uma criança o meu PT, agora que vai botar
    um terno e gravatas e vai ter seu escritório
    querem acabar com ele... É uma criança quase
    um adolescente..cheio de vida.
    E esquecem que meu presidente ainda não pendurou
    as chuteiras.
    Assim não dá, assim não pode..

  • O que se configura no horizonte é... a mídia com a experiência de julho passado, fazer cair a popularidade de Dilma, aí sim entra na campanha através dos jornais e televisão a insuflar um nome a superar Dilma. Os protestos virão...

  • Pode ser também porque o Dudu é o único que pode tirar votos dos desavisados do PT, que querem algo novo e acreditam nesse matraca.

    Para a Dilma crescer e levar no primeiro turno, é por aí.

    O Aécim não vai a lugar algum, tá empócado.

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