Direita não digeriu o "sapo barbudo", diz Veríssimo

Promete a entrevista de Luís Fernando Veríssimo a Kennedy Alencar no “É Notícia” que vai ao ar pela moribunda RedeTV esta madrugada de domingo para segunda. A gente vai tentar postar aqui, assim que possìvel, mas o “trailler” já dá uma boa mostra do que vem aí.

Veríssimo lembra a expressão “sabo barbudo” com que Leonel Brizola se referiu a Lula nas eleições de 1989.

Vou me servir do Veríssimo e contar como foi essa história.

Eu estava ali, num congresso do velho PDT – nada a ver com o que está aí – no Riocentro, quando ela aconteceu.

Mas suas origens são anteriores.

Quando Brizola foi eleito governador do Rio de Janeiro, ainda nos estertores da ditadura, o general Euclides, irmão do General Figueiredo, disse que Brizola era um sapo, que precisava ser engolido para, depois, ser expelido.

Ficou a história do sapo.

Na disputa do segundo turno, com Collor, Brizola sabia perfeitamente o que fazer.

Mas havia mágoa e resistência interna a apoiar o Lula.

O vereador carioca Pedro Porfírio andava com uma caixa para fazer um “votação” paralela que, à base de ressentimentos, iria recomendar uma posição pró-voto nulo.

Brizola já tinha tido um primeiro contato com Lula, que o meu caro amigo Ricardo Kotscho, uma das pessoas mais corretas e doces que se possa imaginar,  de forma meio canhestra, vazara para a imprensa.

Brizola, entáo, usou uma espécie de “jiu-jistu” argumentativo.

Desceu o pau no lombo de Lula, com vontade.

Os “nulistas” vibraram.

E o velho, sabido, depois do destampatório, termina assim:

– Eu sei que o Lula tem esses defeitos todos, que a direita o usou para nos cortar o caminho. Mas, olhem só, pensem que ironia: não seria uma maravilha fazer a elite brasileira ter de engolir este sapo barbudo?

O plenário veio abaixo e a aliança tornou-se sólida como uma rocha.

Pois é.

A elite teve de engolir, mais de uma década depois.

E continua, como receitava o General Euclides Figueiredo, tentando expelí-lo.

O Veríssimo também acha e também acha que ela vai acabar ficando entalada de novo.

Assista a chamada da entrevista.

Fernando Brito:

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