A direita percebe seus monstros. Tarde demais?

A Veja desta semana dedica sua capa à “Ameaça Bolsonaro”.

O Globo ocupa grande parte de sua homepage com protestos contra a interdição moralista nas artes e no comportamento.

O Estadão protesta, em editorial, contra o fato de o Supremo, em nome da moralidade eleitoral, ter rasgado a Constituição e criado a “retroatividade” da Lei da Ficha Limpa até o início dos tempos bíblicos.

Estará a nata da direita brasileira renegando seus filhos  pavorosos?

Como no velho conto de Monteiro Lobato, O mata-pau, o que eram um raminhos aparentemente inofensivos, bons para vergastar o governo democrático, envolveram o Brasil e são hoje lenhos vigorosos, que já nos constringem e ameaçam sufocar o que resta de nossas liberdades.

Sim, não é exagero falar em liberdades quando se vivem situações como a da mãe e filha, em Brasilia, terem sido agredidas por estarem abraçadas,  ou quando se dirigem os prazos de um processo judicial para tirar dele o franco favorito dos eleitores, ou quando se admite que a deduragem de qualquer histérico leve à censura, ou quando a simples nudez – até nos museus, onde habita há séculos – seja castigada por hordas hipócritas, moleques financiados pelos negocistas de mercado.

Um país onde se aplaude a morte desesperada de um professor  aviltado em sua honra e dignidade, com base num imbecil “quem não deve não teme”, como se a das feridas fundas não ficassem cicatrizes indeléveis.

Em quatro anos, aqueles inofensivos raminhos dos “20 centavos”, do “blacbloquismo como tática”, do “padrão Fifa”, dos “bundinhas” moralizadores de Curitiba,  com o esterco da frustração político-eleitoral da direita e  o sol da mídia a nutri-los, tornaram-se galhos grossos, fortes, porque se permitiu transformar o ódio, a vingança, a prisão, a perseguição nos valores sociais.

Levaram ao governo uma quadrilha da pior espécie, sem qualquer discurso ou programa que não seja o de fazer dinheiro e  se acobertar. Fuçam e reviram tudo, atrás de qualquer coisa que sirva para apontar como sujo e corrupto qualquer coisa que possam, para alimentar com a seiva do veneno as mentes miúdas dos vira-latas de todas as classes e rendas  que acham o Brasil “uma merda mesmo”, a ser conduzida mais velozmente nesta corrente de ódio que inunda o mundo.

Usam a (in)segurança pública como combustível de um processo de transtorno da mentalidade social, como se registra hoje na Folha, onde se vê a alta penetração de ideia de que “a maioria de nossos problemas sociais estaria resolvida se pudéssemos nos livrar das pessoas imorais, dos marginais e dos pervertidos”. E quem os classifica assim? Cada vez mais a polícia, para a qual está prestes a ser aprovado na Câmara projeto que lhes permite “acesso irrestrito a dados pessoais de qualquer cidadão brasileiro”.

Assim mesmo, sem ordem judicial ou qualquer senão. ” Em benefício da segurança pública, o cidadão não pode alegar que vai ter sua privacidade invadida quando na verdade a lei é feita para proteger o bom cidadão, não para o mau cidadão”. Qualquer PM, com isso, será Deus, para decidir que é o bom, quem é o mau.

Não podem, portanto, reclamar de que estejam surgindo estas monstruosidades.

Os que têm ideias liberais, se é que ainda existem, se tivessem alguma lucidez a restar em suas mentes agora varridas de todo o humanismo que o  impregnou (verdade que faz  tempo) entenderiam que estão prestes a destruir a única muralha que nos separa da barbárie e do fascismo.

Se impedirem que o povo brasileiro expresse no seu voto o desejo de voltar aos tempos de normalidade, de convívio, de algum grau de esperança no progresso e no bem-estar, só o que lhes aguarda é o abraço do mata-pau.

Não importa se de topete, toga ou farda, o que terão nem mesmo será um Führer.

Será a selva, a morte, a destruição de um país que se construiu, com erros e acertos, em 500 anos e ameaça ser destruído em apenas cinco.

 

Fernando Brito:

View Comments (119)

  • Não creia em arrependimento da mídia. Ela prefere Bolsonaro a Lula, qualquer um em que possa manipular. Não há no planeta algo tão ruim, tão nefasto, tão incitador da ignorância, do ódio, do preconceito da falta de sentido crítico , e da mentira como a mídia brasileira , golpistas da democracia 24 horas por dia.

  • Olha, parem de usar as mesmas armas direitistas.
    Não me venham com esta história de simples nudez de museu porque nâo é. Em que museu do mundo está sendo apresentada esta "arte" de crianças tocando corpo de homem nú vivo? Não há prescedente disto.
    Estive em alguns museus importantes do mundo e nuca ví esta arte. Não depurtem a verdade isto não é arte. Se for devemos pedir desculpas a arte nazista.

    • O artigo fala de trocentas fontes de alimentação da fome canina que mantem monstruosidades que atentam contra o avanço civilizatório. O Sr pinça exclusivamente a que se refere ao incidente museu. Se foi apenas para mostrar os carimbos de seu passaporte como uma pessoa que viaja, frequenta museus etc... conseguiu.

      • Esta parte da materia esta sob suspeita q não possa ser comentada? Está censurada? Não creio, mas o desafio está aí. Aonde no mindo tem um museu q tenha tal arte de nu ao vivo com toque de crianças em adulto?
        Me.mostre!
        Arte jaboticaba.

        • Paulo Renato, o problema não está no nu e numa criança que vai tocar seu corpo (a propósito, o Museu do Louvre está com uma campanha assim intitulada: traga seus filhos para ver gente nua!). O problema é quem vai decidir o que é certo ou errado, feio ou bonito, arte ou não-arte, moral ou imoral, próprio ou impróprio. Você se colocaria como padrão para decidir entre uma e outra coisa? Se sim: sou contra! A forma de gerenciar estes conflitos, estas posições contrárias, chama-se democracia, que pode acertar ou errar, mas se errar logo adiante está a solução: renovação pelas eleições. Aqui no Brasil não se vive numa democracia e é por isso que tem tanta gente proibindo tanta coisa.

    • Há muto mais erotismo, "libidinagem" ou "perversão" - para usar termos caros aos (pseudo)moralistas - nas cenas levadas ao ar todos os dias nas novelas e reality-shows do que se observa na performance do artista nu, que tem o pé tocado por uma criança de 5 anos, acompanhada pela mãe. Digo mais: há muito mais erotismo e sensualidade nos sumários trajes de banho usados nas praias e piscinas brasileiras do que se observa nas praias em que as pessoas estão nuas.

      Nascemos usando roupas? Do ponto de vista científico, as roupas foram criadas para proteger ou para cobrir as "vergonhas" e partes "pudendas"? Quem era mais "pervertido", o indígena que no calor dos trópicos usava panas tangas ou nenhuma roupa ou os invasores europeus - com as bocas apodrecidas pelo escorbuto e pela cárie, que trajavam roupas incompatíveis com o clima quente, que não tomavam banho e não tinham a mínima higiene com o corpo, cheios de doenças infecto-contagiosas que transmitiam aos habitantes originários da América tropical - que estupravam as mulheres nativas, matavam ou escalpelavam os homens, além de escravizá-los?

      Será que Michelangelo e outros gênios da arte pintaram e esculpiram suas obras apenas imaginado as proporções ou com base em modelos vivos e nus?

      • Pois é , um erro não justifica o outro.
        O desafio continua lançado. Mostrem um museu no mundo praticando esta tal "arte". Não existe, só aquí no Brasil Tupiniquin.

          • Preste ateção; nu vivo, de ser vivo sendo tocado por infantes vivos.
            Nos Museus de História Natural não há tal coisa.
            E que eu saiba não era um cachorro vivo q estava lá. Era apenas um homem cachorro.

        • Para mente de retardados que negam a natureza (e o propósito dA Criação) e vêem como errado tudo relacionado ao corpo e à nudez, temos isso aqui, por exemplo. Não é exatamente a mesma coisa, mas dependendo do gosto do freguês, pode ser considerado ainda mais "imoral".

          https://www.google.com.br/search?q=Kanamara+Matsuri&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj2vurcxNzWAhWHDcAKHWR4CRUQ_AUICigB&biw=1440&bih=720

          Ainda bem que esse festival acontece só com gentalha sem cultura. Um país desenvolvido nunca permitiria isso.
          Opa. É no Japão?

          Ou que, tal, conhecer a cultura naturista de países atrasados como Alemanha, em que a nudez é permitida até em alguma praças públicas? E como justificar o argumento de que "a exposição à nudez favorece comportamento sexual promíscuo e irresponsável", se lá, apesar de o aborto ser legalizado, é muito menor do que no Brasil, e que a taxa de gravidez na adolescência é umas 5 vezes menor do que na Grã-Bretanha, que é um povo bem mais conservador?

          (Continuo achando a arte do MAM de péssimo gosto e não levaria minha filha de 5 anos para tocar o cara. Mas sou daquela opinião que não preciso concordar com uma idéia, mas mesmo assim devo lutar pelo direito de expressão)

          • Rapaz ele não vai acreditar, vai dizer que é tudo obra de esquerdopatas kamikazes.

        • Você é pai? Possui filhos ou filhas? Ajudou ou ajuda na troca de fraldas e no banho? Se a resposta a algumas dessas perguntas for positiva, certamente algum(a) filho(a) deve ter-lhe tocado o corpo - quiçá a genitália, considerada "fonte do mal e da perversão" pelos moralistas - e/ou ter-lhe perguntado algumas coisas. Para as gerações com menos de 70 anos e que tiveram uma formação mais científica do que dogmátco-religiosa, vê-se com naturalidade que os filhos pequenos tomem banho com os pais, atividade que se faz com os corpos despidos.

          Na performance artística objeto dessa falsa polêmica - que procura desviar a atenção do público para questões morais ou religiosas, para que a pornográfica corrupção que o sistema judiciário a ajudou a colocar no Palácio do Planalto seja deixada de lado ou que os abusos e crimes das ORCRIMs midiáticas e judiciárias sejam vistos como "cruzadas de moralização da coisa pública" - uma criança de 5 anos, acompanhada da mãe (responsável legal) toca os pés de um artista nu, sem que se observe qualquer erotização nos atos e movimentos, que foram acompanhados por outras pessoas.

          É no mínimo curioso que boa parte dos pastores neopentecostalistas, assim como padres, freiras e outros religiosos, volta e meia, esteja envolvida com abusos sexuais contra crianças e pouca ou nenhuma polêmica seja criada a respeito desses crimes. O caso de um "pastor" que sequer era capaz de ler corretamente um texto, mas que foi capaz de induzir uma fiel a ter relações sexuais com ele, gerou muito menos polêmica do que uma performance de um artista nu em um museu.

          Se há, ou não, outro(s) museus no mundo em que tenha ocorrido o mesmo tipo de performance, isso é o menos importante. Por acaso você conhece TODOS os museus do mundo e pode assegurar, com certeza, que NUNCA houve apresentação semelhante a essa do MAM-SP? Mesmo que você tivesse essa capacidade ou que a performance artística no MAM-SP seja inédita, qual a razão para essa falsa polêmica? A arte é, por excelência, o aspecto da cultura e do conhecimento humanos cujas principais características são: incomodar, provocar, inovar, gerar discussões. Anita Malfatti, Semana de Arte Moderna de 1922, escandalizou muita gente, inclusive Monteiro Lobato, na época uma espécie de 'vaca sagrada' da literatura e da crítica de arte (e mesmo da política e dos costumes). Anita foi duramente atacada porque não compreendida. Hoje lembramos de Anita e de outros que participaram do movimento, mas dos críticos quase ninguém sabe o nome, observadas as exceções que confirmam a regra, como Monteiro Lobato, escritor polêmico, mas cujo talento é reconhecido mesmo por aqueles que se opõem ao racismo presente em várias de suas obras.

  • Acrescente-se ao post grave e recentíssimo fato, e que o "juiz" sérgio moro defende abertamente - em conversa com o "ministro da defesa, raul jungmann", logo convertida em entrevista ao jornal dos irmãos Marinho - a gravação das conversas de advogados com pessoas presas em presídios federais. Fica claro que sérgio moro e comparsas procuram legalizar os crimes que vêm cometendo ao longo da Fraude a Jato. Foi o torquemada das araucárias quem autorizou grampo das conversas que os advogados de um escritório de advocacia mantinham com seus clientes, mesmo avisado pela operadora telefônica. Uma das desculpas usada por sérgio moro é que o volume excessivo de trabalho não permitiu que ele tomasse conhecimento do fato; não satisfeito usou outra desculpa, alegando que Roberto Teixeira era investigado e não considerado como advogado de uma parte, no caso o Ex-Presidente Lula. Isso aconteceu na mesma época em que sérgio moro cometeu outro grave crime, grampeando conversa da Presidenta da Republica e divulgando seu conteúdo para a TV Globo.

    • ô gente! deixem esse ranço contra o Juiz Sérgio Moro! É tão difícil aparecer algum que não é logo comprado pelos poderosos pra deixar tudo como está. Em um país onde todos os políticos são corruptos (principalmente o do ícone imaculado de vocês petistas), quem combate a corrupção tem que comer pelas beiradas, se peitar todos, atirar para todos os lados aí vocês verão um ACORDÃO feito entre PT, PMDB, PSDB, PCdo B, PDT e periféricos ou nanicos, e v até membros do STF irão fazer parte do acórdão, já que lá também há vendedores de sentença. Aí, o Moro e Janot seriam imediatamente afastados e teríamos a inutilidade dos Juízes de outros tempos (e alguns de agora mesmo). Mas se você é cabo eleitoral, membro da CUT, do MST, comissionado de estatais que perdeu o emprego com a saída do PT, então entendo sua indignação.

      • Não há ranço algum em denunciar os crimes cometidos por agentes do Estado, sobretudo por servidores públicos que integram instituições que detêm o monopólio da violência estatal, como é o caso de policiais, procuradores e juízes. Faço críticas contundentes a sérgio moro porque ele usa o cargo de juiz para cometar abusos e ilegalidades criminosas. Simples assim.

        Para que não haja dúvidas cito o Art. 10 da Lei 9.296/1996 que tipifica o crime cometido por Sérgio moro, ao divulgar para a TV Globo o conteúdo de uma conversa telefônica da Presidenta da República, ocorrida em março do ano passado.

        Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

        Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

      • coxa ,é de vazios intelectuais como o teu que os bandidos,os imorais como teu juizeco se aproveitam.Se só fosse intelectual seria grave,mas pior,é moral,vc justifica os crimes cometidos pelo moro porque atingiram os caras que vc ainda sendo pobre ,detesta.Portanto,vc também é ingrato.

  • Se é para o Brasil virar um circo de vez, que seja com um autêntico palhaço no picadeiro - o Bolsonazi.

    Doriana é dissimulado e apoiado pelos bancos.

  • O desorientado jornalista, que optou por uma ditadura militar a uma judicial, mais uma vez escamoteia que, muito mais que "aqueles inofensivos raminhos dos “20 centavos”, do “blacbloquismo como tática”", quem compactuou com a canalha atualmente no poder foram os governos petistas.

    Mas como prefere um comportamento covarde, típico dos desorientados e desesperados, reitera seus ataques aos "black blocs".

    Ele conhece perfeitamente as estripulias (e não "estrepolias") dos governos do PT, mas insiste nesse ataque inútil a quem não pode se defender.

    É um comportamento tipicamente fascista.

    Não à toa, tem atraído uma matilha no cio para defendê-lo com comentários ofensivos.

    E o jornalista desorientado ainda se diz de esquerda. É no, máximo, um nacionalista positivista, retrógrado, que precisa de um Pai da Pátria.

    Com uma esquerda dessas, estamos fritos!

    • O pior é que o articulista desse blog é o primeiro a deixar correr solto o odio, o preconceito, o machismo, o racismo e a histeria, com direito à exaltação dos valores de direita em seus posts. Incompreensivel.

      • Exatamente. São os valores das cadelas fascistas que, como disse Brecht, estão sempre no cio. São elas que formam a matilha a que me referi.

        O jornalista sabe quem tem atraído com sues comentários "de esquerda".

        O nacionalismo retrógrado, como o que ele propugna, no fase do desespero e da desorientação, por debilidade teórica, dá nisso: Fascismo.

          • Policarpo, se você conseguisse refletir livremente poderia também ter um olhar crítico. Evitaria seguir as pessoas de forma acrítica e poderia contribuir para a discussão em vez de ver tudo de forma binária : ou coxinha ou mortadela. Tente fazer uma leitura crítica desse blog para entender melhor. Não preciso ser pago para criticar textos duvidosos. Se você não consegue ver não culpe aqueles que não estão de acordo com você.

          • Os textos aqui publicados tornam-se, por definição, públicos. Estão tão sujeitos a críticas quanto as medidas governamentais, as obras de arte, as decisões judiciais. As únicas verdades absolutas são, para os que acreditam, aquelas proferidas por divindades. Como, acredito eu, o jornalista (ainda) não atingiu um caráter divino, seus escritos são criticáveis quanto qualquer outro texto de um mortal. Principalmente quando acredito que o texto distorce, simplifica, mascara a realidade para atender a um objetivo ideológico, de defesa de pontos de vista particulares que se querem tornar universais. É patente que, quando não há mais argumentos para se contrapor à desordem reinante e nem sequer se dispõem de instrumentos teóricos razoáveis para diagnosticar o problema e propor saídas, recorre-se ao "inimigo externo". Aqui, neste blog, há quatro anos, esse "inimigo" é representado pelo "black bloc". São os "suspeitos de sempre" do filme "Casablanca". Ora, é um raciocínio extremamente simplista para uma pessoa que se diga de "esquerda".

            Entretanto, se a crítica está proibida, a questão é outra: é censura prévia, um instituto típico de ditaduras.

            A escolha é sua.

          • Policarpo, é o esquerdismo, conforme Lênin, doença Infantil do comunismo, imagine em relação ao socialismo ou a social democracia.
            É a esquerda que a direita gosta, pois seu eterno inimigo é a esquerda viável e pior, quando mais velhos, normalmente travestem-se em "Bob Freire".

          • A esquerda de que a direita gosta, sem dúvida nenhuma, é aquela representada pelo PT. Foi a "esquerda" petista que, para governar, aliou-se, no parlamento, ao baixo e baixíssimo clero; na sociedade, aliou-se às trevas representadas pelos evangélicos; aliou-se aos latifundiários; aliou-se ao empresariado por meio de isenções, renúncias e incentivos fiscais que não resultaram em nada; aliou-se aos grandes grupos de mídia; aos banqueiros; e aos torturadores do regime militar, sem nem sequer admoestá-los.

            Essa, sim, é a "esquerda" dos sonhos da direita.

            Que o diga o Brizola, que tanto nos alertou sobre o equívoco petista!

          • Há uma contradição aí. Quem, de tanto pretender se tornar "viável" e acabou na direita, foi o Roberto Freire. E é nessa direção que o PT caminhou/caminha. Tornou-se tão viável, tão palatável, tão tragável, tão domesticável, tão afável que acabou em acordos com o rebotalho político e admitindo figuras lastimáveis nos seus próprios quadros. Portanto, quanto mais "viável", no sentido que se atribuiu, mais distante dos reais valores socialistas. O resto é bla-bla-bla nacionalista positivista, pré-Não Alinhados, que precisa de um Pai da Pátria.

          • Tá certo. Todos são "criticáveis" e "destratáveis", inclusive o jornalista), que pode receber, em seu próprio blog (que todos lemos de livre vontade), elogios como: "desorientado", "de comportamento covarde", "retrógrado" etc... e seus leitores, que podem ser chamados tranquilamente de "cadelas no cio". Só quem não pode ser criticado são os “black blocs”! Esses devem ser totalmente livres para "quebrar e atear fogo em tudo", mesmo que isso implique em acordar os monstros do autoritarismo, fazendo-nos retroagir uns 50 anos em 5, jogando por terra todos os avanços que a duras penas conseguimos, e que foram muitos, embora ainda longe do ideal.

          • Prezado(a) Edi, há os avanços e os "avanços". E também os retrocessos, que foram em grande quantidade. A ponto de propiciarem o Golpe. Não perceber que quem abriu a guarda para o Golpe foi o próprio governo/PT, estará fadado a repetir ou admitir a repetição do erro. E vejo que esse comportamento estúpido está se formando. Se vitorioso, com a eleição de Lula ou qualquer outro (se eleição houver), em vez de durar 13 anos, não durará nem a metade. Essa teimosia voluntarista é que é absurda. Quem aposta em conciliação em posição subalterna, como fez o PT, está se enganando e enganando seus leitores, admiradores, seguidores. É empulhação. Aqueles que sabem que é empulhação e insistem na fórmula, se veem a cada dia mais distante da solução desejada e se desesperam, se desorientam, e passam a aceitar e propor soluções estapafúrdias, como intervenção militar, e a ver perigosos inimigos onde não existem, são meros espantalhos, como os tais "black blocs". O que despertou a direita, e vem fazendo isso há anos, inclusive nos treze dos mandatos petistas, são os programas televisivos policiais; são as igrejas evangélicas que brotam como cogumelos; é a ideia equivocada de que o que é bom é privado (propagada pelo próprio Lula ao mencionar que pobre, quando melhora, põe os filhos na escola particular e paga plano de saúde); é basear a economia na saída única pelo consumo; é se aliar incondicionalmente aos conservadores e admiti-los em seu próprio partido; é nomear procuradores e juízes com o único critério da "competência".

        • Por favor me desculpem Marco e Rafael, atirei no que vi e acertei no que não vi. O comentário realmente não era endereçados a vocês dois, mas sim a alguns perfis conhecidos aqui na página e utilizados em "trabalho" tipo fake news que instrumentaliza política e eleitoralmente o clima de intolerância política e histeria coletiva que eles próprios e os grandes meios de comunicação ajudaram a criar e a difundir (Zola quando se referia a esse tipo de jornalismo se fazia sempre acompanhar da palavra "imundo").

          De qualquer forma me parece que se eu errei no endereçamento do meu comentário, peço novamente desculpas.

          Agora também não me pareceu nem apropriada, nem correta e nem mesmo justa a maneira como vocês dois classificaram os leitores do site tachando-os de ideológicos, toscos e acríticos. Esse tipo de crítica tem sempre um lado complicado e de certa forma circular relacionadas ao problema do narcisismo e da intolerância, onde você aponta o dedo recriminador dos defeitos dos outros sem se dar conta do seus próprios defeitos que em normalmente são os mesmo que você reclama nos outros.

          Também não entendo qual a contradição entre o uso de formas binárias de pensamento (históricas-descritivas-valorativa) e uma abordagem crítica da realidade. Utilizamos o tempo todo formas binárias para representar o universo político, como por exemplo, direita e esquerda, ou extremistas e moderado, reacionário e progressista, etc etc. Além do mais da forma binária nascem outras formas que ajudam a descrever o universo político que é a figura do terceiro ou triádica que só se explica pela relação da duas polaridades, como por exemplo, a ideia de terceira via (e existiram muitas tando da esquerda, quanto do centro, quanto da direita, tanto um centro inclusivo que busca mediação entre os dois lados do espectro como um terceiro que expele os estremos e abarca a maior faixa do espectro político) outras tantas formas e todo tipo de combinação que aproxima cada vez mais a descrição do arco político e das lutas políticas que se desenvolve em uma realidade social (estrema-esquerda, o centro esquerda, o centro, a centro direita e a extrema direita).

          Em relação ao que foi dito do inimigo externo se é verdade que ele pode ser usado para isolar os extremos do arco político com o fantasma da subversão (esquerda antisistema como se pinta os black blocs e direita fascista) o mesmo também se pode aplicar a demonização levada a cabo pelo antipetismo em relação ao petismo que chega ao extremo do paradoxo paranoico de ser simultaneamente acusado de organização criminosa e corrupta (establishment) e força subversiva e anti-sistema (esquerda revolucionária). O que devemos sempre tomar muitos cuidados com as terminologias que nunca são neutras numa dialética política.

          Em relação a questão da crítica não me parece que o site adota posições intolerantes, quanto ao pluralismo ai sim realmente vivemos tempos bicudos. Nossa grande imprensa opera fora do que seria em qualquer lugar do mundo um espaço pluralismo, porque ele simplesmente não existe mais no país se é que chegou a existir (pelo menos depois da tragédia do golpe de 1964.

          Quanto ao ponto específico das manifestações de junho de 2013 não creio que a participação dos blck blocs ou do movimento do passe livre tenham sido chave para os eventos que se seguiram a eles (também acredito que os chamados serviços reservados jogaram um papel naqueles eventos). No entanto, que todos esses fatores são marginais e laterais e não explicam o que veio depois (o Golpe de Estado de 2016). Como socialista e democrata de coração e de razão, embora não concorde, entendo as discordâncias dos que se distanciaram do PT na esquerda. Acho que sair do Partido não foi a melhor decisão nem para um nem para outro, digo isso porque outras tendências que compartiam boa parte dessa crítica permaneceu no partido.

          é isso.

          • Policarpo, é, no mínimo, estranho você afirmar, agora, que atirou no que viu e acertou no que não viu se na mensagem em que questiona nosso ganho pelas críticas que fazemos consta o nosso nome.

            Não tacho os leitores de "de ideológicos, toscos e acríticos". Não critico pessoas. Minha consideração diz respeito aos comentários do jornalista, que, ele sim, aponta o dedo aos erros alheios sem se dar conta dos numerosos erros do seu lado e de não mencioná-los com tanta frequência. E, quando o faz, o estilo gongórico fica quase incompreensível com o fim de escamotear a realidade.

            O problema do uso de "formas binárias" é quando não se percebem que as soluções, os movimentos, as saídas, se dão pela resolução das contradições que essas "formas binárias" compreendem. Lamuriar o golpe exclusivamente pondo a culpa nos golpistas, no nosso caso, como faz o jornalista e seus defensores, é, sim, uma simplificação tosca da realidade. Achar que a somente a eleição do Lula vai ser o condão da solução das nossa mazelas é outra simplificação em que incorre o jornalista e seus defensores. Se o futuro governo Lula repetir os erros, e parece-me que ele propõe o mesmo tipo de conciliação, ou qualquer outro governante que aja da mesma forma, certamente haverá a articulação de um novo golpe por seus aliados de ocasião. A "terceira via" a que você se refere não é necessariamente a solução dialética da oposição das "formas binárias". Essa "terceira via" é tão somente um justaposição de um caminho que não é a solução do conflito. Mas o conflito permanece.

            Não há, de minha parte, antipetismo. Longe disso. Mas é um termo cunhado pelos petistas que não toleram críticas, quando não há argumentos razoáveis para rebater os erros cometidos pelos governos do PT que abriram a guarda para o Golpe de 2016. Passam, petistas simpatizantes, a procurar culpados onde não existem e o mais evidente deles são os tais "black blocs". E o jornalista sabe perfeitamente que este tipo de argumento simples, rasteiro, vil, desperta a indignação dos incautos leitores. E o jornalista, covardemente dele se utiliza sempre que não tem assunto ou não sabe esclarecer determinada questão e acha mais fácil tentar despertar a ira dos incautos leitores, a matilha fascista a que me refiro. Pois o fascismo não é apenas violência. É, sobretudo, ignorância, sombra, simplificação, para tentar buscar a solução aparentemente mais simples por meio de falsos argumentos e, em seguida, a aplicação da violência. Vejo, aqui, nessas páginas, a primeira fase do processo.

            Há "black blocs" na França, na Alemanha, nos EUA, no Canadá etc. e não se teme pela queda do governo. Apenas em governos debilitados, podres, como o do PT/PCdoB, aqui, é que esse temor chegou ao extremo do delírio, propagado em blogs como este. Portanto, concordo com você que a ação dos BB não foi nem um pouco decisiva. Isso se passa na cabeça de nacional-positivistas e a matilha no cio que passa a acompanhá-los.

            Saudações,

    • Perguntar não ofende: por onde andam os "black blocs" na "jestão" do Dória?

      • Não sei. Mas sei onde estão os juízes do STF nomeados pelos governos petistas. Sei onde estão os procuradores-gerais nomeados pelos petistas. Sei onde está o chefe da PF nomeado pelos petistas. Sei dos acordos dos governos petistas com Aécio Neves e Sérgio Cabral. Sei da destruição do setor elétrico levado a cabo pela Dilma. Sei da grana que encheu as burras da Globo nos governos petistas. Sei da leis "antiterrorismo" homologadas pela Dilma. Sei dos "acordos de cooperação internacional" entre o MPF e o Departamento de Justiça que correram soltos nos governos petistas. Sei da grana que empanturrou as "universidades" particulares nos governos petistas. Sei do amansamento dos sindicatos nos governos petistas. E sei da falta de regulamentação da mídia, que permitiu o golpe, nos governos petistas.

        Tudo isso, e mais muita coisa, levou à derrota do Haddad e, consequentemente, à vitória do Dória.

        Está faltando assunto? Bota a culpa nos "black blocs"!

        A isso pode-se chamar de desorientação. O blog perdeu o rumo e descamba para a direita, caminho das cadelas fascistas no cio que defendem os absurdos aqui propugnados.

        • Tirando a questão do setor elétrico, concordo que houve muitos erros - em particular, em ajudar a Globo.

          Mas há de se considerar que quando pela primeira vez chegou ao poder, um partido de esquerda tentou a "real politik" e mesmo assim não foi suficiente - terminamos num golpe.

          Se os sindicatos foram "amansados", curiosamente tais "black blocs" estão muito mansos. Estarão em berço esplêndido sonhando com alguma revolução?

          • Se você não gostou de "amansados", temos "cooptados", "comprados", "subjugados", "sabujados" etc. etc. etc.

            Talvez os "black blocs" estejam mansos porque os movimentos estão mansos. A sociedade, cuja organização foi eficientemente desmantelada pelo PT, está mansa. Houve um bom acúmulo de forças em 2013, que foi violentamente oprimido pelas polícias militares estaduais, principalmente depois da homologação da Garantia da Lei e da Ordem sancionada pela Dilma. Houve uma tentativa de diálogo com os movimentos de esquerda livres das amarras de PT/PCdoB, mas a aturdida presidenta não soube o que dizer. Não falou coisa com coisa, mostrou-se inteiramente perdida, desnorteada para um diálogo direto com alguns jovens esquerdistas. Foi deprimente vê-la acuada e sem ação. Naquele momento, ela mostrou-se despreparada e uma presa fácil para os ardis da direita, como se viu mais tarde. Mansos também foram Lula e Dilma que, assim que eleitos, foram subjugar-se ao beija-mão na bancada do Jornal Nacional. Manso também foi o Lula, ao intimidar-se pelo Gilmar Mendes e destituir o delegado Paulo Lacerda da direção da PF. Manso também foi o ministro da justiça de Dilma, José Cardozo, que foi feito de gato e sapato pela PF. Mansa foi a Dilma, ao trocar receita em um programa matutino da Globo, cuja apresentadora mais tarde fez parte dos ataques ao seu governo.

            A essa altura, estão todos tendo pesadelos com a maré fascista que eles propiciaram e que pode levá-los a uma penitenciária. É com essa mansidão, a dos ineptos para o poder, com que você deve se preocupar. Meia dúzia de lixeiras reviradas e algumas vidraças quebradas só assustam os governantes covardes e incapazes.

          • Em bom português, a "real politik" do PT chamou-se arreglo.

            E arreglo é coisa de frouxo.

          • Meia dúzia de lixeiras reviradas e alguma vidraças quebradas...sei...

            Esse tipo de coisa só fortalece o discurso dos fascistas, ao dizerem que a esquerda só tem baderneiros e vagabundos.

            Sem falar da facilidade de infiltrados para criar o clima de "quanto pior melhor".

            Moro nas proximidades do Palácio Guanabara e me lembro que - antes de junho de 2013 - já haviam manifestações "fora Cabral". Só que quando o vandalismo virou moda, entre outras coisas, quebraram as vidraças do fosso do elevador para acesso de cadeirantes da estação do metrô Largo do Machado, houve depredação de uma banca de jornal na Rua São Salvador, além de inúmeras lixeiras espalhadas e queimadas de prédios da Rua Paissandu - como se as pessoas afetadas fossem diretamente responsáveis pelos desmandos dos governantes.

            Melhor fariam se tivessem se reunido em frente ao prédio da Globo e incendiassem aquela porcaria. Mas o máximo que fizeram foi jogar esterco no logotipo junto à portaria.

          • E o máximo que os governos petistas fizeram em relação à Globo foi encherem-lhes as burras de dinheiro (empréstimos, isenções fiscais, publicidade etc.) e os famosos beija-mãos na bancada do Jornal Nacional.

            Isso equivale a zilhares de vidraças quebradas. A covardia levou à quebra do país. A infinitas lixeiras reviradas. A pusilanimidade e a inépcia política nos conduziu a esta imundície institucional em que vivemos.

            Esse "discurso fascista" a que você se refere é praticado aqui neste blog, tanto pelo jornalista quanto pela matilha que o defende.

            Infiltrado só havia agentes da PM (P2) e da civil. Foram inúmeros, fotografados aos montes pela mídia combativa. Esses, sim, são os que levam o terror às manifestações e sobre os quais o jornalista deveria se informar melhor.

        • Marco acredito que você está descrevendo um lado do problema, mas deixando descoberto outro sem o qual é impossível entender todo o quadro e a explicação para o próprio golpe de Estado. Acho que passou mais água por debaixo da ponte e você não viu e não se deu conta. As vezes tenho impressão que as pessoas pensam que a política é um campeonato de patinação artística ou uma dessas apresentações esportivas na qual uma das equipes vai dar seu show e a outra é um coadjuvante cuja principal função é realçar o show da outra equipe, com uma espécie de apresentação dos Harlem Globetrotters. Nassif por exemplo gosta da imagem do jogo de xadrez, vai entender!. Só se for um jogo de xadrez onde um dos jogadores é obrigado a jogar com as regras do jogo e o outro é livre para jogar da maneira que melhor lhe convier
          Você parece que não percebe ou não se deu conta da oposição ao PT e da razão dessa oposição, o que tratando-se de Brasil me parece uma temeridade com o perdão do trocadilho. A grande imprensa massacra diariamente o PT desde sempre (porque será?) o Mercado massacra o PT desde sempre e não adianta dizer que eles ganharam muito dinheiro porque isso não impediu que eles massacrassem do mesmo jeito (porque será?). Não te parece uma atitude um pouco cabotina de, do conforto do sofá de casa e a distância, irradiar uma partida já jogada e dizer que o resultado poderia ter sido outro se tivéssemos feito isso, ou aquilo, um misto profeta de páreo corrido e gênio mal reconhecido?

          • Você é bastante rigoroso com o PT e com suas lideranças mas deixa incólume imprensa, banqueiros, tucanos, democratas, etc etc etc. Me lembra um pouco o Jessé de Souza que considera o Sérgio Buarque de Holanda e o Raimundo Faoro os pais do liberalismo brasileiro (e se referindo ao neoliberalismo mediático), mas não se lê uma linha crítica ao papel de Roberto Campos, Gouveia de Bulhões, aos economistas tucanos, aos liberais dos nossos jornalões em toda a sua prolífica obra. Vai entender.

          • Prezado Policarpo, aqui apenas comento o que me parece um exagero do jornalista em procurar "os culpados de sempre", como no filme "Casablanca", e esses culpados serem, invariavelmente os tais "black blocs". Ele repete isso "ad nauseum" quando não tem mais argumentos para esclarecer a mixórdia em que estamos metidos. Não deixo incólume o poder econômico, e nem poderia deixar, mas a mim não interessam tanto os detalhes do que fizeram, pois este é o papel deles, a pilhagem, a rapina, o roubo. E qual a novidade nisso? Interessa-me é saber o que o governo/PT fez com o que o poder econômico fez dele. Sem chororô, sem lamúrias, sem lamentações. Isso é papel dos nacional-positivistas que aqui se abrigam. E os governos petistas fizeram, muita, mas muita bobagem. Obviamente, o Golpe não se justifica, mas não adianta procurar "os culpados de sempre", os tais "black blocs". Aí, não! É leviandade. Recorre-se a um fantasma para aterrorizar os incautos. É a mesma tática de demonização dos programas policiais. E isso não é jornalismo. Tem outro nome.

            Atitude cabotina é errar e insistir numerosas vezes no mesmo erro, mesmo sendo alertado, e achar que não haverá consequências. Atitude cabotina, ou estúpida, é acreditar ter a força que não tem e aliar-se ao inimigo de classe sem antes (ou durante) preparar sua base social para o enfrentamento. E não preparou por quê? Conveniência? Incompetência? Inépcia? Ou um pouco disso tudo? Atitude cabotina também é a de arranjar culpados onde não existem e referir-se gongoricamente aos verdadeiros equívocos dos pusilânimes do PT.

          • Entendo que você esteja doido pelo comentário ainda que realmente tenha sido quase lateral ou bastante ligeira ao agrupamento político a que parece você pertence. Mas peço que você retorne a ele e com calma releia o texto. O comentário a meu ver foi bastante ligeiro e não me pareceu que o autor ao praticamente só citar os black blocs tenho jogado a culpa ou a responsabilidade sobre o que passou no país depois das famosas e pouco compreendidas jornadas de junho de 2013.
            O que me parece que Fernando Brito quis dizer foi que das sementes plantadas naquele solo nutrido com o "esterco da frustração político-eleitoral da direita e o sol da mídia" apenas, o ramo da direita (MBL, Vem para Rua, Revoltados, et caterva) é que deram "galhos grossos, fortes" e transformaram "o ódio, a vingança, a prisão, a perseguição nos valores sociais. O ramo esquerdo representado pelo MPL e os black blocks ou o PSOL, ainda permitiu que se formasse "ramos grossos,fortes" e nem frutos positivos e novos valores sociais (pelo menos até agora neste exato momento). Quase o contrário, o Lula e o PT ainda é a única arma poderosa para fazer frente não só aos "novos ramos grossos, fortes" mas também ao tronco principal que fornece a seiva que alimenta esse "brotinhos" do MBL e do Vem para Rua (digo os mais consequentes entre os inconsequentes).
            Portanto, todo o foco do artigo foi um contraponto entre o otimismo da esquerda das jornadas e os resultados imprevisto daquilo, não disse que a culpa foi do MPL ou do black blocs por tudo o que passou o país depois daqueles movimentos. Guardadas as devidas proporções, algo muito parecido em São Paulo aconteceu depois do fim da segunda guerra, justamente num tema relacionado ao transporte público. Houve uma enorme revolta popular em São Paulo em função de um aumento da tarifa dos ônibus recém introduzidos pela companhia municipal de transporte que foi criada para dar resposta ao crônico problema dos transporte naquela cidade (a queixa antes era em relação aos serviços prestados pela antiga companhia Light que era responsável pelo transporte de bondes na cidade. No fim do movimento os governos estaduais e federais jogaram a culpa pelos "altercados e vandalismo" (black blocs!?) ao recém anistiado Partido Comunista Brasileiro (o Partidão) que queria sembrar a "subversão". Resultado nada melhorou no transporte público da cidade e no final o Partidão foi cassado e ilegalizado. o problema era o transporte público mais que acabou pagando o pato foi o anticomunismo que depois anos mais tarde iria fomentar a "Redentora" de 64. That's all.

          • Este último comentário ficou meio confuso, mas, grato pelo tempo dispensado.

  • Sou obrigado a completar com a informação, dada pelo próprio jornalista desorientado, que o projeto de censura na internet é patrocinado por um deputado petista, Vicente Cândido. Até onde se sabe, o cara nada tem de "black bloc", mas é devastador.

  • Boa tarde,

    não sei se choro ou rio... depois de arrebentar a porta que quer fechar!

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