Provocado por embargos de declaração impetrados pela CPI da Covid para que esclareça que Emanuela Medrades, diretora técnica da Precisa pode deixar de responder qualquer pergunta feita pela CPI da Covid, mesmo aquelas que não podem incriminá-la, Luiz Fux vai ter de decidir rápido se quer deixar uma impressão de se está ou não na “Operação Abafa” que vem sendo montada para encobrir as suspeitas na compra da vacina indiana Covaxin.
O habeas corpus que lhe dava direito a recusar perguntas incriminatórias foi, por conta própria, expandido pelos advogados para que ela se achasse no direito de calar sobre tudo o que dizia respeito a uma negociação que, óbvio, era pública, por se tratar de uma compra, também, pública.
Fux tende a repetir os termos da decisão, que já o prevê.
Emanuela vai ficar esquentando cadeira e, segundo se comenta, está ficando em estado de irritação, o que preocupa seus advogados, os mesmos do dono da empresa, Francisco Maximiano e que chegam, descaradamente, a escrever respostas formais, para que ela possa lê-la.
Não é o foco único de tensão da CPI, hoje: começa a se desenhar a convocação de Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e, agora, da Defesa.
Vai subir a temperatura se o fizerem e talvez fosse melhor acumular, pelos destinatários de mensagens e de e-mails, as intromissões da casa Civil sobre a aúde e, só a partir daí, pensar em chamar Braga Netto.
A garantia do silêncio de hoje deveria ensinar à CPI que precipitação não ajuda investigação.