O Brasil está mais perto de cumprir a profecia do FMI e terminar 2020 com uma dívida pública superior ao seu Produto Interno Bruto.
O risco-país subiu 80% este ano, o Tesouro paga juros muito maiores que os da taxa oficial Selic e embola para o curto prazo o maior número de vencimentos de seus compromissos, quando o ideal seria o alongamento dos prazos.
O dólar encostou, neste momento, nos R$ 5,70, 42,5% de valorização desde o dia 1° de janeiro.
As pressões inflacionárias causadas pelo câmbio, portanto, não vão ceder tão cedo. Inflação para cima, ficando quase no dobro dos juros oficiais.
Tempo fechado por aqui, tempestade se desencadeando lá fora: além do número de casos recorde, a Europa começou a registrar uma aumentos espetacular no número de mortes.
Na França, o número de mortes chegou a 523 num único dia, o que não se alcançava desde abril. Reino Unido e Itália, respectivamente, 327 e 221 óbitos, o que não se via desde meados de maio.
Vão fechar suas cidades, é claro, mesmo com menos intensidade (e progressivamente mais e mais) e as economias vão perder boa parte do que recuperaram desde junho.
Do outro lado do Atlântico, metade dos eleitores norte-americanos já votaram antecipadamente, o que reduz a zero a chance de Trump virar o jogo, se for verdadeiro o que as pesquisas indicam neste momento.
Quem se aventurar, num quadro como este, a fazer previsões econômicas ou políticas tem quase certeza do erro.