Na coluna de Mônica Bergamo, na Folha, e na entrevista de Aécio Neves a Tales Faria, no UOL, fica claro que a direção do PSDB dá como fora do baralho a candidatura de João Doria.
“Já avisaram o Doria que ele não será candidato a presidente da República”, disse Aécio a Paulinho da Força e este confirmou à coluna. A Tales, é o próprio Aécio quem fala que “a prioridade nacional é a eleição de Rodrigo Garcia ao governo de São Paulo”.
Eduardo Leite, portanto, também é dado como descartável ou como “vice figurativo” de algum candidato decorativo.
Conversa fiada. O que há, como diz Mônica, é “uma fritura do tucano a céu aberto.”
Os tucanos velhos de guerra sabem que Garcia, hoje, é forte candidato a nem ir para um segundo turno, atrás de Fernando Haddad, Márcio França e Tarcísio de Freitas e, de quebra, carregando a enorme rejeição de Doria, que o tirou do Democratas para o PSDB para ter seu próprio e dependente candidato, por mais que o atual governador queira se conceder uma luz própria que não tem.
O plano é levar o PSDB, no primeiro turno, a um lugar conhecido da espécie: o muro.
Não tomar posição formal da primeira rodada eleitoral para, poder desembarcar na candidatura Bolsonaro no segundo turno, desfilando seu pequeno bloco no samba de uma nota só que já dez anos toca a orquestra tucana: o antipetismo.
O que seria impossível com Doria, porque as coisas, que já não eram boas no tempo do “Bolsodoria”, piores agora são.
O ex-governador de São Paulo pode ter sido avisado de que não é mais o candidato, mas é muito duvidoso que se tenha conformado e que vá dar de barato o lugar.
À traição, costuma suceder a vingança.